Num primeiro momento,
candidatos de outros partidos de esquerda mais conhecidos do eleitor, como
Marina Silva e Ciro Gomes, tendem a ser beneficiados. Mas o ex-presidente tem
grande capital político e seu possível substituto no PT tende a crescer assim
que Lula começar a pedir votos para ele na campanha
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao
que tudo indica, não irá disputar a eleição presidencial em 2018, a menos que
consiga reverter em tribunais superiores sua inegibilidade decorrente da
condenação pelo TRF da 4.ª Região, a segunda instância da Lava Jato.
A possibilidade de uma eleição sem o petista
levanta uma grande dúvida: quem irá herdar os 53 milhões de votos que hoje
seriam de Lula?
A
dinâmica da política impede uma resposta definitiva para a questão. Contudo, a
última pesquisa eleitoral do Instituto Datafolha, confere 36% das intenções de
voto ao petista, e a análise de especialistas dão algumas pistas do que pode
ocorrer.
Se Lula
desistir da candidatura, num primeiro momento a tendência é de que sejam
beneficiados os candidatos de outros partidos de esquerda, mais conhecidos que
o possível substituto de Lula no PT. Mas, durante a campanha eleitoral, a
partir do momento em que o ex-presidente começar a pedir votos para o petista
que irá substituí-lo, esse candidato tende a subir.
Apenas
para lembrar, Lula tinha 83% de aprovação de seu mandato e seu apoio a Dilma
levou a candidata a ter apenas 53% dos votos.
O
Datafolha indicou que há dois candidatos que mais ganham se Lula deixar a disputa:
a ex-senadora Marina Silva e o ex-governador do Ceará Ciro
Gomes .
Ambos são
de partidos mais à esquerda. E Marina, além disso, já foi filiada ao PT e fez
parte do governo Lula como ministra do Meio Ambiente.
Nos
cenários em que o Lula foi colocado como candidato, o melhor desempenho de
Marina foi de 11% das intenções de voto. Sem Lula, ela saltou para até 17% – um
acréscimo de 6 pontos porcentuais. É o mesmo crescimento do ex-governador do
Ceará Ciro Gomes: seu melhor desempenho com Lula é de 7%; sem o ex-presidente, vai
para 13%. Nas simulações sem Lula, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad,
colocado pelo Datafolha como o nome do PT, só chegou aos 3%.
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