Maior tempo de TV para propaganda eleitoral ajuda? Sim ajuda bastante.
Mas a importância já foi maior em
disputas passadas.
Geraldo Alckmin fez um grande acordo com
vários partidos e detém hoje 5minutos e 50 segundos no horário eleitoral
gratuito e praticamente metade das
inserções diárias.
Nesse
acordo. Geraldo Alckmin ficou com um bloco de partidos formado por DEM, PP, PR,
PRB e Solidariedade, conhecido como “centrão”.
Serão 10 partidos ao todo.
Nenhum
dos outros candidatos que hoje lideram as pesquisas terá tanto tempo de TV e
rádio.
O
PT tem 1min34; Ciro Gomes, 33s; Bolsonaro, 8s.
Com
o bloco, Alckmin também conquista o apoio de governos e prefeituras que levarão
seu nome às regiões onde sua candidatura se revela mais fraca, no Norte e
Nordeste.
Estacionado
em torno de 6% nas pesquisas, é natural que Alckmin cresça, embora não
imediatamente, já que o horário eleitoral só começa em 31 de agosto.
O
maior perdedor com esse acordo do Centrão com Alckmin será Ciro, que vinha
tentando esse apoio agora dado a Alckmin.
Mas
que preço Alckmin terá que pagar para isso?
Desde
já, Alckmin se tornou refém do “toma-lá-dá-cá” que amaldiçoa a política
brasileira.
Nesse
toma lá dá cá do acordo, o PR ficaria com a Vice (indicou o filho de Jose de
Alencar que não aceitou)
O
DEM manteve a presidência da Câmara, com Rodrigo Maia, e apoio do PSDB à
candidatura Eduardo Paes ao governo do Rio.
O
PP, apoio às disputas pelos governos de Santa Catarina e Alagoas.
O
PRB ganhou vagas ao Senado em disputas regionais.
O
Solidariedade, do deputado Paulinho da Força, obteve uma promessa de revisão no
financiamento a sindicatos, extinto pela reforma trabalhista. Ou seja, a volta
do imposto sindical obrigatório.
O
bloco ganhou ainda o direito de indicar o novo presidente do Senado.
A
aliança entre Alckmin e o CENTRÃO reforça o argumento central da campanha do
deputado Jair Bolsonaro onde ele afirma que é o único político que não é
corrupto, e os demais são.
Todos
agora aliados a Alckmin para preservar o velho sistema político, ou seja, com
Alckmin os políticos e os partidos no controle do país continuariam os mesmos.
OS
DESAFIOS DE ALCKMIN
A
campanha de Alckmin terá doravante dois grandes desafios. Primeiro, livrá-lo da
pecha de “candidato do sistema e dos velhos caciques”.
Segundo,
capturar o sentimento antipetista, hoje aglutinado em torno de Bolsonaro, que
reúne, segundo as pesquisas, o eleitorado mais fiel e menos propenso a mudar de
voto.
Nenhum
desses desafios será fácil.
Se
vai conseguir?
Apenas
em setembro será possível avaliar o resultado de sua estratégia após o uso do
tempo de TV. Mas, se até agora a eleição se inclinava em favor de Bolsonaro, a
disputa promete ser mais acirrada.
Existe
então uma nova força para Alckimin que não saia dos 6% de intenções de voto,
mas essa força pode tanto impulsionar para uma
vitória retumbante como levar a candidatura a um tremendo e glorioso
fracasso, acabando de vez com as pretensões dos velhos coronéis da politica
brasileira.
Quem
viver verá.
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