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quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

PESQUISA SOBRE DEMOCRACIA MARKETING POLÍTICO


Após o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, caiu o apoio à democracia como melhor forma de governo, aponta pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de S. Paulo.
Para 62% dos entrevistados, a democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo. No levantamento anterior, realizado na semana do primeiro turno das eleições de outubro de 2018, esse índice era de 69%.
Cresceu de 13% para 22% a parcela da população para quem tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura. Permaneceu estável em 12% a fatia de entrevistados que diz ser preferível uma ditadura em certas circunstâncias.
Mas o que é democracia?
“A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo.”  – conceituava Abraham Lincoln.
Todos falam nela, mas será que sua definição é mesmo óbvia? Muitas pessoas explicariam que democracia é a presença de eleições. Mas também há eleições em ditaduras – como havia no Brasil durante o regime militar ou no Egito, em que o ditador ficou décadas sendo reeleito, ou na nossa vizinha Venezuela e até mesmo em regimes totalitários como a Coréia do Norte, um dos mais fechados que o mundo já viu. As eleições ajudam a dar uma máscara democrática e de legitimidade a um regime autoritário, mesmo que não sejam eleições livres e nem competitivas.
 A democracia é a pior forma de governo, mas não há nenhum sistema melhor que ela. – afirmava Winston Churchill.
A democracia é então a melhor forma de governo disponível?
Para muitas nações, a resposta provável é sim. Mas a democracia não acontece porque algo está escrito num pedaço de papel, mas está, acima de tudo, na cultura e no pensamento da sociedade.
A democracia brasileira está engatinhando. Somos nós que temos que construir a democracia que queremos e isso, está na expressão popular através do voto.
São as pessoas que nós colocamos no poder que dão forma a democracia, ou seja, somos nós os responsáveis pela democracia que se está apresentando no Brasil.
De nada adianta reclamar ou fazer pesquisas se nós, povo, não mudarmos quem está no poder e realmente dar a cara da democracia que estamos construindo e que queremos.
Ainda 62% da população brasileira afirma que a democracia é a melhor forma de governo, mas será que perguntaram de que democracia se está falando?
Termino com a frase de Leandro Karnal
"Democracia não é o paraíso, mas ela consegue garantir que a gente não chegue ao inferno".

Que 2020 traga novos ares à democracia brasileira.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

LULA LIVRE? Marketing Político


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solto após 580 dias na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, como consequência da decisão do STF de mudar a interpretação sobre o cumprimento de pena após condenação em segunda instância. Mas o processo que o levou à cadeia segue correndo na Justiça, além de outros seis, em diferentes cortes.
A tendência é um acirramento no cenário do marketing político. Mas há muitos vencedores.
 Bolsonaro ganha com a saída de Lula, pois permite que o Presidente através de um discurso, reúna a direita em torno dele de novo contra o "inimigo vermelho". Muito melhor ter o lula como inimigo único do que ter vários adversários dentro da própria direita (Doria, Witzel, PSL, etc.).
A esquerda que estava desarticulada ganha uma voz, capaz de dar espaço midiático a um projeto alternativo ao do Presidente Bolsonaro. Mesmo com forte rejeição na sociedade, a capacidade de Lula se reconectar com o eleitor petista é grande.
O petista também continua inelegível, por conta da Lei da Ficha Limpa. Mas vamos entender o que está em jogo:
Lula foi inocentado do caso triplex?
Não, A decisão do STF sobre a prisão em segunda instância não tem qualquer reflexo nas decisões da Justiça comum sobre as acusações que o ex-presidente enfrenta, apenas que agora responde em liberdade.
Lula pode concorrer às eleições?
A lei da Ficha Limpa, como o próprio nome diz, determina que um candidato que tem a ficha suja (que foi condenado por um colegiado em segunda instância por crimes como corrupção e abuso de poder econômico) seja cassado e fique inelegível para cargos públicos por oito anos. O ex-presidente Lula é ficha suja desde que foi condenado em segunda instância, em 2018.
Ele pode voltar para a prisão pelo caso triplex? Ou por implicação em outros processos?
Mesmo antes da decisão em segunda instância, o próprio Ministério Público já havia pedido que o presidente progredisse para o regime semiaberto, caso cumprisse pagamento da multa de reparação. Por isso, é improvável que o caso do triplex o devolva à cadeia.
O que Lula fará após ficar livre?
Ao deixar a cadeia, Lula anunciou o desejo de fazer uma caravana pelo Brasil.
Quais são as demais questões judiciais do ex-presidente na Justiça?
1. Caso do triplex do Guarujá - Condenado em terceira instância
2. Sítio de Atibaia - condenado em primeira instância
3. Operação Janus - absolvido da acusação de dois crimes
4. Instituto Lula - propina da Odebrecht – virou réu acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro
5.  Operação Zelotes - caças suecos e MP 471 – acusado de tráfico de influencia
6. Propina Odebrecht - empréstimo do BNDES indícios de recebimento de propina
7. “Quadrilhão do PT” - pedido de absolvição feito pelo MPF
8. Guiné Equatorial - tráfico de influência
9. Obstrução de justiça no caso Delcídio - absolvido
10. Mesada do Frei Chico - denúncia rejeitada, MPF recorreu.
 A imagem de Lula ficou muito abalada após a sua prisão. Ele tem contra si uma imagem pesada, ainda que seu processo seja objeto de questionamento na Justiça, com o recurso de suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que poderia anular seu processo.
Sergio Denicolli, diretor de big data da AP Exata acredita que: “Lula foi condenado e grande parte da população entende que ele é um criminoso. A maior parte do Brasil não comemorou sua saída e ele não tem mais o poder de levar tanta gente para a rua, apesar de sua oratória”.
Vamos esperar os próximos movimentos desse complicado xadrez.
ALEA JACTA ESTE – A SORTE ESTÁ LANÇADA.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

