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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Campanhas eleitorais gastaram, até agora, R$ 7,9 milhões em pesquisas

Candidatos ao Palácio do Planalto estão vigilantes aos dados das pesquisas eleitorais. O interesse não se resume às sondagens de intenção de voto encomendadas pela mídia, mas também em levantamentos contratados por eles mesmos. Até ontem, as campanhas tinham gastado quase R$ 7,9 milhões com 18 pesquisas.

Henrique Meirelles (MDB) foi o que mais fez despesas com levantamentos: 45% dos gastos. Ele já desembolsou R$ 3,4 milhões em nove amostragens. Em seguida, aparece a candidatura do PT, que pagou R$ 2,5 milhões em três pesquisas. Nesse caso, somente durante o período em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o cabeça de chapa. Não há registros em nome de Fernando Haddad, o atual candidato da sigla.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Correio, com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Outros candidatos que encomendaram pesquisas foram Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (PSol). Os demais não registraram esse tipo de despesa (veja quadro).

Jacqueline Quaresemin de Oliveira, professora de Pesquisa Eleitoral e Opinião Pública da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), explica que, neste momento, os candidatos contratam pesquisas qualitativas, ou seja, que se aprofundam em determinadas questões. “O que vemos nos jornais e tevês são amostragens quantitativas, de aglutinação de números. As qualitativas buscam outros aspectos. Querem saber o que o seu potencial eleitor pensa ou o que pensa quem vota nos adversários. São pesquisas caras, por se tratar de aspectos subjetivos”, diz.
A professora acrescenta que em pesquisas quantitativas, como as de intenção de voto, o eleitor se adequa a um questionário. Já nas qualitativas, são questões como problemas ligados à imagem do candidato ou associações a ela. “Há, ainda, pesquisas voltadas para os redutos de voto branco ou nulo. Normalmente, essas informações não são divulgadas, por tratarem de questões estratégicas e muito usadas na coordenação de campanha e no marketing eleitoral.”

O cientista político Marcus Ianoni, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), detalha como essas informações são usadas para nortear as campanhas. “Há casos em que se questiona a rejeição ou a aprovação. Isso serve para traçar estratégias de comportamento e comunicação do candidato. Esses dados servem para o partido tentar diminuir sua rejeição ou explorar um nicho do eleitorado”, explica.

“Bússola”

Presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli ressalta que as pesquisas são usadas desde as primeiras corridas eleitorais. “É a bússola da campanha, o que diz para onde ir e como ir. Elas ancoram a construção do discurso ou o argumento de voto. Se forem bem-feitas, com informações bem segmentadas, podem remontar a estratégia da campanha e mudar uma eleição”, avalia.

A assessoria de Henrique Meirelles informou que encomendou pesquisas “básicas”. Entre as amostragens, estão as de tracking. Elas servem para avaliar como a imagem está no mercado. Esse acompanhamento é feito de forma contínua (diária, semanal ou mensal). “Todas as pesquisas foram registradas no TSE e são informações estratégicas de campanha”, disse.

A reportagem entrou em contato com as assessorias dos demais candidatos citados, mas elas não comentaram os dados até o fechamento desta edição. Segundo o TSE, a “Justiça Eleitoral considera gastos eleitorais legítimos” a realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais. As informações devem ser esclarecidas na prestação de contas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

CAMPANHAS 'ESQUECEM' DE RENOVAR JINGLES - MARKETING POLITICO

Vai começar a temporada de jingles das eleições 2018 e aquela tradicional busca por colar na cabeça do eleitor o nome, o número e a mensagem que cada candidato quer passar. Como já é tradição, quem busca o voto vende “mudança”, mote quase onipresente nos refrões das músicas que tomarão conta do horário eleitoral a partir do próximo dia 31. O ritmo pode ser diferente, mas a promessa de “tirar o Brasil da crise” será cantada por todos os presidenciáveis.

Com base nos jingles já divulgados pelas campanhas, Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB) são os que mais abusam da promessa de mudar o rumo do País. Ciro diz que tem experiência para isso, Meirelles e Dias afirmam que só eles são capazes de fazer o que o eleitor espera e Bolsonaro até nomeou seu hit de Muda Brasil.

Para Carlos Manhanelli, especialista em marketing político e autor do livro Jingles Eleitorais e Marketing Político – Uma Dupla do Barulho, os jingles da eleição “estão todos iguais e parecem escritos por uma mesma pessoa”. “Tem uma falta de originalidade. Parece que um está copiando o outro. Nenhum deles vai sobreviver depois do período eleitoral. Não tem um chiclete de ouvido”, disse.

Entre os jingles já apresentados, Manhanelli notou que Alvaro Dias usa o sertanejo universitário para passar uma ideia de honestidade; que o nome Ciro é repetido 67 vezes em meio a um tecno brega; que Meirelles escolheu ritmos nordestinos para se vender como o homem que precisa ser chamado para resolver qualquer problema; e que o jingle de Bolsonaro repete quase um Lulinha paz e amor quando afirma “Bolsonaro com amor e com coragem”.

 Líder nas pesquisas de intenção de voto no cenário sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, Bolsonaro apela ainda à emoção para conquistar – ou ao menos manter – seu eleitorado em busca de uma vaga no segundo turno. O jingle espalhado pelas redes sociais do candidato e de apoiadores começa com os acordes do hino nacional e segue no ritmo do forró para afirmar que “olha para o futuro, quer ver seus filhos num país mais seguro” e, “com amor e com coragem”, vai “mudar a nossa Nação”.

Com a indefinição a respeito da candidatura de Lula, que terá seu registro julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos dias, o PT, por enquanto, mantém o jingle lançado para a convenção nacional do partido, que indicou o ex-presidente como candidato. A música remete às campanhas de 1989 e da vitória de 2002, famosas pelo “Lula lá” e pelo coro da “esperança”, mantendo a estratégia de usar o nome do ex-presidente o máximo durante a campanha deste ano.

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), caberá ao eleitorado agora julgar se as promessas de mudança vendidas nos jingles convencem e são ou não viáveis. “Obviamente, o que se tenta é seduzir o eleitor com promessas de um futuro novo. Mas até que ponto isso convence? Vale lembrar que vários desses candidatos estão ou já estiveram no governo”, disse.
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Teixeira também chama a atenção para a ausência da palavra “corrupção” nos jingles. Em vez de mencionar os escândalos revelados pela Operação Lava Jato e por outras investigações conduzidas pela Polícia Federal, a maioria dos presidenciáveis optou por destacar as palavras “honestidade” e “ficha limpa” nas músicas de suas campanhas.

