quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A IDOLATRIA CRIMINOSA

O Brasil passa por uma sucessão de crimes praticados pela idolatria politica, religiosa e de pensamentos.
Sob o argumento de que apenas prevalece a verdade de seus seguidores, estamos vivenciando situações que beiram a imbecilidade.
A idolatria política levou um fanático seguidor ideológico a cometer um atentado contra um candidato a Presidência da República, apenas porque não versava das mesmas convicções que as suas.
Na politica ainda, faz com que seguidores fanáticos, não acreditem nos crimes de seu líder. Para ele tudo é desculpável. Ele tudo pode.
Em outras ocasiões, tivemos santos católicos quebrados em praça pública, por fanáticos religiosos, por não seguir os mesmos dogmas de outra religião.
Ainda essa semana, um homossexual foi morto porque cruzou o seu caminho alguém que, com fanatismo, não aceita quem não tem o mesmo pensamento que o seu em relação à liberdade sexual.
Agora temos um caso que nos causa bastante espanto. Um homem chamado João de Deus, que há 40 anos trabalha no sentido de dar conforto espiritual e curas milagrosas a milhares de pessoas, é acusado por mais de 300 mulheres de ter cometido abuso sexual durante os rituais de cura. Seus seguidores o defendem ferrenhamente, alegando que é impossível que isso tenha acontecido.
Mas, 300 mulheres acusando esse homem, tendo em seus depoimentos relatado o mesmo modus operandi dos abusos, fica difícil inocentar esse cidadão.
Novamente a idolatria ofusca a visão de seguidores fanáticos.
Como estamos vendo, temos muito que aprender sobre seguir políticos, religiões e idolatrar homens ou mulheres, que se dizem acima do bem e do mal, ou que afirma ser mais honestos que todo mundo.
Não podemos voltar aos tempos da inquisição.
Termino esse comentário com uma frase de Voltaire
“Quando o fanatismo gangrena o cérebro, a enfermidade é incurável”
 
Carlos Manhanelli                                                                                  

Presidente da ABCOP – Associação Brasileira dos Consultores Políticos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

PRISÃO EM SEGUNDA INSTANCIA - MARKETING

O que realmente aconteceu no apagar das luzes do STF para seu recesso?
O ego de quem chega a algum poder, demonstra a megalomania do ser humano quando, a seu critério único, ficam decisões que podem abalar uma sociedade inteira.
Não há limites para quem sofre dessa terrível doença.
Pela segunda vez, enquanto no recesso do judiciário, foi tentado aplicar um golpe na sociedade brasileira, revogando prisões em segunda instancia.
Vamos ao caso mais recente:
Nesta quarta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello tomou uma decisão individual, atendendo a um pedido do PCdoB, para suspender a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.
A execução antecipada de pena é considerada um dos pilares da Lava Jato e a decisão de Marco Aurélio abriria caminho para a soltura de 169 mil presos acusados dos mais diversos crimes, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, incluindo-se nessa lista o ex-presidente e atual presidiário Luis Inácio Lula da Silva.
Essa decisão tumultuou o Brasil e manteve o país em suspense por um dia inteiro, mas também manteve na mídia o Sr. Marco Aurélio de Melo que, alias para quem não sabe, é primo do ex-presidente Collor de Melo.
Próximo a posse do futuro Presidente da Republica que, em uma eleição que foi altamente polarizada e que demonstrou ânimos exaltados,  reacende a chama da polarização, ao meu ver, completamente desnecessária e inoportuna.
Graças a um pedido da Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, O Presidente do STF, Dias Tófoli, foi obrigado a se posicionar e revogou a liminar do hollywoodiano ministro Marco Aurélio de Melo, que teve seus 15 minutos de fama.
 Em um artigo publicado em 1899 chamado “O Justo e a justiça política”, Rui Barbosa escreveu que “ O Brasil poderia ter tribunais de sobra, mas jamais teria justiça, se o dever se ausentasse da consciência dos magistrados”.
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O QUE É INDULTO?