ELEIÇÕES 2.020 - MARKETING POLITICO


As eleições municipais serão no ano que vem.
A eleição mais importante que a população enfrenta é a municipal, pois, como dizia Ulisses Guimarães: O cidadão vive na cidade, e não no estado ou no país.
O comando da cidade tem influencia direta e imediata na vida dos munícipes, por isso a escolha deve ser bem feita.
Escolher prefeitos e vereadores e depois ficar se lamentando por quatro anos é o que realmente vem acontecendo. Poucas são as cidades que avaliam bem seus representantes políticos.
As cidades já começam a demonstrar movimentos sobre as campanhas eleitorais para prefeitos e vereadores.
Pré-candidatos procuram se juntar com forças politicas e sociais do município para pleitear o cargo.
É hora de a população começar a verificar quem procura quem e como será essa junção de forças.
Comecem a observar essas movimentações e a avaliar o que pode vir pela frente. Sua escolha na hora do voto pode e vai mudar sua vida.
Pode ser para melhor ou para pior.
Temos que ter consciência de que política não pode ser profissão. O bom político é aquele que, com espirito público, se candidata para servir o povo e não para se servir dele.
As eleições municipais vêm ai e a escolha é sua.
Depois não diga que foi enganado. Estude bem os candidatos e faça a escolha certa.
Política é a arte de fazer o bem, o resto é politicagem.


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

O que antes era ignorado, agora vira tema das eleições presidenciais


O articulado setor da agropecuária conseguiu colocar seu peso político e se fez enxergar nesta campanha eleitoral entre os presidenciáveis.
Não é à toa. O setor que segurou a economia brasileira nos anos de crise e serviu de porto seguro para as instabilidades que assolaram o país foi levado em conta para a formação de boa parte das chapas presidenciais.
Paulo Kramer analisa o setor dizendo que: "O papel político do setor agropecuário decorre do fato dele ser a âncora da economia brasileira. Sobretudo depois da crise, que começou justamente no último trimestre de 2014. Eles viraram a solitária âncora da economia brasileira".
A força política do setor também decorre da compreensão de seus representantes, ainda na época da redemocratização, da importância que deram ao se organizarem institucionalmente, inclusive no Legislativo do país.
Para isso fizeram a influente frente Parlamentar mista da Agropecuária, que conta com 227 deputados e 27 senadores inscritos, alguns fora do exercício.
A sociedade brasileira acordou para a importância do agronegócio e  percebeu o peso que tem na economia brasileira.
Hoje nenhum candidato a presidência da república ignora a agricultura, dando ênfase em seus programas de governo, as ações em prol desse segmento.
Um setor que era até marginalizado, o agronegócio brasileiro passou a ser um caso de sucesso.
Os agricultores, no passado, tinham frustração de safra, o governo não dava o devido apoio financeiro de custeio para o produtor, agora ganhou muito mais atenção, virando discurso de campanha eleitoral.
Termino esse comentário de hoje com a frase de Jose Graciano Dias: “AO PÉ DA LETRA, SOMENTE A AGRICULTURA E A PECUÁRIA REPRESENTAM PRODUÇÃO”.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

TEMPO DE TV E ACORDO DO CENTRÃO

Tempo de TV ajuda Alckmin, mas fator já foi pesou mais no passado.
Maior tempo de TV para propaganda eleitoral ajuda? Sim ajuda bastante.


Mas a importância já foi maior em disputas passadas.

Geraldo Alckmin fez um grande acordo com vários partidos e detém hoje 5minutos e 50 segundos no horário eleitoral gratuito e praticamente metade  das inserções diárias. 

Nesse acordo. Geraldo Alckmin ficou com um bloco de partidos formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, conhecido como “centrão”.

Serão 10 partidos ao todo.

Nenhum dos outros candidatos que hoje lideram as pesquisas terá tanto tempo de TV e rádio.

O PT tem 1min34; Ciro Gomes, 33s; Bolsonaro, 8s.

Com o bloco, Alckmin também conquista o apoio de governos e prefeituras que levarão seu nome às regiões onde sua candidatura se revela mais fraca, no Norte e Nordeste.

Estacionado em torno de 6% nas pesquisas, é natural que Alckmin cresça, embora não imediatamente, já que o horário eleitoral só começa em 31 de agosto.

O maior perdedor com esse acordo do Centrão com Alckmin será Ciro, que vinha tentando esse apoio agora dado a Alckmin.

Mas que preço Alckmin terá que pagar para isso?