Mesmo o candidato que levanta costumeiramente a bandeira da Lava Jato, o senador Alvaro Dias, omite o termo na balada sertaneja que levará para a TV e o rádio. Para o cientista político, a explicação é óbvia: “A maioria não toca na palavra corrupção porque não pode atirar pedra em ninguém.”
 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

JINGLES NAS CAMPANHAS DESTE ANO


COMEÇAM AS CAMPANHAS ELEITORAIS E OS JINGLES JÁ SE APRESENTAM.
AS FAMOSAS MUSICAS ELEITORAIS SÃO UMA FERRAMENTA MULTIUSO E POR ISSO IMPRECINDÍVEIS A UMA BOA CAMPANHA.
MAS, VAMOS ANALISAR OS JINGLES QUE TIVEMOS ACESSO.

O QUE MAIS USARAM NOS JINGLES PRESIDENCIAIS FOI A PALAVA MUDANÇA.
DOS 08 JINGLES QUE TIVEMOS ACESSO, 5 FALAM DE MUDANÇA NA SUA LETRA.
VEJAMOS OS CASOS:

·                   ALVARO DIAS: "TÁ DIFÍCIL ACREDITAR, MAS É HORA DE MUDAR";

 
·                   CIRO GOMES"A GENTE QUER MUDANÇA" / "TEM MUITA COISA PRA MUDAR";

 
·                   GERALDO ALCKMIN"VAMOS TODOS JUNTOS E JUNTOS MUDAR";

 
·                   HENRIQUE MEIRELLES"CHAMA HONESTIDADE E CORAGEM, QUE TEM O PULSO PRA MUDAR A DIREÇÃO";

 
·                   JAIR BOLSONARO"BATE FORTE MEU CORAÇÃO PRA MUDAR A MINHA NAÇÃO" / "MUDA BRASIL, MUDA BRASIL, MUDA DE VERDADE" / "A NOVA ORDEM É MUDANÇA" / "SOU BOLSONARO PRA MUDAR NOSSA NAÇÃO";

O TERMO SÓ NÃO APARECE NOS JINGLES DE EYMAEL (DC), LULA (PT) E MARINA (REDE) ".

OUTRAS EXPRESSÕES BASTANTE REPETIDAS NOS JINGLES, FORAM:

·                   BRASIL POVO, ESPERANÇA, CORAÇÃO, CORAGEM, CHAMA – CHAMAMENTO,  GENTE, PRESIDENTE;

ALIAS OS JINGLES DE MEIRELES E LULA TEM O MESMO MOTE: CHAMA O HOMEM, COLOCANDO OS DOIS NO PATAMAR DE QUE QUANDO SE TEM PROBLEMAS, CHAMANDO ELES RESOLVEM.

ANALISANDO CADA JINGLE TEMOS:

ALVARO DIAS: EM RITMO SERTANEJO UNIVERSITÁRIO, AS PALAVRAS QUE MAIS CHAMAM A ATENÇÃO: “FALA E FAZ” E “CHEGA DE BLÁ BLÁ BLÁ”.

CHAMA A ATENÇÃO PARA A HONESTIDADE DO CANDIDATO.

 
CIRO GOMES: EM RITMO TECNO-BREGA, O JINGLE REPETE 67 VEZES O NOME DO CANDIDATO, ALÉM DE TENTAR CRIAR UM CHICLETE DE OUVIDO COM AS PALAVRAS “A GENTE QUER” E “PRECISA DE”, PRATICAMENTE IDÊNTICO AO USO NO JINGLE DE BOLSONARO.

GERALDO ALCKMIN: RITMO SOLENE, QUASE UM LAMENTO, APOSTA NO CHICLETE DE OUVIDO “GERALDO EU VOU” PALAVRAS COMO “CORAGEM”, “VIDA LIMPA”, “FAMÍLIA” E "RESPEITO", SÃO USADAS PARA PASSAR O PERFIL DO CANDIDATO.

O TERMO "TRISTEZA PRECISA TER FIM" SE IGUALA AO JINGLE DO LULA QUE DIZ: "ESSA TRISTEZA, MEU POVO, VAI TER FIM".
 

HENRIQUE MEIRELES: RITMO NORDESTINO, REPETE A IDEIA DE "CHAMAR O CANDIDATO”, “TEM CORAGEM DE ENCARAR OS DESAFIOS". O MESMO RECURSO USADO POR LULA. O SUPER HOMEM QUE DEVE SER CHAMADO QUANDO TEM PROBLEMAS.

JAIR BOLSONARO: TAMBEM COM RITMOS NORDESTINOS, REFORÇA A IDÉIA DA MUDANÇA. É O JINGLE QUE MAIS REPETE O NOME DO BRASIL. DEFINE O CANDIDATO COM AS PALAVRAS "BOLSONARO COM AMOR E COM CORAGEM".

LULA: RITMO VOLTADO AO FORRÓ, REFORÇA A IDÉIA DE CHAMAR O HOMEM DIZ A MÚSICA, "O POVO QUER" E "O HOMEM DÁ JEITO".  O MESMO RECURSO UTILIZADO POR MEIRELES, O SUPER HOMEM. O JINGLE SE UTILIZA TAMBÉM DO "ESSA TRISTEZA, MEU POVO, VAI TER FIM". IDENTICA A DE ALCKMIN "ESSA TRISTEZA PRECISA TER FIM".

 
MARINA SILVA: RITMO BEM PRÓXIMO AO XOTE NORDESTINO, COLOCA O ELEITOR ESTANDO COM MARINA "TÔ COM MARINA" É A EXPRESSÃO QUE MAIS SE REPETE. MENCIONA O NOME DO VICE E É O ÚNICO A FAZER ISSO. MAIS UM APELO A MUDANÇA COM A FRASE: "VAMOS TRANSFORMAR O BRASIL" E LEMBRANDO EDUARDO CAMPOS "NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL".

JOSÉ MARIA EYMAEL: RITMO DE MARCHINHA CONSERVA O FAMOSO JINGLE “UM DEMOCRATA CRISTÃO”, É O ÚNICO ATE AGORA QUE CITA O NOME DO PARTIDO E TAMBEM O ÚNICO QUE, ACERTADAMENTE, COLOCA O NUMERO DO CANDIDATO PARA SER MEMORIZADO PELO ELEITOR. 


 

JINGLES ELEITORAIS SÃO MUSICAS FEITAS ESPECIALMENTE PARA RESALTAR AS QUALIDADES DE UM CANDIDATO E PROPAGAR SEU MOTE DE CAMPANHA.



LINKS PARA OS JINGLES:









 

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

CANDIDATOS AGORA SÃO OFICIAIS

O prazo para partidos e coligações apresentarem os pedidos de registro das candidaturas terminou nesta quarta-feira dia 15.

No Tribunal Superior Eleitoral, 13 candidatos apresentaram os pedidos. São eles: Alvaro Dias, Cabo Daciolo, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles, Jair Bolsonaro, João Amoêdo, João Vicente Goulart, José Maria Eymael, Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva e Vera Lúcia.
 
O PROBLEMA DE LULA

Ao todo, as convenções confirmaram 14 candidaturas, mas Manuela D'Ávila (PCdoB) deve desistir para concorrer como candidata à vice na chapa encabeçada pelo PT, reduzindo o número de candidatos a 13.