Estamos às voltas de um tema bastante controverso que é o indulto decretado pelo Presidente Michel Temer.
Mas o que é indulto?
Indulto significa perdão ou absolvição de um erro ou uma pena que foi aplicada a alguém.
O indulto é o fim do cumprimento de uma condenação. 
Esse costume remonta aos reinados e impérios.
A origem histórica do indulto é incerta, havendo registros de sua concessão na Grécia, no governo de Sólon, no período de 594 a.C..
Em Roma também há registros de indultos imperiais.
Na Bíblia Sagrada, no Novo Testamento, vem retratado o episódio da apresentação de Jesus a Pôncio Pilatos, que culminou com a morte na cruz e com a soltura de Barrabás.
O indulto natalino assinado pelo Presidente Temer.
O Presidente da Republica, através de artigo na constituição, possui o poder do indulto. Mas o que salta aos olhos no indulto natalino do ano de 2017 é que o indulto assinado pelo Presidente da República , favoreceu, não apenas a bandidagem em geral, como também diversos corruptos condenados na Operação Lava-Jato, insultando a sociedade e desferindo um tapa na cara da parcela honesta da população brasileira.
A desfaçatez foi tanta que causou, inclusive, visível constrangimento ao Ministro da Justiça Torquato Jardim ao tentar explicar à imprensa que o indulto mais generoso foi “decisão política” de Temer.
Mas não é somente no Brasil que a incoerência existe.
O presidente peruano Pedro Pablo (investigado por ter recebido propina de empreiteiras brasileiras) concedeu indulto "por razões humanitárias" a Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru, condenado por corrupção e violações dos direitos humanos.
Constata-se, então, o total desvirtuamento do indulto, que vem sendo utilizado, principalmente no Brasil, de maneira totalmente arbitrária e descomprometida com o interesse público, permitindo que a sociedade, mais uma vez, fique à mercê não somente da criminalidade violenta, que ceifa vidas e desassossega a população, como também da criminalidade política, que assalta impune e desavergonhadamente os cofres públicos.
 O STF está julgando a validade desse indulto.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O QUE ESSAS ELEIÇÕES DE DOMINGO DISSERAM?


Eu já participei de mais de 300 eleições no Brasil, América Latina e África desde 1974 e nunca vi uma eleição tão surpreendente como essa.
Senão vejamos:
Ficou claro que os votos dados a Bolsonaro para presidente não sofreram influencia dos artistas, jornalistas e mídias que, quase na sua totalidade, foram contra Bolsonaro, mas essa influencia não atingiu o eleitor.
 O eleitor ficou com a maioria que se manifestou contrária à esquerda, a ideologia de gênero, a consagração de temas que contrariam a tradicional família brasileira.
O eleitor optou por aqueles que ficaram com o patriotismo, com a tradição da família, com a segurança, com o respeito à religião, seja ela qual for.
Optou por um deputado com mais de 20 anos de carreira politica e o considerou novo. Novo, porque não foi em nenhum momento objeto de escândalo ou de corrupção.
O eleitor se libertou das amarras do obscurantismo e da subserviência, e votou de acordo com o que acredita, foi soberano no voto. A democracia silenciosa venceu.
Quem realmente saiu arranhado nessas eleições foram os grandes institutos de pesquisas que erraram em muito suas previsões e agora, ficam dizendo que o eleitor mudou de uma hora pra outra na reta final. 
O eleitor não é esquizofrênico para mudar de ideia da noite para o dia.
As pesquisas foram se ajustando no final para não errar de muito, mas mesmo assim os erros foram grotescos.
Isso nos leva a desconfiar das pesquisas.  Porque estava Dilma para Senadora em Minas em primeiro lugar e apenas no ultimo dia as pessoas desistem de votar nela, e ela fica em quarto lugar e não se elege?  Suplicy em SP aparece da mesma forma, Zema que nem aparecia direito nas pesquisas chega em primeiro lugar.
Tudo isso desmente as ultimas pesquisas.
Será que o eleitor endoidou de vez e mudou seu voto em 24 horas?
Não acredito nisso, em hipótese alguma.
Os fenômenos Eduardo Bolsonaro deputado federal com um milhão quinhentos e sessenta e três mil votos o mais votado na historia das eleições para Deputado Federal e Janina Paschoal do partido de Bolsonaro que também bate recorde de voto para deputada estadual com mais de dois milhões de votos não foram detectados pelas pesquisas.
As pesquisas deixaram muito a desejar.
Como eu sempre digo pesquisa é um diagnóstico e não um prognóstico. É o que esta acontecendo no momento e não o que vai acontecer. É uma foto e não uma bola de cristal.
Outras constatações: Cabo Daciolo nas urnas ficou a frente da Marina, do Meireles e do Álvaro Dias.
 O PT se não fosse o nordeste, teria praticamente desaparecido.
 Alckmin com o apoio da maioria dos partidos sentiu o que foi se juntar com processados pela lava-jato.
Agora se apresenta um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.
Bolsonaro carrega 46% dos votos para o segundo turno, faltando apenas cinco por cento para se consagrar Presidente da República. Deve receber uma parte do Alckmin, uma boa parte do Amoedo, do Meireles e do Álvaro Dias.
Haddad deve receber a totalidade do Boulos.
Como eu falei em comentários anteriores, segundo turno é uma nova eleição. A composição das forças politicas é quem vão decidir os rumos finais desta eleição.
Álea Jacta Est – A sorte está lançada.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Campanhas eleitorais gastaram, até agora, R$ 7,9 milhões em pesquisas

Candidatos ao Palácio do Planalto estão vigilantes aos dados das pesquisas eleitorais. O interesse não se resume às sondagens de intenção de voto encomendadas pela mídia, mas também em levantamentos contratados por eles mesmos. Até ontem, as campanhas tinham gastado quase R$ 7,9 milhões com 18 pesquisas.