Desde já, Alckmin se tornou refém do “toma-lá-dá-cá” que amaldiçoa a política brasileira.

Nesse toma lá dá cá do acordo, o PR ficaria com a Vice (indicou o filho de Jose de Alencar que não aceitou)

O DEM manteve a presidência da Câmara, com Rodrigo Maia, e apoio do PSDB à candidatura Eduardo Paes ao governo do Rio. 

O PP, apoio às disputas pelos governos de Santa Catarina e Alagoas. 

O PRB ganhou vagas ao Senado em disputas regionais.

O Solidariedade, do deputado Paulinho da Força, obteve uma promessa de revisão no financiamento a sindicatos, extinto pela reforma trabalhista. Ou seja, a volta do imposto sindical obrigatório.

O bloco ganhou ainda o direito de indicar o novo presidente do Senado.

A aliança entre Alckmin e o CENTRÃO reforça o argumento central da campanha do deputado Jair Bolsonaro onde ele afirma que é o único político que não é corrupto, e os demais são.

Todos agora aliados a Alckmin para preservar o velho sistema político, ou seja, com Alckmin os políticos e os partidos no controle do país continuariam os mesmos.

OS DESAFIOS DE ALCKMIN

A campanha de Alckmin terá doravante dois grandes desafios. Primeiro, livrá-lo da pecha de “candidato do sistema e dos velhos caciques”.

Segundo, capturar o sentimento antipetista, hoje aglutinado em torno de Bolsonaro, que reúne, segundo as pesquisas, o eleitorado mais fiel e menos propenso a mudar de voto.

Nenhum desses desafios será fácil.  

Se vai conseguir?

Apenas em setembro será possível avaliar o resultado de sua estratégia após o uso do tempo de TV. Mas, se até agora a eleição se inclinava em favor de Bolsonaro, a disputa promete ser mais acirrada.

Existe então uma nova força para Alckimin que não saia dos 6% de intenções de voto, mas essa força pode tanto impulsionar para uma  vitória retumbante como levar a candidatura a um tremendo e glorioso fracasso, acabando de vez com as pretensões dos velhos coronéis da politica brasileira.

Quem viver verá.

quarta-feira, 14 de março de 2018

A PRÉ-CANDIDATURA DÓRIA MARKETING POLÍTICO


O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), lançou nessa segunda-feira, sua pré-candidatura ao governo do Estado de São Paulo.

As prévias do PSDB estão marcadas para este domingo e definirão quem irá disputar o cargo de governador de São Paulo pelo partido.

Até o momento, Doria irá concorrer contra o empresário Luiz Felipe d'Ávila, o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, o prefeito de Praia Grande, Alberto Pereira Mourão e o ex-senador José Aníbal.

Se vencer as prévias do PSDB, Doria precisará deixar o cargo de prefeito de São Paulo até o dia 7 de abril.

Caso nenhum candidato atinja 50% dos votos, será realizado um segundo turno, previsto para o dia 25 de março.

Essa é a primeira vez, em quase 30 anos, que o PSDB deverá realizar prévias para a sucessão estadual.

Existe o temor de que Alckmin em retaliação a tentativa de Dória sair candidato a presidência,  não apenas não o ajude, mas também seja simpático a candidatura de Marcio França atual vice governador e quem estará no poder estadual durante a campanha eleitoral.

Indagado sobre o apoio do governador, Dória afirmou que: não é preciso aval de Alckmin, é preciso aval do PSDB.

Mas, será ele o candidato ideal para continuar o governo Alckmin?

A obviedade está presente. Quem acompanhou todo governo Alckmin não foi Dória, e sim quem está no governo e foi eleito juntamente com o atual governador que alias, tem uma boa avaliação no estado de São Paulo.

O Financial Time disse hoje que Dória sai para presidente se Alckmin não emplacar.

Circula nas redes sociais que a desincompatibilização do Prefeito de SP é flex.

Serve para governo, e se Alckmin não decolar, serve para presidência também.

Será que é hora de largar a Prefeitura de SP para se aventurar em uma nova candidatura?

Afinal Dória ainda não provou a que veio, ao menos, para os moradores da cidade de São Paulo.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

QUEM SERÁ BENEFICIADO SE LULA NÃO FOR CANDIDATO?


Num primeiro momento, candidatos de outros partidos de esquerda mais conhecidos do eleitor, como Marina Silva e Ciro Gomes, tendem a ser beneficiados. Mas o ex-presidente tem grande capital político e seu possível substituto no PT tende a crescer assim que Lula começar a pedir votos para ele na campanha


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao que tudo indica, não irá disputar a eleição presidencial em 2018, a menos que consiga reverter em tribunais superiores sua inegibilidade decorrente da condenação pelo TRF da 4.ª Região, a segunda instância da Lava Jato.

A possibilidade de uma eleição sem o petista levanta uma grande dúvida: quem irá herdar os 53 milhões de votos que hoje seriam de Lula?

A dinâmica da política impede uma resposta definitiva para a questão. Contudo, a última pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha, confere 36% das intenções de voto ao petista, e a análise de especialistas dão algumas pistas do que pode ocorrer.