A candidatura de Lula, porém, pode gerar questionamentos na Justiça porque, além de estar preso, o ex-presidente se encaixa nos critérios da Lei da Ficha Limpa, segundo a qual fica inelegível quem for condenado por órgão colegiado da Justiça em segunda instancia.

O PT já anunciou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato a vice de Lula, mas, segundo informações, o partido trabalha, sem alarde, com a chapa Haddad e Manuela D'Ávila.

Impugnação

Dentro de cinco dias, candidatos, partidos, coligações ou o Ministério Público Eleitoral podem questionar esses registros.

O TSE tem prazo até dia 17 de setembro para fazer a análise inicial dos registros. Depois, ainda será possível analisar recursos.

Qualquer decisão que for tomada permite recurso ao tribunal e ao Supremo Tribunal Federal, ou seja podemos vivenciar uma eleição com incertezas de quem realmente poderá concorrer.

Como ficam os registros

O candidato que tiver o pedido de registro deferido será considerado apto a concorrer ao pleito de outubro.

O pedido de registro será indeferido quando o candidato for inelegível ou não atender a qualquer das condições de elegibilidade.

Propaganda

A partir desta quinta-feira dia 16 está permitida a realização de propaganda eleitoral nas ruas podendo fazer comício, carreata, distribuição de material impresso e propaganda na internet, desde que não paga, como sites próprios.

No rádio e na TV, a propaganda só começa dia 31 de agosto, após elaboração de plano de mídia por parte dos partidos, Justiça Eleitoral e emissoras de TV.


Finalizo mais uma vez com a frase de Claudio Muzel:

A eleição de político ruim, ficha suja ou corrupto, nos dá oportunidade de avaliar não o político, mas a democracia, o sistema judiciário e principalmente o nível do eleitor.


 
 

quinta-feira, 26 de abril de 2018

SER OU NÃO SER CANDIDATO? EIS A QUESTÃO

     

Começa a novela das candidaturas
 Temos hoje nada mais nada menos do que 14 pré-candidatos a presidência da república.
E todos começam a se posicionar.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa que se filiou ao PSB mantém em suspense a decisão de disputar ou não o palácio do planalto - o ex-relator do mensalão quer reforçar a imagem do juiz implacável com a corrupção e, ao mesmo tempo, se apresentar na economia como um social-democrata, favorável ao livre mercado, mas com ênfase no combate à miséria.
O PSB vê Barbosa alinhado ao seu programa ideológico partidário e a sua diretriz econômica.
Marina Silva saúda a decisão de Barbosa em entrar na vida política
E agora? Ele será ou não será candidato.
Temer e PSDB negociam chapa Alckmin Meireles
Será que Temer vai entrar no jogo eleitoral? Será como candidato ou como apoiador?
E seu apoio é bom ou ruim para um candidato?
Fernando Henrique Cardoso aposta em Geraldo Alckmin como “corredor de maratona”, ou seja, aquele que vai disparar no final e ganhar a corrida.
 O candidato Geraldo Alckmin se coloca como centro direita, com atenção especial as reinvindicações sociais.
Começa a maratona de visitas a outros estados, para demonstrar que em São Paulo seu governo tem uma boa avaliação.
Bolsonaro: pesquisa ibope aponta Bolsonaro e Alckmin empatados em São Paulo
Bolsonaro se apresenta como direita pura e simples. Não está preocupado com o “politicamente correto”, mas sim com o que o eleitor está pensando, querendo e avaliando principalmente na área de segurança.
Todos os candidatos começam a dar ênfase ao social para tentar pegar votos que iriam para Lula.
Mas as eleições já são preocupação da população?
Temos copa do mundo que vai até julho e que tomará a maior atenção do ópio brasileiro que é o futebol.
Bola pra frente, que atrás vem gente.

Vem ai o XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ESTRATÉGIAS ELEITORAIS E MARKETING POLÍTICO – em Fortaleza – Ceará dias 18 e 19 de maio.

Informações no
www.estrategiaseleitorais.com.br

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Campanha prioriza Marina e estados


Entrevista ao DCI


DIÁRIO COMERCIO E INDUSTRIA
13/10/10 - 00:00 > POLÍTICA


Campanha prioriza Marina e estados

anderson passos


SÃO PAULO - O foco dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) neste segundo turno deve se voltar aos aliados nos estados. Além disso, as campanhas devem se preocupar em incorporar as principais propostas da candidatura do PV e sobretudo conquistar o apoio da presidenciável do partido, Marina Silva, derrotada no primeiro turno com cerca de 20% dos votos do eleitorado. Essa é a opinião de cientistas políticos ouvidos pelo DCI. Para o consultor da MCM Marcelo Ribeiro, Serra tem de olhar com atenção estados como Minas Gerais e São Paulo. "São os dois maiores colégios eleitorais do País e são estados considerados reduto tucano, mas onde Dilma conseguiu superar Serra. Então tem de investir com cuidado e força nessas duas frentes. "O consultor entende que, livre da campanha de Antônio Anastasia ao governo de Minas e da disputa ao Senado, o ex-governador Aécio Neves será uma peça-chave na campanha de Serra. Para ele, a saída de Aécio Neves do processo de escolha do presidenciável tucano, no começo do ano, deve ser superado. "Aquele caso das prévias sugeridas pelo mineiro para a escolha do candidato à Presidência será esquecido. Se o Aécio realmente entrar de cabeça na campanha, o eleitor vai esquecer aquele episódio e apoiar o Serra", prevê. O professor Carlos Manhanelli concorda e diz que, neste momento, Aécio é uma "moeda excelente" a favor dos tucanos. "E, num eventual governo tucano, ele sabe que pode se tornar um grande líder. Ele pode negociar com o PSDB, reivindicando de ministérios à possibilidade de concorrer em 2014. Por isso não desperdiçará essa oportunidade", defende.

Marina

Enquanto Manhanelli defende que a adequação dos programas de governo às propostas defendidas pelo PV pode garantir a transferência de votos para os candidatos, Ribeiro acredita que o apoio formal da senadora do Acre é suficiente para atrair parte significativa dos setores do partido e para levar seus eleitores a apoiarem o PT ou o PSDB. "Dialogar com o PV e com a senadora Marina Silva é, de fato, importante. Mas fazer um movimento na linha programática, de incorporar ao programa de governo projetos sugeridos pelo PV, é a maneira mais eficaz de atrair apoio", afirma Manhanelli. Ribeiro defende, no entanto, que Marina tornou-se uma figura maior do que o PV e que o foco das ações de PT e PSDB deve ser a senadora. "Quem realmente mais importa é a Marina Silva. O PV ainda é um partido pequeno. O partido que conseguir o apoio formal dela no segundo turno tem muito mais chances de transferir votos na eleição", defende o consultor. Ribeiro, no entanto, acredita que Marina não apoiará formalmente nenhum candidato e que o PV deve liberar seus filiados para votar como quiserem em 31 de outubro.