Henrique Meirelles (MDB) foi o que mais fez despesas com levantamentos: 45% dos gastos. Ele já desembolsou R$ 3,4 milhões em nove amostragens. Em seguida, aparece a candidatura do PT, que pagou R$ 2,5 milhões em três pesquisas. Nesse caso, somente durante o período em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o cabeça de chapa. Não há registros em nome de Fernando Haddad, o atual candidato da sigla.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Correio, com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros candidatos que encomendaram pesquisas foram Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (PSol). Os demais não registraram esse tipo de despesa (veja quadro).

Jacqueline Quaresemin de Oliveira, professora de Pesquisa Eleitoral e Opinião Pública da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), explica que, neste momento, os candidatos contratam pesquisas qualitativas, ou seja, que se aprofundam em determinadas questões. “O que vemos nos jornais e tevês são amostragens quantitativas, de aglutinação de números. As qualitativas buscam outros aspectos. Querem saber o que o seu potencial eleitor pensa ou o que pensa quem vota nos adversários. São pesquisas caras, por se tratar de aspectos subjetivos”, diz.
A professora acrescenta que em pesquisas quantitativas, como as de intenção de voto, o eleitor se adequa a um questionário. Já nas qualitativas, são questões como problemas ligados à imagem do candidato ou associações a ela. “Há, ainda, pesquisas voltadas para os redutos de voto branco ou nulo. Normalmente, essas informações não são divulgadas, por tratarem de questões estratégicas e muito usadas na coordenação de campanha e no marketing eleitoral.”

O cientista político Marcus Ianoni, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), detalha como essas informações são usadas para nortear as campanhas. “Há casos em que se questiona a rejeição ou a aprovação. Isso serve para traçar estratégias de comportamento e comunicação do candidato. Esses dados servem para o partido tentar diminuir sua rejeição ou explorar um nicho do eleitorado”, explica.

“Bússola”

Presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli ressalta que as pesquisas são usadas desde as primeiras corridas eleitorais. “É a bússola da campanha, o que diz para onde ir e como ir. Elas ancoram a construção do discurso ou o argumento de voto. Se forem bem-feitas, com informações bem segmentadas, podem remontar a estratégia da campanha e mudar uma eleição”, avalia.

A assessoria de Henrique Meirelles informou que encomendou pesquisas “básicas”. Entre as amostragens, estão as de tracking. Elas servem para avaliar como a imagem está no mercado. Esse acompanhamento é feito de forma contínua (diária, semanal ou mensal). “Todas as pesquisas foram registradas no TSE e são informações estratégicas de campanha”, disse.

A reportagem entrou em contato com as assessorias dos demais candidatos citados, mas elas não comentaram os dados até o fechamento desta edição. Segundo o TSE, a “Justiça Eleitoral considera gastos eleitorais legítimos” a realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais. As informações devem ser esclarecidas na prestação de contas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