Se Lula desistir da candidatura, num primeiro momento a tendência é de que sejam beneficiados os candidatos de outros partidos de esquerda, mais conhecidos que o possível substituto de Lula no PT. Mas, durante a campanha eleitoral, a partir do momento em que o ex-presidente começar a pedir votos para o petista que irá substituí-lo, esse candidato tende a subir.

Apenas para lembrar, Lula tinha 83% de aprovação de seu mandato e seu apoio a Dilma levou a candidata a ter apenas 53% dos votos.

O Datafolha indicou que há dois candidatos que mais ganham se Lula deixar a disputa: a ex-senadora Marina Silva e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes .

Ambos são de partidos mais à esquerda. E Marina, além disso, já foi filiada ao PT e fez parte do governo Lula como ministra do Meio Ambiente.

Nos cenários em que o Lula foi colocado como candidato, o melhor desempenho de Marina foi de 11% das intenções de voto. Sem Lula, ela saltou para até 17% – um acréscimo de 6 pontos porcentuais. É o mesmo crescimento do ex-governador do Ceará Ciro Gomes: seu melhor desempenho com Lula é de 7%; sem o ex-presidente, vai para 13%. Nas simulações sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, colocado pelo Datafolha como o nome do PT, só chegou aos 3%.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

MARKETING POLÍTICO - O LOBBY DOS TAXISTAS

Fila para entrar como visitante no Senado Federal, corredores cheios e faixas da Esplanada dos Ministérios mais próximas ao Congresso Nacional com filas de táxis estacionados. Se nas redes sociais, a pressão é para liberar o uso de aplicativos de transporte, em Brasília, o lobby que predomina é o oposto. Nas últimas semanas, taxistas têm organizado manifestações e pressionado senadores a votarem um projeto de lei que restringe o funcionamento de aplicativos como Uber e Cabify. A expectativa é que o texto seja votado nesta terça-feira (31). De acordo com o projeto da Câmara dos Deputados (PLC 28/2017), aprovado em abril, os serviços só serão legalizados se receberem uma autorização das prefeituras, como acontece com os táxis. Eles passariam a circular com uma placa vermelha. Representantes da Uber sustentam que, se a proposta for aprovada dessa maneira, o serviço será extinto. Ednaldo Monteiro, de uma cooperativa de taxistas do Distrito Federal, afirma que o serviço de táxi não pode ser desregulamentado, nem haver retrocesso para categoria. “Estamos visando que todos estejam nos termos da lei e já estamos no mercado há um bom tempo, Somos uma profissão regulamentada e não estamos pedindo pra bloquear ou acabar com os aplicativos. Só queremos que regulamente”, afirma. De acordo com ele, a categoria tem visitado os gabinetes dos senadores para pressionar pela aprovação do projeto da Câmara. Nesta terça (31), taxistas e motoristas da Uber se organizam para um novo protesto na Esplanada dos Ministérios. Há duas semanas, representantes da Uber entregaram 815 mil assinaturas contra o projeto. No fim de semana, a empresa lançou uma campanha com a hashtag “#LeiDoRetrocesso”. De acordo com a companhia, há 17 milhões de usuários e 500 mil motoristas no Brasil.

De acordo com enquete no site do Senado, 42.906 votos foram favoráveis à proposta que restringe o uso dos aplicativos e 203.751 contra. Para o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, a histórica ligação entre taxistas e políticos deve pesar na decisão. “É uma classe considerada formadora de opinião, então os parlamentares estão tentando protegê-los dos aplicativos”, afirma. De acordo com ele, a categoria continua tendo uma influência grande na população, mesmo com o avanço do aplicativos. “Vai permanecer por muito tempo assim, principalmente em uma eleição proporcional”, afirma o especialista. Ele destaca que no caso da disputa para deputado federal, o grande número de candidatos e o desconhecimento sobre a função aumentam o poder das informações ditas no boca a boca. Em algumas bases eleitorais, como no interior, os aplicativos não chegaram. E por outro lado, alguns sindicatos são aliados de peso de partidos como PT e PCdoB. Após a votação na Câmara, podia-se ouvir das galerias do plenário “Eu sou taxista, com muito orgulho, com muito amor”. De acordo com o projeto de lei aprovado na Câmara, os municípios ficariam responsáveis pela fiscalização, cobrança dos tributos e a emissão de Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) de prestação do serviço. Será exercida contratação de seguro de acidentes pessoais de passageiros e do DPVAT para o veículo. O texto prevê que o motorista tenha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com a observação de exercício de atividade remunerada e que ele esteja inscrito no INSS como contribuinte individual. igualmente é exigido que os motoristas sejam cadastrados nas empresas de aplicativos ou na plataforma de comunicação. Apresentado na Câmara em junho de 2016, o texto é de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), secretário de Transportes de São Paulo na gestão de Marta Suplicy. O texto não seguiu o rito tradicional e no dia da votação foi incluído na pauta do plenário às pressas. No Senado, há dificuldades de chegar a um entendimento. Alguns senadores se comprometeram a apresentar emendas para retirar a necessidade da placa vermelha e liberar o uso de carros de terceiros por motoristas credenciados. Na semana passada, o senador Pedro Chaves (PSC-MS), relator de uma proposta alternativa, não conseguiu voltar o texto na Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa. No mesmo dia, o plenário do Senado aprovou a urgência do projeto de lei, isto é, ficou decidido que o texto seria votado em plenário e não passaria por outras comissões. A decisão foi comemorada pelos quase 600 taxistas que estavam em Brasília. De acordo com a proposta de Chaves, os aplicativos seriam classificados como “transporte privado individual remunerado” e não público. O texto prevê que todos veículos estejam com impostos e multas quitados e tenha seguro para acidentes pessoais a passageiros. Não será obrigatório que o motorista seja o dono do veículo, mas que informe ao provedor do serviço a lista de todos os veículos que usará. Não poderão ser contratados motoristas com antecedentes criminais relativos a: crimes de trânsito, crimes contra a dignidade sexual, homicídio, lesão corporal grave ou seguida de morte, sequestro e cárcere privado, tráfico de pessoas, roubo e extorsão mediante sequestro e outros crimes “praticados mediante violência contra a pessoa ou grave ameaça”. O substitutivo igualmente obriga os provedores dos aplicativos de internet a manter cadastro atualizado de todos os motoristas e prevê a criação de diversas obrigações aos donos ou responsáveis pelos aplicativos, como manter sede, filial ou representação no Brasil. Hoje, motoristas da Uber arcam com o custo total do veículo, não tem isenção de impostos e pagma ISS como MEI (Microempreendedor individual) ou Simples a cada nota fiscal emitida. Taxistas têm isenção de IOF e IPI na compra do carro. Em São Paulo, um taxista paga cerca de R$ 255 em taxas anuais, e, no Rio, R$ 429 à prefeitura e precisa ter a licença para circular. Em São Paulo, igualmente é exigido o Condutax, um cadastro que vale por cinco anos e custa R$ 415. Motoristas de aplicativos não pagam essas taxas e circulam sem autorização das prefeituras. Em São Paulo, é exigido além disso curso específico para se tornar taxista, que custa R$ 127,54. Os aplicativos dispensam tal exigência. Quanto aos ganhos, o taxista autônomo fica com o valor integral da corrida, enquanto na UberBlack, 20% do valor da corrida fica para o aplicativo, e na UberX, 25%.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