Demonização

O crescimento do tema do aborto na campanha eleitoral, sobre o qual Dilma já divergiu de si mesma publicamente, ora emitindo opinião favorável, ora em contrário, é uma das armas da campanha de Serra contra o PT. "Quando o PSDB muda o slogan para 'Serra é do bem', fica claro que essa polêmica em torno do aborto seja uma linha auxiliar de uma campanha de demonização da candidata do governo", sugere Manhanelli. Ele lembra que os eleitores católicos e evangélicos, quando defrontados com o tema, mantêm uma postura sectária, de difícil reversão. Ribeiro sugere que o PT está experimentando agora, com a questão do aborto, uma estratégia concebida por ele em 2006. "Nas eleições presidenciais de 2006, o PT fez uma grande campanha para vincular o PSDB às privatizações. E, por mais que o candidato Geraldo Alckmin fosse à televisão rejeitar aquela ideia de privatização do Banco do Brasil ou da Petrobras, por exemplo, o presidente Lula acabou eleito. Esse fenômeno pode se repetir agora", prevê.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DEBATE UNIV. SÃO JUDAS TADEU


Manhanelli participa de debate na Universidade São Judas Tadeu sobre a cobertura jornalística das eleições

Entrevista está prevista para ir ao ar no canal da Universidade, dia 15 de outubro

Na última sexta-feira (08), o Prof° MS Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos) participou do programa Imprensa em Debate, dirigido e apresentado pelos alunos do quarto ano de jornalismo da Universidade São Judas Tadeu, campus Mooca. O encontro teve também a participação do presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo. O tema do debate foi a cobertura jornalística nas ultimas eleições.

O Especialista em marketing político há 36 anos começou ressaltando que a cobertura eleitoral é um espetáculo, isto porque a eleição em si já é vista como uma festa para o povo. Manhanelli explicou que essa característica de espetáculo deve-se ao fato da televisão ser um veículo sintético e não analítico. Ou seja, não temos simples informações, mas um show de notícias.

O outro convidado, Augusto Camargo, presidente do sindicato dos jornalistas, salientou que a cobertura eleitoral está sendo contaminada pela visão de coberturas de outras editorias. Tais como: polícia, esporte etc. A eleição está sendo tratada como espetáculo, cujo objetivo é emocionar, causar comoção.


Redes Sociais

Questionado sobre a utilização das redes sociais nas eleições, Manhanelli frisou que é importante lembrar que no Brasil a campanha é diferente dos EUA. Aqui são 3 meses de campanha apenas, enquanto que lá são dois anos. E é o tempo que influencia a fomentação com os eleitores.

“No Brasil, a internet nunca teve uso pleno. A utilização desta ferramenta nas eleições deste ano foi um grande laboratório”, ressaltou. A internet precisa passar por segmentação, assim como passaram o Rádio e a Televisão.

Para Augusto Camargo, a internet não é popular ainda e para o jornalista não é um campo de liberdade de imprensa e sim de expressão.

Quanto ao veículo de comunicação assumir sua posição na eleição, ou seja, de que lado está, Manhanelli acha salutar. Ele citou que na França os jornais tomam posição logo no começo. Para o eleitor, quanto mais ele ficar sabendo que aquele veículo tem a tendência A ou B, ele vai ler a noticia de uma foram diferenciada. Acho muito saudável que cada veículo coloque pra quem ele está trabalhando

Mídias Alternativas


Sobre o papel das mídias alternativas, Augusto Camargo, argumentou que ao longo da historia sempre teve espaço para mídias alternativas. Não é um fenômeno novo, faz parte da nossa tradição a existência desses veículos. “É saudável numa sociedade ter pequenos veículos fazendo o contrapondo com os grandes jornais, ajuda a fazer a democracia se estabelecer de forma mais plena”.

Indagado se um político interfere em um veiculo de comunicação, Manhanelli diz que sim. Uma vez que as concessões dos grupos estão nas mãos deles. Ele ainda salientou que não há como fazer um jornalismo ético, é praticamente impossível. Existe dentro da empresa um esquema de como funciona a imprensa,ou o jornalista se submete ou está fora da empresa.

Para o presidente do sindicato, o jornalista é o que menos tem força para decidir algo, isto porque os veículos de comunicação estão se tornando grandes corporações. Cada vez menos o poder está nas mãos dos jornalistas e não são eles quem ditam o funcionamento da empresa, mas sim os bancos, as empresas coligadas, os acionistas e etc. “O caminho para a mudança é a legislação. Uma lei que imponha padrões, regras e limites. Hoje o Brasil tem a liberdade de imprensa mais clara do mundo, porque não possui uma lei de imprensa” frisou.

Para encerrar o debate, Manhanelli presenteou a biblioteca da Universidade com o seu mais recente livro, Marketing Eleitoral : O Passo a Passo do Nascimento de um Candidato, no qual consagra tudo que aprendeu ao longo de 36 anos de carreira
.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ANÁLISE DO DEBATE PRESIDENCIAL


Rede TV entrevista Profº Manhanelli sobre a postura dos candidatos presidenciáveis
A entrevista foi ao ar nesta segunda-feira (11) às 21h, na Rede TV News

O presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), Profº Ms Carlos Manhanelli concedeu entrevista a repórter da Rede TV, Patrícia Zorzan, na tarde de segunda-feira (11).A avaliação do professor quanto ao debate de domingo (10) entre os candidatos a presidência da república Dilma e Serra foi o tema da entrevista.

Com a postura de ataque da candidata Dilma (PT), Manhanelli ressaltou que o candidato Serra (PSDB) foi pego de surpresa isso ficou claro na reação e nas repostas dele. Dilma mostrou uma imagem de guerreira, de heroína. Assim, ela conseguiu agradar militantes, mas não ganha votos, salientou o professor.

O Especialista em marketing político, ressaltou que em sua opinião o debate teve duas vitórias. A da Dilma enquanto consolidação política de uma imagem aguerrida que vem para resolver as coisas, ganhou a militância. Mas, quem ganhou os eleitores foi o Serra.

Para Manhanelli, a postura de quem ataca dificilmente ganha indecisos e aquele que conseguiu falar de propostas com uma linguagem mais acessível foi com certeza quem ganhou mais votos.

Questionado sobre o que deve ter acontecido para a mudança de postura de Dilma, o professor argumentou que nada em campanha eleitoral acontece sozinho com certeza alguma informação interna existe para mudança de comportamento e na estratégia de Dilma. “As pesquisas internas devem estar mostrando outra realidade que não a do instituto de pesquisa de televisão”, frisou.

Manhanelli acrescentou que pode ser que uma pesquisa qualitativa tenha mostrado que a postura de Dilma “paz e amor” não foi bem aceita pela população. Desta forma, retorna a imagem de heroína não somente para colocar a militância mais ativa, mas também de apresentar uma nova fase da Dilma que é a Dilma verdadeira, executiva e que resolve problemas técnicos e não a Dilma política.