ATAQUE A BOLSONARO FREIA AGRESSÕES NA CAMPANHA



Disputa presidencial retorna com apelo ao diálogo, conciliação e repúdio à violência; episódio será abordado pelos candidatos no horário eleitoral no rádio e na TV
O efeito imediato do atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, foi frear o clima beligerante que marcava a disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições 2018. A campanha presidencial volta às ruas neste sábado, 8, – dois dias após Bolsonaro (PSL) ser esfaqueado durante um ato em Juiz de Fora (MG) – com um novo foco: o apelo ao diálogo e o repúdio à violência. O ataque será abordado pelos presidenciáveis com tom de conciliação em novos programas de TV e rádio, gravados às pressas sob orientação dos marqueteiros. Agendas públicas preveem carreatas e uma caminhada pela paz.
Se em outras eleições a tensão entre os candidatos ia subindo, gradativamente, com a aproximação das semanas decisivas, nesta campanha mais curta e em meio a um cenário político acirrado a fase de ataques já estava em curso. Bolsonaro, que se notabilizou por um discurso antipetista, era alvo constante de adversários. Agora, a ordem geral é evitar qualquer tipo de crítica mais pesada à biografia do candidato do PSL.
A cúpula da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu nesta sexta-feira, 7, e decidiu gravar um programa quase todo dedicado ao atentado em Juiz de Fora e com a mensagem de união e pacificação do País. Haverá falas de Alckmin e da candidata a vice, Ana Amélia (PP). Até a agressão, o tucano era o que mantinha a linha mais agressiva contra Bolsonaro na TV e no rádio, com comerciais que citavam seu histórico agressivo, especialmente contra mulheres. Os ataques foram suspensos, ao menos temporariamente.
Pesquisas qualitativas definirão o rumo dos comerciais veiculados pela campanha de Alckmin a partir da semana que vem. Por ora, o plano prevê uma fase mais propositiva.
A campanha de Marina Silva (Rede) agendou para o início da tarde de hoje uma “caminhada pela paz” na rua mais popular de São Paulo, a 25 de Março. 
Alvaro Dias, do Podemos, também mudou o planejamento. Ele regravou o programa eleitoral que será veiculado hoje. A agressão a Bolsonaro vai tirar Dias do seu discurso principal, de exaltar a Operação Lava Jato. “Interrompo hoje a campanha no rádio e na TV por causa do atentado contra Bolsonaro, espero que ele se recupere logo. Eu sempre soube que não é na faca e na bala que vamos resolver os problemas”, diz o candidato do Podemos no programa. 
“Minha vida inteira foi de combate contra a corrupção, as mordomias e os vagabundos, mas indignação e raiva são coisas bem diferentes. Com ódio ninguém constrói nada.”
Ciro Gomes, do PDT, programou caminhadas em seu reduto eleitoral. Ciro, que também suspendeu críticas mais duras a Bolsonaro, estará em Juazeiro do Norte, no Ceará.
Até quinta-feira, o tom belicoso era uma arma eleitoral adotada sem constrangimento por parte dos candidatos. 
A avaliação é de que a campanha mais curta e a percepção de que o eleitor estaria seduzido por uma postura “mais extremada e radical” potencializavam o ambiente eleitoral agressivo. 
“Na política, não temos direito de passar com paletó limpo”, afirmou Ciro Gomes durante a sabatina Estadão-Faap, na terça-feira passada, quando questionado sobre seu temperamento intempestivo. 
Dois dias depois, horas antes do atentado contra Bolsonaro em Minas, Alckmin – também na sabatina Estadão-Faap – foi questionado sobre a estratégia de sua campanha de usar metade do seu tempo TV com uma campanha negativa contra o candidato do PSL. “Campanha política é para pôr o dedo na ferida. É para isso que tem campanha”, respondeu o tucano.
Nos últimos dias, Bolsonaro, por exemplo, falou em “fuzilar a petralhada” e mandá-la para a Venezuela, em evento no Acre. O clima de campanha está tão fora do tom costumeiro que o próprio presidente da República, Michel Temer, gravou vídeos atacando Alckmin e o petista Fernando Haddad, provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, como candidato do partido à Presidência.

Quebra de hegemonia entre PT e PSDB é fator de acirramento, diz analista
 Para o cientista político Vitor Oliveira, a quebra de hegemonia entre PT e PSDB é um dos fatores desse acirramento. “Esse ano a campanha é curta. E já estamos na metade dela. Além disso, houve uma quebra de hegemonia das duas forças mais relevantes nos últimos anos. Tudo isso somado acirrou a disputa, abriu espaço para competição. Mais competição, mais calor, mais ataques e tentativas de desconstrução. Nós temos exemplos em eleições passadas de que bater funciona. 
Carlos Manhanelli, especialista em marketing político, avaliou que a eleição “está contaminada pelas redes sociais”. 
O cientista político Rodrigo Prando (Mackenzie) vê nesta campanha resquícios de 2014. “Ainda é uma herança da disputa entre ‘nós ou eles’ ou ‘coxinhas contra mortadelas’ e outras divisões criadas pelos próprios partidos”, disse. “Se o candidato evita esse embate mais duro, pode ser taxado de covarde – o que seria a morte eleitoral. O brasileiro gosta desse elemento virulento.”/ GILBERTO AMENDOLA, ADRIANA FERRAZ, MARIANNA HOLANDA, PEDRO VENCESLAU e RICARDO GALHARDO 
https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,ataque-a-bolsonaro-freia-agressoes-na-campanha,70002493003