PARTIDOS POLITICOS NO BRASIL - MARKETING POLÍTICO


EXISTEM NO BRASIL NADA MENOS DO QUE 35 PARTIDOS POLÍTICOS.

 NO SITE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL AINDA CONSTAM 69 PEDIDOS DE PARTIDOS EM FORMAÇÃO, OU SEJA, NOVOS PARTIDOS PODEM SER CRIADOS EM ATÉ SEIS MESES ANTES DAS ELEIÇÕES.

O NÚMERO DE PARTIDOS NO BRASIL NÃO É MUITO DIFERENTE DE OUTROS PAÍSES, PORÉM, UMA DIFERENÇA É FUNDAMENTAL: A IDEOLOGIA PARTIDÁRIA.

LÁ FORA CADA PARTIDO TEM SUA IDEOLOGIA E NO BRASIL NÃO TEM ISSO, O ÚNICO GRANDE PARTIDO QUE TINHA IDEOLOGIA ERA O PT, MAS SE PERDEU.

HOJE, OS PARTIDOS EXISTEM PARA TER FUNDO PARTIDÁRIO OU TEMPO DE TELEVISÃO PARA NEGOCIAR.

INFELIZMENTE ESSA É A VERDADE.

 OS PARTIDOS NÃO PRIORIZAM ELEIÇÕES DE PREFEITO, GOVERNADOR, SENADOR E DEPUTADO ESTADUAL.

QUEREM MESMO É TER BONS RESULTADOS NAS ELEIÇÕES PARA DEPUTADO FEDERAL, PORQUE, É COM BASE NO NUMERO DE DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS QUE SÃO DEFINIDOS OS VALORES DOS FUNDOS PARTIDÁRIOS E OS TEMPOS DE TELEVISÃO PARA CADA LEGENDA.

 ACABOU A IDEOLOGIA.

OS POLÍTICOS PRECISAM DOS PARTIDOS PARA ALUGAR, NEGOCIAR TEMPO OU RECEBER O VALOR DO FUNDO.

VOCE QUE É ELEITOR TEM QUE SABER QUE, CADA VEZ QUE VOCE VOTA EM UM DEPUTADO FEDERAL, VOCE ESTÁ DANDO MAIS DINHEIRO PARA OS PARTIDOS E MAIS TEMPO DE TV E RÁDIO, PARA QUE ELES POSSAM NEGOCIAR.

ISSO É MUITO TRISTE.

UMA MUDANÇA APROVADA RECENTEMENTE PELA CÂMARA FEDERAL E NO SENADO SERÁ RESPONSÁVEL PELA DIMINUIÇÃO DE PARTIDOS NO BRASIL.

TRATA-SE DA CLÁUSULA DE DESEMPENHO, (OU CLAUSULA DE BARREIRA) QUE DEFINE REGRAS PARA QUE OS PARTIDOS TENHAM ACESSO AO FUNDO PARTIDÁRIO, BASEADA NO DESEMPENHO DAS LEGENDAS NAS URNAS.