A repórter questionou se essa imagem de ataque da Dilma afugenta o eleitor. O especialista respondeu que sim, uma vez que a Dilma começou aparecendo como heroína depois percebeu que tal imagem não dava continuidade ao governo Lula, então passou a ter uma imagem de grande mãe dos mais pobres. E agora no segundo turno, retorna como heroína.

“Essa mudança de imagem é muito ruim, pois uma construção de imagem é construída com hábito, com freqüência. Quando se começa a mudar muito a imagem, a população começa a pensar qual é a verdadeira imagem do candidato? Após o debate, o que temos que ver qual a imagem que foi passada para o eleitor. Qual a repercussão que vai ter esse debate?”ressaltou Manhanelli. .

O professor citou que Dilma estava nervosa gaguejou durante o debate e Serra foi pego de surpresa. O que demonstrou não ser mais aquela pessoa que tinha resposta para tudo.

O Serra não estava preparado para atacar ele foi para o debate esperando que ia encontrar a Dilma de antes, com doçura na voz, mas pelo contrário, a Dilma foi com postura guerreira, uma postura agressiva que também é nova pra a população.

Para Manhanelli não se pode afirmar se foi uma tática suicida ou uma nova estratégia derivadas das estatísticas, faz-se necessário ter acesso as pesquisas para saber o motivo da mudança abrupta de imagem e isso só quem pode dize é quem está fazendo o marketing da Dilma .

Indagado se a militância da Dilma acomodou-se durante a campanha, Manhanelli acredita que na verdade estavam de “salto alto” achando que a campanha estava ganha. Com a nova postura da Dilma, com a imagem de executiva, que resolver resolvendo, ela mostra o verdadeiro estilo de Dilma ser e assim com certeza conseguiu sacudir a militância e mostrar que é preciso ir as ruas e ganhar mais votos. “A pior coisa que pode acontecer numa campanha é o pensamento já ganhamos, antes de sair o resultado”, mencionou.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ENTREVISTA NA REVISTA TIME - E.U.A

In Brazil, Lula's Heir Prepares for Power
By Andrew Downie/Sao Paulo Thursday, Sep. 30, 2010






Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva raises the arm of Dilma Rousseff, his former Chief of Staff and presidential candidate for the ruling Workers Party (PT), upon their arrival for a campaign rally in Campinas on September 18, 2010. Brazil's general elections are scheduled for October 3.



Few Brazilians outside the political elite knew much about Dilma Rousseff before the presidential election campaign got under way in July. As chief of staff to the massively popular President Luiz Inácio Lula da Silva, Rousseff had been a powerful behind-the-scenes figure who had also served as Energy Minister. But she had never had to win the hearts and minds of voters by running for political office. That was before Lula tapped her to succeed him.

In most countries, Rousseff might have been expected to use the last couple of months to tell voters what she stands for and how she plans to govern. But this is Brazil, and Lula is the most popular president in its history. Rousseff did not have to articulate a detailed election platform; she simply had to convince voters that she'll continue Lula's work. She has managed that with ease, and it has all but guaranteed she will become the leader of the world's fifth most populous nation and eighth most powerful economy.
(See "No Satire Please, We're Brazilian.")


"Lula has an 80% approval rating and those people want Lula to continue," said Carlos Manhanelli, the president of the Brazilian Association of Political Consultants. "Who is going to best provide continuity? Dilma. And the Workers' Party have... realized that if they can present her as Lula in a skirt, she will get elected."

With the election just two days away, Dilma, as everyone in this informal nation calls her, is polling around 50% — enough to guarantee her first place, and perhaps even the majority that would allow her to avoid a runoff ballot on Oct. 31.

If and when she does take office, it will cap a remarkable political ascent. The daughter of a well-off Bulgarian immigrant, Dilma became politically active as a teenager during the dictatorship, when she bravely took up arms in a leftist guerrilla movement against the military regime. Although she never fired a weapon in anger, she was arrested and tortured, and spent three years in jail.

Dilma studied economics after her release in 1973, and she moved into government when the military gave up power in 1985. She served as finance secretary in Porto Alegre, and was twice state Energy Secretary of Rio Grande do Sul. Lula invited her to be his Energy Minister in 2003, and was so impressed by her performance that he charged her with running the most important programs of his second term. And last year, highlighting her "sensibility and intrepidness," he named her as his preferred successor. (Lula is constitutionally forbidden from seeking a third consecutive term.)

"I can say without fear of contradiction that one of the main reasons my government was a success was down to Comrade Dilma Rousseff's ability to coordinate," Lula said.

Dilma's campaign style has been to bask in Lula's glow, and assure his supporters that she will not deviate an inch from the progressive program that made his eight-year reign such a success. That may be because Dilma herself is, in fact, an inexperienced and reluctant campaigner who appears ill at ease among crowds and on stage. And she has no need to risk proposing big ideas. Thanks to Lula's unwavering support — and boosted by the lackluster campaign of her main rival — her coronation is all but assured.
(See "Lula's Way.")


By suggesting Brazil needs to simply keep coasting along, however, Dilma is tempting fate. Brazil's past two presidents transformed the country from unpredictable and underperforming regional power to rising global star. Fernando Henrique Cardoso stabilized the currency and tamed inflation, privatized hundreds of inefficient state-run companies, and laid the foundations for future growth. Lula built on that by consolidating the economic gains, sharing them amongst the poor for the first time and improving the shameful social indicators that had made Brazil one of the most unequal countries in the world.

Brazil's next president, though, needs to continue that modernization process — which Dilma will be in a good position to do if, as appears likely, her coalition wins majorities in both houses of the legislature. Despite Brazil's impressive growth, it remains a developing country. Its tax burden is too high, its education system too poor, its infrastructure too basic and its red tape and corruption too widespread. Urgent reforms are also needed in social security, labor policy and governance.

Dilma, 62, has not articulated how she will tackle these challenges. Whether she, or anyone, is even capable of carrying out the required reforms remains an open question — and not just because she is known more as a bureaucratic combatant than a conciliator. Even Lula, with his unrivaled charisma, popularity and political skills, avoided attempting major reforms.

Dilma will rely much more heavily than Lula did on the machinery of the Workers Party, which raises some concern because of its increasingly authoritarian inclinations and recent influence-peddling scandals involving key party figures.

"Lula had a big cabinet with 40 ministers and he brilliantly used his experience in politics and as a union negotiator to put out fires," said João Augusto de Castro Neves, a political analyst with the CAC Political Consultancy firm. "There are going to be a lot of voices, there will be differences of opinion. How is she going to deal with that? It is not what she thinks about policy; that won't change much. The question is how is she going to run the government machine without it blowing up."

Dilma's managerial competence has never been questioned, even by her opponents. But uncertainty remains over whether she has what it takes to follow in Lula's footsteps. Her months on the campaign trail have not provided the answers; they'll more likely emerge only when she's in power.