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

O que antes era ignorado, agora vira tema das eleições presidenciais


O articulado setor da agropecuária conseguiu colocar seu peso político e se fez enxergar nesta campanha eleitoral entre os presidenciáveis.
Não é à toa. O setor que segurou a economia brasileira nos anos de crise e serviu de porto seguro para as instabilidades que assolaram o país foi levado em conta para a formação de boa parte das chapas presidenciais.
Paulo Kramer analisa o setor dizendo que: "O papel político do setor agropecuário decorre do fato dele ser a âncora da economia brasileira. Sobretudo depois da crise, que começou justamente no último trimestre de 2014. Eles viraram a solitária âncora da economia brasileira".
A força política do setor também decorre da compreensão de seus representantes, ainda na época da redemocratização, da importância que deram ao se organizarem institucionalmente, inclusive no Legislativo do país.
Para isso fizeram a influente frente Parlamentar mista da Agropecuária, que conta com 227 deputados e 27 senadores inscritos, alguns fora do exercício.
A sociedade brasileira acordou para a importância do agronegócio e  percebeu o peso que tem na economia brasileira.
Hoje nenhum candidato a presidência da república ignora a agricultura, dando ênfase em seus programas de governo, as ações em prol desse segmento.
Um setor que era até marginalizado, o agronegócio brasileiro passou a ser um caso de sucesso.
Os agricultores, no passado, tinham frustração de safra, o governo não dava o devido apoio financeiro de custeio para o produtor, agora ganhou muito mais atenção, virando discurso de campanha eleitoral.
Termino esse comentário de hoje com a frase de Jose Graciano Dias: “AO PÉ DA LETRA, SOMENTE A AGRICULTURA E A PECUÁRIA REPRESENTAM PRODUÇÃO”.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

CAMPANHAS 'ESQUECEM' DE RENOVAR JINGLES - MARKETING POLITICO

Vai começar a temporada de jingles das eleições 2018 e aquela tradicional busca por colar na cabeça do eleitor o nome, o número e a mensagem que cada candidato quer passar. Como já é tradição, quem busca o voto vende “mudança”, mote quase onipresente nos refrões das músicas que tomarão conta do horário eleitoral a partir do próximo dia 31. O ritmo pode ser diferente, mas a promessa de “tirar o Brasil da crise” será cantada por todos os presidenciáveis.

Com base nos jingles já divulgados pelas campanhas, Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) são os que mais abusam da promessa de mudar o rumo do País. Ciro diz que tem experiência para isso, Meirelles e Dias afirmam que só eles são capazes de fazer o que o eleitor espera e Bolsonaro até nomeou seu hit de Muda Brasil.

Para Carlos Manhanelli, especialista em marketing político e autor do livro Jingles Eleitorais e Marketing Político – Uma Dupla do Barulho, os jingles da eleição “estão todos iguais e parecem escritos por uma mesma pessoa”. “Tem uma falta de originalidade. Parece que um está copiando o outro. Nenhum deles vai sobreviver depois do período eleitoral. Não tem um chiclete de ouvido”, disse.

Entre os jingles já apresentados, Manhanelli notou que Alvaro Dias usa o sertanejo universitário para passar uma ideia de honestidade; que o nome Ciro é repetido 67 vezes em meio a um tecno brega; que Meirelles escolheu ritmos nordestinos para se vender como o homem que precisa ser chamado para resolver qualquer problema; e que o jingle de Bolsonaro repete quase um Lulinha paz e amor quando afirma “Bolsonaro com amor e com coragem”.

 Líder nas pesquisas de intenção de voto no cenário sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, Bolsonaro apela ainda à emoção para conquistar – ou ao menos manter – seu eleitorado em busca de uma vaga no segundo turno. O jingle espalhado pelas redes sociais do candidato e de apoiadores começa com os acordes do hino nacional e segue no ritmo do forró para afirmar que “olha para o futuro, quer ver seus filhos num país mais seguro” e, “com amor e com coragem”, vai “mudar a nossa Nação”.

Com a indefinição a respeito da candidatura de Lula, que terá seu registro julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos dias, o PT, por enquanto, mantém o jingle lançado para a convenção nacional do partido, que indicou o ex-presidente como candidato. A música remete às campanhas de 1989 e da vitória de 2002, famosas pelo “Lula lá” e pelo coro da “esperança”, mantendo a estratégia de usar o nome do ex-presidente o máximo durante a campanha deste ano.

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), caberá ao eleitorado agora julgar se as promessas de mudança vendidas nos jingles convencem e são ou não viáveis. “Obviamente, o que se tenta é seduzir o eleitor com promessas de um futuro novo. Mas até que ponto isso convence? Vale lembrar que vários desses candidatos estão ou já estiveram no governo”, disse.
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Teixeira também chama a atenção para a ausência da palavra “corrupção” nos jingles. Em vez de mencionar os escândalos revelados pela Operação Lava Jato e por outras investigações conduzidas pela Polícia Federal, a maioria dos presidenciáveis optou por destacar as palavras “honestidade” e “ficha limpa” nas músicas de suas campanhas.

Mesmo o candidato que levanta costumeiramente a bandeira da Lava Jato, o senador Alvaro Dias, omite o termo na balada sertaneja que levará para a TV e o rádio. Para o cientista político, a explicação é óbvia: “A maioria não toca na palavra corrupção porque não pode atirar pedra em ninguém.”
 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

JINGLES NAS CAMPANHAS DESTE ANO


COMEÇAM AS CAMPANHAS ELEITORAIS E OS JINGLES JÁ SE APRESENTAM.
AS FAMOSAS MUSICAS ELEITORAIS SÃO UMA FERRAMENTA MULTIUSO E POR ISSO IMPRECINDÍVEIS A UMA BOA CAMPANHA.
MAS, VAMOS ANALISAR OS JINGLES QUE TIVEMOS ACESSO.