 A MEDIDA JÁ VALE PARA AS ELEIÇÕES DE 2018, E PREVÊ UM NÚMERO MÍNIMO DE DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS OU VOTOS VÁLIDOS PARA QUE OS PARTIDOS TENHAM ACESSO AO FUNDO PARTIDÁRIO E AO TEMPO DE RÁDIO E TV.

DOS 35 PARTIDOS, ATUALMENTE, SE A REGRA JÁ ESTIVESSE EM VIGOR, 14 PARTIDOS FICARIAM SEM O FUNDO E, CONSEQUENTEMENTE, DEIXARIAM DE EXISTIR.

NA FILA PARA SEREM CRIADOS OU VETADOS ESTÃO PARTIDOS COM NOMES NADA ORTODOXOS:


 PARTIDO SOCIAL DA FAMÍLIA (PSF), PARTIDO REPUBLICANO CRISTÃO BRASILEIRO (PRCB), PARTIDO NACIONAL INDÍGENA (PNI), PARTIDO DO ESPORTE (PE), NOVA ORDEM SOCIAL (NOS), PARTIDO NACIONAL DA SAÚDE (PNS), PARTIDO UNIVERSAL DO MEIO AMBIENTE (PUMA), PARTIDO MILITAR BRASILEIRO (PMVR), ALIANÇA RENOVADORA NACIONAL (ARENA), PARTIDO DA FRENTE FAVELA BRASIL (FRENTE), PARTIDO NACIONAL CORINTHIANO (PNC), DENTRE OUTROS. 


E ASSIM CAMINHA A POLÍTICA BRASILEIRA.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

MARKETING POLÍTICO - DENUNCIAS CONTRA TEMER


HOJE VAMOS FALAR SOBRE AS DENUNCIAS CONTRA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MICHEL TEMER.
A PRIMEIRA DENUNCIA FEITA PELA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA  - A FAMOSA PGU - DIZIA RESPEITO A CORRUPÇÃO PASSIVA E FOI ORIGINÁRIA DA FAMOSA GRAVAÇÃO DOS IRMÃOS BATISTA.
ESSA DENUNCIA FOI PARA A COMISSÃO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA E TEVE PARECER DESFAVORÁVEL A CONTINUAÇÃO DA DENUNCIA.
FOI PARA O PLENÁRIO DA CAMARA E FOI REJEITADA TAMBEM PELOS DEPUTADOS.
A SEGUNDA DENUNCIA: TEMER, PADILHA E MOREIRA FRANCO SÃO ACUSADOS DE INTEGRAR UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE TERIA RECEBIDO AO MENOS 587 MILHÕES DE REAIS EM PROPINA.
O PRESIDENTE TAMBÉM É ACUSADO DE OBSTRUÇÃO À JUSTIÇA, A PARTIR DE UMA CONVERSA GRAVADA PELO EMPRESÁRIO E DELATOR JOESLEY BATISTA, SÓCIO DO GRUPO J&F.
A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, A CCJ, TEVE O PARECER DO RELATOR LIDO NESTA SEMANA E DEVE IR A PLENÁRIO PARA VOTAÇÃO DOS DEPUTADOS NO PRÓXIMO DIA 17.
MAS ENTÃO ISSO QUER DIZER QUE O PRESIDENTE TEMER E SEUS DOIS MINISTROS NÃO SERÃO INVESTIGADOS POR ESSAS DENUNCIAS?
É ISSO QUE ESTÁ MAL EXPLICADO.
O QUE OS DEPUTADOS ESTÃO VOTANDO AGORA É PARA QUE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO SEJA INVESTIGADO ENQUANTO NO CARGO.
ISSO QUER DIZER QUE ASSIM QUE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENCERRAR SEU MANDATO, ESSAS INVESTIGAÇÕES SERÃO EFETUADAS.
O QUE ESTÁ SENDO FEITO AGORA É APENAS PRORROGAR AS INVESTIGAÇÕES, PARA QUE NÃO SE TENHA INTERRUPÇÃO DO MANDATO.
BOA PARTE DOS DEPUTADOS JUSTIFICOU SUA POSIÇÃO DIZENDO QUE, NO MOMENTO, O MAIS IMPORTANTE É RECUPERAR A ECONOMIA A PARTIR DAS REFORMAS ESTRUTURAIS TOCADAS POR TEMER.
SERÁ QUE ELES TÊM RAZÃO?
OS EMPREGOS COMEÇARAM A SER RECUPERADOS,
NESTA SEMANA FUNDOS INTERNACIONAIS EMITIRAM PARECER DIZENDO QUE O PIB BRASILEIRO SERÁ MAIOR DO QUE O PREVISTO.
A ECONOMIA COMEÇA A REAGIR.
MANTER A ESTABILIDADE POLITICA É MANTER A MESMA FILOSOFIA ECONOMICA.
CADA VEZ QUE MUDA UM GRUPO NO PODER, CRIA-SE A EXPECTATIVA DO QUE VAI MUDAR NA ECONOMIA E, NORMALMENTE, OS INVESTIDORES PARAM DE MOVIMENTAR AS FINANÇAS, AGUARDANDO O QUE SERÁ IMPLANTADO COM A NOVA ADMINISTRAÇÃO DO PAÍS.
ESTABILIDADE POLÍTICA DESAGUA SEMPRE EM ESTABILIDADE ECONOMICA.
 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