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2022661,00.html

sábado, 2 de outubro de 2010

CANDIDATOS BIZARROS

TV Record entrevista Manhanelli sobre candidatos bizarros

Entrevista está prevista para ir ao ar no dia 03 de outubro, no programa Domingo Espetacular, no quadro “A grande reportagem”, às 19h

Candidatos bizarros foi o tema da entrevista que o Prof° Ms Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), concedeu a repórter Fabíola Correa, da TV Record, na manhã de sexta-feira (25).

Para o especialista em marketing político há 36 anos, a campanha eleitoral é dividida em dois períodos. O primeiro deles é o conhecimento, só se vota em quem se conhece. Diante disto, quando o candidato já é famoso pula essa primeira fase e segue para a segunda etapa que é a busca do voto. “Fica mais barato e fácil de fazer campanha, isso falando em campanha proporcional”, argumentou Manhanelli.

Durante a entrevista, o professor ressaltou que hoje não temos mais o voto escrito. Antes com a cédula, o eleitor podia expressar através da escrita o que pensava do candidato A ou B, agora com o voto eletrônico a indignação ou aceitação se materializa com o voto em si. Ou seja, a forma do eleitor mandar o recado é votando.

Questionado se a imagem vale mais que tudo, Manhanelli afirma que não. Hoje a imagem do candidato enquanto cidadão pode ser ruim, mas se ele faz algo em benefício da sociedade e isso é divulgado na mídia é o que pesa mais.

Manhanelli salientou que a mensagem de um candidato já conhecido é recebida com mais facilidade, uma vez que o público já tem o histórico do candidato. Quando aparece um lutador de boxe, por exemplo, não precisa dizer, o eleitor já sabe quem é. E assim vai, um cantor,um comediante e etc.

Quanto ao êxito dos candidatos bizarros isso depende de sua postura, de sua consciência política e se tem conteúdo. “Temos casos no Brasil de candidatos famosos que conseguiram se reeleger”, destacou o especialista.

Finalizando a entrevista, Manhanelli diz que como técnico em marketing eleitoral prefere ter um candidato já conhecido pelo povo e passar logo para a fase seguinte, que é a busca do voto.

Mais uma vez, o especialista frisou seu ponto de vista com relação ao voto obrigatório. “Para o povo, o voto não tem valor. Enquanto o voto for obrigatório a consciência política não vai mudar e qualquer um pode ser votado que não faz diferença”, argumentou Manhanelli

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Denúncias só criam impactos se há “dinheiro e gente presa”

Denúncias só criam impactos se há “dinheiro e gente presa”
Gazeta de Caxias
Segundo cientistas políticos, escândalos têm pouco efeito eleitoral e eles só criam impacto se há “dinheiro e gente presa”.
Por João C. Garavaglia

Escândalos não devem ter grande influência na disputa Dilma/Serra Escândalos envolvendo supostos dossiês fabricados para prejudicar adversários políticos como o episódio de violação de sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge e de Verônica Serra, filha do candidato do partido à Presidência, José Serra, viraram praxe nas eleições do país. Segundo especialistas eles elevam a temperatura da campanha, mas produzem impacto limitado nas urnas.

Escândalo da Receita
No denominado Escândalo da Receita, que resultou na saída da ministra Eunice Guerra, a Polícia Federal investiga a falsificação da assinatura de Verônica na procuração usada pelo contador Antonio Carlos Atella para obter seus dados na Receita Federal, além da violação do sigilo fiscal de outras pessoas ligadas ao partido PSDB.
As três últimas eleições já foram marcadas por denúncias envolvendo tentativa de compra e venda de dossiês. “As campanhas eleitorais dos últimos anos vêm sendo contaminadas por esses episódios lamentáveis”, avalia o cientista político Aldo Fornazieri.

Caso dos Aloprados
Em 2006 o caso conhecido como Escândalo dos Aloprados ilustra a avaliação. A prisão de dois homens com 1,75 milhão de reais no quarto de um hotel pela Polícia Federal ganhou o noticiário cerca de 15 dias antes do primeiro turno da eleição. A dupla tinha ligação com o Senador e o candidato ao governo de São Paulo, Aloísio Mercadante (PT) e ia comprar um dossiê supostamente contra o adversário do PSDB José Serra.
Antes de o escândalo estourar, as pesquisas já apontavam a vitória de Serra sobre Mercadante no primeiro turno com 47% a 23%. No final, o tucano venceu com 57% dos votos válidos contra 31% do petista.

Caso flagrante
Já na disputa presidencial Lula viu seus 15 pontos de vantagem sobre o tucano Geraldo Alckmin cair após o episódio e perder a chance de se reeleger no primeiro turno, com o placar apertado de 48% a 41%. Mas no segundo turno Lula venceu por 60% a 39%. “O caso dos Aloprados foi flagrante. Tinha imagens de maços de dinheiro, pessoas sendo algemadas. Isso tudo foi para TV. Ajudou a levar a disputa para o segundo turno, mas mesmo assim Lula venceu. O caso de agora, da filha de Serra, não tem foto e nem vídeo, é uma coisa abstrata para o eleitor”, avalia o consultor de marketing político Carlos Manhanelli.

Operação Lunus
Em 2002 foi a vez de Serra, então pré-candidato à Presidência, ser acusado por José Sarney (PMDB-AP) de estar por trás de suposta rede de espionagem para prejudicar a pré-candidatura da filha Roseana. Sarney acusou a operação Lunus, da PF, de ser o desdobramento do dossiê criado para barrar o crescimento da filha. Agentes federais apreenderam mais de 1,5 milhão de reais no escritório das empresas de Roseana e seu marido Jorge Murad, no Maranhão. Imagens do dinheiro ganharam o noticiário.

Dossiê Cayman
Em 1998, o chamado Dossiê Cayman, com denúncias de que tucanos, entre eles o presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Mário Covas e o ministro José Serra, tinham dinheiro no paraíso fiscal do Caribe, foi usado por chantagista na reta final das eleições. O suspeito tentou, sem sucesso, vender as informações a candidatos adversários. Fernando Henrique e Covas se reelegeram.

Setores pequenos
“Esse tipo de denúncia tem impacto em setores pequenos da classe média e não no grande eleitorado, interessado em outras questões”, diz Fornazieri. “Dossiê tem em toda a eleição. Há sempre investigação da vida privada dos candidatos”, comenta Marco Antonio Teixeira, cientista político da Fundação Getúlio Vargas.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E SE O VOTO NÃO FOSSE OBRIGATÓRIO?


Entrevista concedida a revista Superinteressante
Charge do blog da Serra - de Carlos Emerson.