O QUE MAIS USARAM NOS JINGLES PRESIDENCIAIS FOI A PALAVA MUDANÇA.
DOS 08 JINGLES QUE TIVEMOS ACESSO, 5 FALAM DE MUDANÇA NA SUA LETRA.
VEJAMOS OS CASOS:

·                   ALVARO DIAS: "TÁ DIFÍCIL ACREDITAR, MAS É HORA DE MUDAR";

 
·                   CIRO GOMES"A GENTE QUER MUDANÇA" / "TEM MUITA COISA PRA MUDAR";

 
·                   GERALDO ALCKMIN"VAMOS TODOS JUNTOS E JUNTOS MUDAR";

 
·                   HENRIQUE MEIRELLES"CHAMA HONESTIDADE E CORAGEM, QUE TEM O PULSO PRA MUDAR A DIREÇÃO";

 
·                   JAIR BOLSONARO"BATE FORTE MEU CORAÇÃO PRA MUDAR A MINHA NAÇÃO" / "MUDA BRASIL, MUDA BRASIL, MUDA DE VERDADE" / "A NOVA ORDEM É MUDANÇA" / "SOU BOLSONARO PRA MUDAR NOSSA NAÇÃO";

O TERMO SÓ NÃO APARECE NOS JINGLES DE EYMAEL (DC), LULA (PT) E MARINA (REDE) ".

OUTRAS EXPRESSÕES BASTANTE REPETIDAS NOS JINGLES, FORAM:

·                   BRASIL POVO, ESPERANÇA, CORAÇÃO, CORAGEM, CHAMA – CHAMAMENTO,  GENTE, PRESIDENTE;

ALIAS OS JINGLES DE MEIRELES E LULA TEM O MESMO MOTE: CHAMA O HOMEM, COLOCANDO OS DOIS NO PATAMAR DE QUE QUANDO SE TEM PROBLEMAS, CHAMANDO ELES RESOLVEM.

ANALISANDO CADA JINGLE TEMOS:

ALVARO DIAS: EM RITMO SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, AS PALAVRAS QUE MAIS CHAMAM A ATENÇÃO: “FALA E FAZ” E “CHEGA DE BLÁ BLÁ BLÁ”.

CHAMA A ATENÇÃO PARA A HONESTIDADE DO CANDIDATO.

 
CIRO GOMES: EM RITMO TECNO-BREGA, O JINGLE REPETE 67 VEZES O NOME DO CANDIDATO, ALÉM DE TENTAR CRIAR UM CHICLETE DE OUVIDO COM AS PALAVRAS “A GENTE QUER” E “PRECISA DE”, PRATICAMENTE IDÊNTICO AO USO NO JINGLE DE BOLSONARO.

GERALDO ALCKMIN: RITMO SOLENE, QUASE UM LAMENTO, APOSTA NO CHICLETE DE OUVIDO “GERALDO EU VOU” PALAVRAS COMO “CORAGEM”, “VIDA LIMPA”, “FAMÍLIA” E "RESPEITO", SÃO USADAS PARA PASSAR O PERFIL DO CANDIDATO.

O TERMO "TRISTEZA PRECISA TER FIM" SE IGUALA AO JINGLE DO LULA QUE DIZ: "ESSA TRISTEZA, MEU POVO, VAI TER FIM".
 

HENRIQUE MEIRELES: RITMO NORDESTINO, REPETE A IDEIA DE "CHAMAR O CANDIDATO”, “TEM CORAGEM DE ENCARAR OS DESAFIOS". O MESMO RECURSO USADO POR LULA. O SUPER HOMEM QUE DEVE SER CHAMADO QUANDO TEM PROBLEMAS.

JAIR BOLSONARO: TAMBEM COM RITMOS NORDESTINOS, REFORÇA A IDÉIA DA MUDANÇA. É O JINGLE QUE MAIS REPETE O NOME DO BRASIL. DEFINE O CANDIDATO COM AS PALAVRAS "BOLSONARO COM AMOR E COM CORAGEM".

LULA: RITMO VOLTADO AO FORRÓ, REFORÇA A IDÉIA DE CHAMAR O HOMEM DIZ A MÚSICA, "O POVO QUER" E "O HOMEM DÁ JEITO".  O MESMO RECURSO UTILIZADO POR MEIRELES, O SUPER HOMEM. O JINGLE SE UTILIZA TAMBÉM DO "ESSA TRISTEZA, MEU POVO, VAI TER FIM". IDENTICA A DE ALCKMIN "ESSA TRISTEZA PRECISA TER FIM".