MARKETING POLÍTICO - FINANCIAMENTO ELEITORAL: A ENCRUZILHADA



VAMOS FALAR SOBRE O FINANCIAMENTO PARA CAMPANHAS ELEITORIAS, OU SEJA, DE ONDE VAI SAIR O DINHEIRO PARA FAZER A PROPAGANDA ELEITORAL.
USAR DINHEIRO PÚBLICO PARA FINANCIAR CAMPANHAS E PARTIDOS É UMA MEDIDA BASTANTE DISCUTÍVEL, MAIS AINDA NESTE MOMENTO EM QUE OS PARTIDOS EM GERAL ATINGEM O AUGE DA FALTA DE CREDIBILIDADE.

PELO MOMENTO E PELA MANEIRA COMO ESTÁ SENDO APROVADO NO CONGRESSO NACIONAL, O FUNDO PARA FINANCIAMENTO DE CAMPANHA, FICOU PARECENDO UM GRANDE REMENDO COSTURADO NA ÚLTIMA HORA PELOS CACIQUES PARTIDÁRIOS, PARA GARANTIR A IRRIGAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS, NAS PRÓPRIAS CAMPANHAS ELEITORAIS EM 2018.
AS POLÊMICAS EM TORNO DO “FUNDÃO” COMEÇAM PELAS FONTES DE ONDE SERÃO EXTRAÍDOS OS RECURSOS PARA CONSTITUÍ-LO.

PARTE DE SUA COMPOSIÇÃO VIRÁ DA NÃO EXECUÇÃO DAS EMENDAS PARLAMENTARES, OUTRA PARTE DO HORÁRIO PARTIDÁRIO EM RÁDIO E TV NOS ANOS NÃO ELEITORAIS.
O HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO CONTINUA.

MAS O QUE SÃO ESSAS EMENDAS PARLAMENTARES?
SÃO OS FAMOSOS RECURSOS QUE OS DEPUTADOS PASSAM DO ORÇAMENTO DA UNIÃO E DOS ESTADOS, PARA AS PREFEITURAS PODEREM COMPRAR EQUIPAMENTOS PARA SAÚDE, PARA CONSTRUIR CRECHES E ESCOLAS.

OS DEPUTADOS ALEGAM QUE ESSE DINHEIRO JÁ EXISTE,
REALMENTE ESSE DINHEIRO JÁ EXISTE E SERÁ DIMINUIDO EM 30%.

E QUAIS AS CONSEGUENCIAS DISSO?
VOCE QUE ESTA LENDO, TERÁ MENOS 30% DE SAUDE, EDUCAÇÃO, HABITAÇÃO, TRANSPORTE, ASFALTO E OUTRAS NECESSIDADES DA SUA CIDADE, PORQUE ESSE DINHEIRO IRÁ PARA FINANCIAR AS CAMPANHAS ELEITORAIS.

OS DEPUTADOS ALEGAM QUE O DINHEIRO É PÚBLICO.

AQUI TEMOS QUE LEMBRAR MARGARETH TACHER QUE DIZIA: “NÃO EXISTE DINHEIRO PÚBLICO, O DINHEIRO E DAS FAMÍLIAS”, OU SEJA, É UM DINHEIRO QUE SAIU DE SEU BOLSO, ATRAVÉS DOS IMPOSTOS QUE VOCE PAGA E QUE TODOS NOS PAGAMOS EM TODAS AS COMPRAS E ATÉ NAS CONTAS DE ÁGUA E LUZ.
OU SEJA, AS EMPRESAS FICARAM PROIBIDAS DE FAZER DOAÇÃO E QUEM PAGA A CONTA DAS CAMPANHAS ELEITORAIS AGORA É VOCE.

BOA TROCA NÃO?

quarta-feira, 19 de abril de 2017

UBER VERSUS TAXISTAS: OS INTERESSES (E MEDOS) DOS POLÍTICOS


Os deputados impuseram barreiras aos aplicativos de transporte de olho no voto dos taxistas. Mas a decisão, ao que tudo indica, não irá muito longe