“A tentação é grande… Seus amigos querem saber o que você vai fazer no feriado, as agências de viagem anunciam pacotes para a data. E você pensa que, em pleno calor de 15 de novembro (ou de 3 de outubro), um dia livre é mesmo um convite ao lazer. Afinal, com o fim do voto obrigatório, essas datas viraram simples feriados.
Mas não é que, justo agora que acabou a obrigação de votar, a eleição parece mais interessante? Os temas da campanha são bem mais palpáveis, os problemas discutidos pelos candidatos se assemelham aos seus e tem até gente acenando com uma solução! Será que eles, finalmente, descobriram que eu existo?, você pensa.
Chega o dia da eleição. E, de repente, você está com o título de eleitor na mão, votando! Utopia? Coisa de país desenvolvido? Nem tanto. O voto voluntário torna o eleitor bem mais seletivo, afirma o especialista em marketing eleitoral Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (Abcop). Para convencer o brasileiro a ir às urnas, os programas eleitorais teriam de ser educativos, mostrar as diferenças entre os trabalhos do Executivo e do Legislativo e explicar a importância do voto.
Tudo isso, no entanto, não evitaria a redução do número de votantes. Nos países onde o voto é voluntário, como os Estados Unidos, só votam 30% a 40% dos eleitores. Aqui, é provável que, a princípio, o comparecimento continuasse alto, devido ao hábito. As abstenções ficariam por conta de quem normalmente deixa de votar e dos que votariam em branco ou nulo, diz o cientista político Rogério Schmitt, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Aos poucos, porém, a abstenção aumentaria.
OK, mas isso faria alguma diferença? A longo prazo, sim. Segundo simulações realizadas com pesquisas de opinião, os partidos de esquerda, que têm mais militância política e para quem seria esperada uma vantagem, na verdade perderiam espaço para os políticos mais conservadores, que já dispõem de um eleitorado cativo. Pelo menos a princípio. Sim, porque arrebanhar os eleitores novos, desobrigados do voto, seria bem mais difícil.
O voto facultativo não acabaria com a compra de votos, um mau hábito comum em alguns Estados. Mas pelo menos encareceria a fraude. Afinal, é bem mais fácil convencer alguém que já está na boca da urna a votar em Fulano do que demovê-lo do futebol ou da cerveja só para digitar um número na urna eletrônica. E há, de fato, muita gente que escolhe o candidato na última hora e só vota porque é obrigado. Segundo uma pesquisa da Abcop, nas eleições para cargos executivos, 15% dos eleitores definem seu voto na boca da urna. Para cargos legislativos, a indefinição é pior: 45% saem de casa para votar sem saber em quem. Esses eleitores talvez nem saíssem de casa para ir às urnas, diz Manhanelli.
Com tanta competitividade, os candidatos os astros das eleições de hoje não sobreviveriam individualmente. Resultado: os partidos roubariam a cena. O eleitor brasileiro sempre votou em indivíduos, não em partidos, afirma Rogério Schmitt. Com o voto facultativo, a longo prazo a escolha seria mais centrada nas legendas e em suas propostas de governo.
Candidatos desconhecidos, que surgem do nada a bordo de uma legenda de aluguel e que abusam das propostas mirabolantes, teriam cada vez menos espaço. Enfim, as mudanças seriam grandes. Mas, se, apesar delas, nenhum candidato despertasse seu interesse, tudo bem: sempre restaria a opção de pegar o carro e ir à praia, sem dor de cabeça.”

terça-feira, 24 de agosto de 2010

CAMPANHA CURTA FAVORECE VETERANO

JORNAL ABCD MAIOR

Por: Juliana Finardi (juliana@abcdmaior.com.br)

Carlos Manhanelli: maioria da população não sabe para quê serve um deputado
Presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos diz que propaganda de três meses é ruim para renovação

Muita gente ainda não faz a mínima ideia de que vai ter eleição em outubro. Dos que têm consciência do ano eleitoral, um número menor ainda de pessoas sabe quais são os cargos para os quais serão eleitos novos representantes. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, a falta de informação da maioria dos eleitores “é normal”. “O eleitor só vai começar a prestar atenção na campanha depois do dia 17, quando começa a propaganda na televisão”, disse. Manhanelli também questiona o calendário eleitoral, que prevê uma campanha de três meses. Na opinião do consultor, o curto tempo para propaganda privilegia apenas quem já está no poder. “A campanha de três meses é muito boa para quem já está no poder. Para as novas lideranças, para renovar o quadro político é péssimo.” Leia, a seguir, a entrevista.

ABCD MAIOR - É normal que as pessoas não saibam para quais cargos vão votar?
CARLOS MANHANELLI - É normal, não só este ano como em toda eleição. A sociedade reage através de três leis básicas em qualquer campanha eleitoral. Existe uma parcela da população que se utiliza da lei da procrastinação, ou seja, eleição para ele é problema, não é solução; então ele vai decidir de última hora em quem votar porque é um problema que ele tem para resolver já que o voto no Brasil é obrigatório. Tem a famosa lei da indiferença; é uma parcela da população que é indiferente à campanha eleitoral. Na cabeça deles, não importa quem vai ser o governador, o presidente, o deputado, porque a vida deles não vai mudar com isso, então se dá pouca importância ao processo eletivo. E tem também a lei da efemeridade, que é o valor do voto. Quanto vale o voto no Brasil? Principalmente para deputado, ou seja, para cargo proporcional. Se você fizer uma pesquisa e perguntar para quê serve um deputado, a maioria não vai saber. Sabem que existe, mas para quê serve poucos vão saber responder. Então é isso; você tem uma sociedade que reage às campanhas eleitorais de forma bastante atípica com relação aos outros países.

ABCD MAIOR – O sr. acha que é papel do candidato fazer uma campanha voltada a isso, ou seja, de conscientizar o eleitor sobre o que faz um deputado ou qualquer outro cargo?
MANHANELLI – O eleitor só vai começar a prestar atenção na campanha depois do dia 17, quando começa a propaganda na televisão. Antes disso são nomes que aparecem. Quem conhece, reconhece a pessoa. Quem não conhece, é apenas um rosto que está ali com um número e não quer dizer absolutamente nada para ele. Vai começar realmente a interessar quando o rádio e a televisão começarem a divulgar a campanha eleitoral.
ABCD MAIOR – Até lá, alguns candidatos avaliam que fazer campanha é jogar dinheiro no lixo por ser ainda o começo. O sr. concorda com isso?

MANHANELLI – Concordo. Não é jogar dinheiro no lixo, mas dependendo do grau de conhecimento que ele tem, não vale muito a pena. Um deputado que há quatro anos está no mandato e já teve mídia suficiente para se tornar conhecido vai ‘chover no molhado’ se fizer propaganda agora. Ele vai esperar realmente começar a campanha de rádio e TV para ir à rua e pleitear o voto.