 
MARINA SILVA: RITMO BEM PRÓXIMO AO XOTE NORDESTINO, COLOCA O ELEITOR ESTANDO COM MARINA "TÔ COM MARINA" É A EXPRESSÃO QUE MAIS SE REPETE. MENCIONA O NOME DO VICE E É O ÚNICO A FAZER ISSO. MAIS UM APELO A MUDANÇA COM A FRASE: "VAMOS TRANSFORMAR O BRASIL" E LEMBRANDO EDUARDO CAMPOS "NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL".

JOSÉ MARIA EYMAEL: RITMO DE MARCHINHA CONSERVA O FAMOSO JINGLE “UM DEMOCRATA CRISTÃO”, É O ÚNICO ATE AGORA QUE CITA O NOME DO PARTIDO E TAMBEM O ÚNICO QUE, ACERTADAMENTE, COLOCA O NUMERO DO CANDIDATO PARA SER MEMORIZADO PELO ELEITOR. 


 

JINGLES ELEITORAIS SÃO MUSICAS FEITAS ESPECIALMENTE PARA RESALTAR AS QUALIDADES DE UM CANDIDATO E PROPAGAR SEU MOTE DE CAMPANHA.



LINKS PARA OS JINGLES:









 

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

CANDIDATOS AGORA SÃO OFICIAIS

O prazo para partidos e coligações apresentarem os pedidos de registro das candidaturas terminou nesta quarta-feira dia 15.

No Tribunal Superior Eleitoral, 13 candidatos apresentaram os pedidos. São eles: Alvaro Dias, Cabo Daciolo, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro, João Amoêdo, João Vicente Goulart, José Maria Eymael, Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva e Vera Lúcia.
 
O PROBLEMA DE LULA

Ao todo, as convenções confirmaram 14 candidaturas, mas Manuela D'Ávila (PCdoB) deve desistir para concorrer como candidata à vice na chapa encabeçada pelo PT, reduzindo o número de candidatos a 13.

A candidatura de Lula, porém, pode gerar questionamentos na Justiça porque, além de estar preso, o ex-presidente se encaixa nos critérios da Lei da Ficha Limpa, segundo a qual fica inelegível quem for condenado por órgão colegiado da Justiça em segunda instancia.

O PT já anunciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato a vice de Lula, mas, segundo informações, o partido trabalha, sem alarde, com a chapa Haddad e Manuela D'Ávila.

Impugnação

Dentro de cinco dias, candidatos, partidos, coligações ou o Ministério Público Eleitoral podem questionar esses registros.

O TSE tem prazo até dia 17 de setembro para fazer a análise inicial dos registros. Depois, ainda será possível analisar recursos.

Qualquer decisão que for tomada permite recurso ao tribunal e ao Supremo Tribunal Federal, ou seja podemos vivenciar uma eleição com incertezas de quem realmente poderá concorrer.

Como ficam os registros

O candidato que tiver o pedido de registro deferido será considerado apto a concorrer ao pleito de outubro.

O pedido de registro será indeferido quando o candidato for inelegível ou não atender a qualquer das condições de elegibilidade.

Propaganda

A partir desta quinta-feira dia 16 está permitida a realização de propaganda eleitoral nas ruas podendo fazer comício, carreata, distribuição de material impresso e propaganda na internet, desde que não paga, como sites próprios.

No rádio e na TV, a propaganda só começa dia 31 de agosto, após elaboração de plano de mídia por parte dos partidos, Justiça Eleitoral e emissoras de TV.


Finalizo mais uma vez com a frase de Claudio Muzel:

A eleição de político ruim, ficha suja ou corrupto, nos dá oportunidade de avaliar não o político, mas a democracia, o sistema judiciário e principalmente o nível do eleitor.


 
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Estratégia de adversários é ignorar Lula nas eleições 2018 - Marketing Político

Um consenso entre as campanhas é que, quanto menos o ex-presidente for lembrado, citado ou até atacado diretamente, menor será sua capacidade de transferir votos em um futuro próximo.

Os candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto nas eleições 2018 vão tratar da figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, com cuidado nos debates entre presidenciáveis, nos programas eleitorais ou nos discursos de campanha, evitando transformá-lo em um alvo ou uma figura recorrente. No debate da RedeTV, que será realizado na sexta-feira, 17, o púlpito reservado ao candidato petista permanecerá vazio.