Reza uma antiga lenda dos corredores do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas que o parlamentar que ousar contrariar os interesses de taxistas – categoria representada das capitais aos rincões do país – não se sustenta no cargo após uma eleição. Verdade ou não, fato é que o dito ainda assombra os políticos, conforme ficou bem claro durante a análise do projeto que regulamenta os aplicativos digitais de transporte, como Uber, 99 e Cabify.
A tramitação da matéria, criada em junho do ano passado, foi tão rápida quanto a formação de carreatas organizadas por taxistas na porta do Congresso. A categoria, unida e volumosa, via no texto a esperança de impor um entrave ao avanço explosivo de multinacionais em um setor historicamente dominado por ela.
O projeto inicial era a menina dos olhos dos taxistas. Desenhado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), secretário de Transportes de São Paulo durante a gestão de Marta Suplicy, o texto exigia que somente poderiam transportar passageiros individuais com fins remuneratórios aqueles que fossem fiscalizados e disciplinados pelo poder público, portassem um taxímetro físico e carregassem a tradicional placa luminosa com a palavra “táxi”. Sequer disfarçava o objetivo de enterrar a concorrência.
Sem seguir o rito tradicional dos projetos que passam pela Câmara dos Deputados, o texto aterrissou direto no plenário no fim do ano passado. Quase foi votado, mas prevaleceu a promessa que tentava equilibrar os interesses envolvidos: a proposta pegaria um atalho em uma comissão especial, onde todas as partes seriam ouvidas, antes de ir finalmente a voto. O rito acabou não sendo seguido. O projeto foi incluído na pauta do plenário na semana passada, às pressas.
O relator foi escolhido e anunciado momentos antes, após outros dois congressistas se recusarem a assumir a missão. Havia resistência em entrar em rota de colisão com algum dos lados – os taxistas, acompanhados da fama eleitoral, ou as novas plataformas, bem avaliadas pela opinião pública?
Nos bastidores, alardeou-se que as rodadas de negociação comandadas na Presidência da Câmara haviam resultado em um acordo entre representantes dos motoristas tradicionais e os dos que aderiram às novas tecnologias: o sistema de transporte por aplicativo ficaria autorizado, cabendo a cada município delimitar regras de funcionamento, como requisitos de acesso e o pagamento de tributos.
Se houve acordo, ele durou pouco. Na hora de votar, cada parlamentar mirou o próprio futuro político. Ligados aos sindicalistas, partidos de esquerda seguiram o apelo dos seus velhos cabos eleitorais, em número cada vez mais reduzido. À frente do projeto, o PT tenta se reconectar às categorias que o sustentaram em suas origens, mas que já não se sentiam mais representadas pelo partido. PSOL e PCdoB seguiram o mesmo caminho.
Pelas mesmas razões, outros congressistas voltaram-se às suas bases, a maioria delas localizada no interior, onde os serviços oferecidos pelos aplicativos ainda não chegaram. Há estados onde não há nem previsão para a chegada do Uber, por exemplo. Quase todos os parlamentares de Rondônia, por exemplo, optaram por dificultar um sistema que nem mesmo chegou à região.
Houve ainda os congressistas que, para não comprar briga com nenhum dos lados, nem apareceram para votar. Nada menos que 100 deputados fugiram do embate e não compareceram à sessão. Sabiam que a votação, conforme fora previamente acordado, aconteceria de forma nominal, de maneira que seus nomes e suas posições seriam amplamente divulgadas.
Como consequência da necessária regulamentação dos serviços como o Uber, o texto final resultou em um duro revés para os novos modelos digitais. Apesar da alta aceitação dessas ferramentas nas grandes capitais, a maioria dos deputados decidiu que, para circular, os veículos terão de incorporar ares de táxi, com placa diferenciada e concessão pública.
O resultado da votação foi festejado. Taxistas que lotavam as galerias do plenário e circulavam tranquilamente entre os parlamentares entoavam gritos como “Eu sou taxista, com muito orgulho, com muito amor” ao mesmo tempo em que abraçavam as excelências que os apoiaram – uma reverência cada vez mais rara no Parlamento, assolado por denúncias de corrupção.
Para o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, a decisão pró-taxistas era esperada. “Os deputados trabalham por região, e não no estado todo. Agora ele vai virar para o taxista e falar: ‘Está vendo? Eu votei a seu favor. Agora é hora de trabalhar para mim’”, afirmou. “Quem forma opinião mesmo é o vendedor de quitanda, é quem trabalha nas farmácias, é o taxista ou é o cabeleireiro. Eles têm contato direto com a população e uma credibilidade que pode influenciar no voto.” A mesma condição, diz Manhanelli, não pode ser conferida aos motoristas de Uber e dos demais aplicativos, já que eles não se organizam em sindicatos nem têm uma liderança popular consolidada.
“As regiões nas quais não há essa inovação tecnológica tiveram um lobby ainda mais forte dos taxistas. A esquerda, de forma geral, perdeu a opinião pública e dedica-se a trabalhar para nichos, e o Congresso, acuado, começa a votar na defensiva. Os deputados estão tentando garantir a sua reeleição. Todo mundo tem medo de enfrentar corporação aqui”, afirmou o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), o relator escolhido de última hora.
Após a esperada aprovação da matéria, deputados favoráveis aos taxistas – como Cabo Daciolo (PSOL-RJ), Laudívio Carvalho (SD-MG) e Carlos Zarattini (PT-SP) – desfrutam o estrelato nas páginas virtuais dos principais sindicatos do país. Dão entrevistas, são congratulados e também parabenizam a categoria pela “vitória”.
A festa dos taxistas, porém, pode não durar muito. Tudo indica que o texto aprovado pela Câmara não será mantido pelo Senado, por onde terá de passar antes de virar lei. O Palácio do Planalto, que tem poder de veto sobre o tema, também já sinalizou que não tem simpatia pelo modelo aprovado pelos deputados, e que gostaria de deixar a decisão de permitir ou não os serviços dos aplicativos a cargo de cada município. Enquanto isso, tudo continua como está – não há prazo nem para os senadores nem para o Planalto decidirem sobre a questão.
 
FONTE: http://veja.abril.com.br/politica/uber-versus-taxistas-os-interesses-e-medos-dos-politicos/