 

Um consenso entre as campanhas dos adversários do petista é que, quanto menos ele for lembrado, citado ou até atacado diretamente, menor será sua capacidade de transferir votos em um futuro próximo (provavelmente para o vice, Lava Jato). Parte dessa estratégia foi explicitada nesta quinta-feira, 9, durante o debate na TV Bandeirantes, ocasião em que Lula foi mencionado raríssimas vezes. O mesmo irá acontecer no debate da RedeTV!.

“Para mim, Lula é carta fora do baralho”, afirmou Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência. Na verdade, a estratégia do deputado é a de continuar se apresentando como o principal antagonista do PT e das esquerdas de um modo geral – mas as críticas não serão dirigidas à figura do ex-presidente.

A campanha do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve seguir um caminho parecido. O foco de Alckmin em discursos e nas redes sociais será buscar o eleitorado que está “bolsonarista”. Isso implica explorar o antipetismo – mas sem mencionar a figura do ex-presidente.

Considerada como uma das principais herdeiras de votos do ex-presidente, caso ele não possa concorrer, Marina Silva (Rede) só fala de Lula quando provocada. Segundo a coordenadora de campanha, Andrea Gouvea, não há uma estratégia clara sobre não falar de Lula, mas “quando o Haddad virar candidato, o assunto certamente fará parte do debate”. 

A postura menos clara é a de Ciro Gomes (PDT). Embora o candidato também tenha como estratégia não atacar ou dar um excessivo “cartaz” ao ex-presidente, ele não tem conseguido se desviar do tema com facilidade. Nesta terça-feira, 14, em debate promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), em Brasília, Ciro questionou: “Quem é o candidato à Presidência do PT? Lula. Então por que Haddad vai para os debates?”. E continuou: “O PT é meu adversário. Acho que Haddad não tem de participar dos debates. Somos bastante amigos. O problema não é ele, é o PT”.

Haddad não poderá participar do debate da RedeTV. De acordo com as normas aprovadas pelos partidos, o púlpito do candidato que não comparecer ao programa ficará vazio. “Tal candidato será excluído dos ciclos de perguntas e respostas.”

A estratégia do presidenciável Alvaro Dias (Podemos) é a de não tratar Lula como candidato. Segundo interlocutores, Lula será lembrado na campanha do Podemos pelos escândalos de corrupção que envolveram o PT. Dias vai continuar atacando a gestão petista, atribuindo a eles e ao presidente Michel Temer a crise do País. A preocupação da campanha é a de não legitimar o ex-presidente como concorrente ao Planalto.

O nome de Lula estará na fala de pelos menos dois candidatos: Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Meirelles irá ressaltar sua participação como ministro nos governos do ex-presidente e tentará mostrar seu protagonismo na ocasião. Em alguns momentos, poderá até se colocar como “parceiro” do petista. As críticas ao PT serão dirigidas ao período da presidente cassada Dilma Rousseff.

Já Boulos seguirá legitimando o nome de Lula como concorrente à Presidência. Uma das raras “aparições” do ex-presidente durante o primeiro debate entre os presidenciáveis foi na fala do candidato do PSOL, que deu "boa noite" ao petista,  disse que ele também deveria estar no debate e criticou sua prisão. A expectativa é de que ele continue sendo lembrado nos discursos políticos do presidenciável. Reservadamente, um interlocutor da campanha admitiu que, para o eleitorado mais à esquerda, que disputa com os petistas, a crítica à prisão do ex-presidente tem uma importante função eleitoral.

Para analistas, estratégia de rivais de Lula é correta


A estratégia dos adversários de ignorar Lula na disputa está correta, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhanelli. “Falar no Lula desperta uma emoção no eleitorado que não é boa para os concorrentes. Se fizerem isso, vão acabar fortalecendo a estratégia petista de leva-lo até o último segundo para depois substituí-lo”, afirmou, lembrando que na reeleição do petista, em 2006, o slogan era parecido com o de agora: “Lula de novo, com a força do povo”. O eleitorado do ex-presidente não é petista, mas lulista, disse Manhanelli. Isso faz com que qualquer lembrança dele, por seus adversários, só acabe por fortalecê-lo”.

Para o analista político Ibsen Costa Manso, da ICM Consultoria, o mito de Lula se alimenta das notícias, fatos e até críticas ao redor dele. “Isolá-lo dos fatos políticos seria a melhor estratégia. O material de campanha do ex-presidente apela à memória do eleitorado. Então, as outras campanhas precisam trabalhar no sentido de deixá-lo fora do processo”, disse. Na avaliação do cientista político Roberto Gondo (Mackenzie), o único candidato que pode trazer Lula com mais força para o debate ou o horário eleitoral é Ciro Gomes. “Ele tem essa coisa teatral. Pode trazer essa história da traição petista em relação à sua campanha, pode fazer com que a figura do Lula tenha destaque”,
fonte: https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,estrategia-de-adversarios-e-ignorar-lula-nas-eleicoes-2018,70002452232