ABCD MAIOR - O sr. acha, então, que uma reforma no calendário eleitoral resolveria o problema?
MANHANELLI – É muito importante. A eleição em três meses só privilegia quem já está no poder porque fica muito pouco tempo de debate, muito pouco tempo para que novas lideranças se apresentem ao eleitorado e ganhem credibilidade suficiente para obter o voto. A campanha de três meses é muito boa para quem já está no poder. Para as novas lideranças, para renovar o quadro político é péssimo.

http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=22971

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ENTREVISTA NA MTV


Profº Manhanelli fala à MTV sobre o papel do jingle na campanha eleitoral
A entrevista vai ao ar nesta quarta-feira (25) às 24h, no programa Notícias MTV, canal 32, e reprise na quinta-feira às 12h30

Profº Ms. Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), concedeu entrevista ao repórter da MTV, Marcelo Soares, na tarde de segunda-feira (17). O objetivo do encontro foi saber a opinião do professor sobre o papel do jingle na campanha eleitoral. Durante a entrevista, Manhanelli salientou que seu próximo livro vai ser sobre jingle, o 12º livro de sua carreira que deverá ser lançado em 2011.
Para Manhanelli, o jingle eleitoral serve para colocar na cabeça do eleitor o nome do candidato, o que ele está postulando, o número, e a sua ação eleitoral ou o que ele pretende fazer como plataforma seja em campanha proporcional ou majoritária.
Questionado pelo repórter se o jingle ajuda a ganhar a eleição, o professor respondeu que não. “O jingle dá argumento de lembrança”, ressaltou. A primeira coisa que se tem que fazer numa campanha é se tornar conhecido, o jingle te ajuda muito quando é bem feito, pois ele leva ao eleitor o nome e o número e vira como costumo dizer um “chiclete de ouvido”.
Sobre o que transforma um bom jingle em “chiclete de ouvido”, Manhanelli disse que é uma incógnita, pois muitos jingles mal feitos acabaram tornando em chiclete de ouvido e outros bem feitos não. É como fazer televisão, pois existe a dúvida será que o programa vai ser sucesso? Você não pode garantir enquanto o programa não for para o ar e não tiver uma receptividade da própria população.

Jingles Antigos

O especialista em consultoria política salientou durante a entrevista que possui um acervo de 390 jingles de todas as campanhas eleitorais existentes no Brasil e ressaltou que no Brasil as campanhas eleitoras contam uma história do país.
Indagado pelo repórter sobre os aspectos mais marcantes dos jingles desde 1929, Manhanelli respondeu que alguns jingles viraram “chiclete de ouvido” e outros mesmo uma “febre”. Como foi o caso de Jânio Quadro com o “Varre-Varre Vassourinha” que todo mundo cantava. Em 1929, teve também a do “Julinho Vem”, na campanha de Julio Prestes que foi considerado o primeiro jingle eleitoral. Nesta oportunidade, o professor explicou que jingle é quando se encomenda uma música para ressaltar as qualidades do candidato.
Depois na campanha de 45 não foi muito usado o jingle. Já em 50, na campanha de Getúlio Vargas o famoso jingle “Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar, o sorriso do velhinho faz a gente trabalhar”, marcou muito a campanha de 50 considerado um chiclete de ouvido. Aí na campanha de 60, a febre do Jânio “Varre-Varre Vassourinha” considerado uns dos melhores jingles até hoje.
Tempos depois veio a campanha Collor que teve um jingle não muito bom, mas o melhor jingle da ocasião que até hoje é considerado um dos melhores da campanha de 89 é o “Lula lá”, que foi gravado pelos cantores Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque. Esse foi o último jingle que temos de grande repercussão.
Para Manhanelli a falta de bons jingles nos últimos 20 anos deve-se a pasteurização e amadorismo na criação de jingles. “Já tivemos jingles criados por grande compositores e cantados por grandes cantores”, concluiu. Hoje o afastamento dos artistas deve-se ao fato de ficarem marcados porque se engajam numa campanha. Mas, na verdade ele apóia a idéia, o programa e não apenas o candidato.
Para encerrar a entrevista, o professor mostrou alguns jingles para a equipe e fez uma brincadeira com o apresentador Casé Peçanha da MTV compondo um jingle a pedido da equipe de reportagem. Manhanelli frisou ainda que a paródia é proibida por lei a não ser que o próprio autor faça.

quarta-feira, 24 de março de 2010

DEPOIS NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI

QUEM PRECISA DE UM MARKETEIRO?


por Gil Castillo


Esta semana vários jornais publicaram as declarações dos coordenadores da campanha da Senadora Marina Silva de que ela não terá um “Marqueteiro“, porque querem apresentar a candidata como ela é, sem mudar seu visual, ou sem “pirotecnia”, por exemplo. E daí, senti-me na obrigação de escrever algumas palavras. Vamos lá: O Marketing Político tem sido a grande “Geni” nacional: sinônimo para definir jogadas escusas, fabricação de candidatos enlatados e artifícios pouco louváveis de manipulação do eleitor. Mas, será esta uma arma tão poderosa, usada contra um eleitor tão frágil, que sucumbe passivamente à sua força? Bem, nem uma coisa, nem outra: nem o Marketing Político pode tudo, nem o povo é isento de percepção e capacidade de decisão. Muito pelo contrário: assim como em qualquer segmento do Marketing, ele fundamenta-se no estudo dos movimentos do mercado. E no caso do Marketing Eleitoral, esse mercado a ser estudado é, obviamente, o eleitorado. É com base numa extensa análise dos anseios, das tendências, das necessidades desse mercado, que um candidato deverá ser apresentado. Lembrando que o candidato não é um produto racionalmente desenvolvido, mas uma pessoa, com passado, história, ações, personalidade que não podem ser fabricados. E cujos atributos, que devem ser respeitados, podem ou não estar em sintonia com o que o eleitor espera, dependendo de uma infinidade de variáveis. Nesse mar de estigmas é que entra em cena o famoso personagem chamado “Marqueteiro“, ora visto como um mago onipotente, ora como um oportunista que aparece apenas nas eleições. Mais uma vez, aqui, cabem algumas explicações, a começar pela própria palavra “Marqueteiro“. O profissional de Marketing é denominado Marquetólogo. Se atua na área política, esse especialista também pode ser chamado de Consultor Político. “Marqueteiro” é um termo pejorativo. Surgiu como referência aos aventureiros que se lançavam, sem muito conhecimento de causa, pelas vastas águas do Marketing. Aos poucos, esse termo foi associando-se exclusivamente a quem “mexe com política”. Não é difícil entender o porquê e nem condenar essa confusão, afinal realmente, em épocas de eleição, aparece uma horda de pseudo-especialistas, que imaginam ter encontrado o Eldorado nas campanhas eleitorais. Junte-se a isso, o fato de que a classe política é um dos segmentos sociais com menor credibilidade e está feita a confusão.O Marquetólogo ou o Consultor Político, como queiram chamar, é um profissional altamente especializado e qualificado que vai aplicar a ciência Marketing a serviço da política. Sua atuação não se restringe à época eleitoral, mas neste período, especificamente, domina e aplica as técnicas do Marketing Eleitoral. Precisa ter o conhecimento global das várias áreas que compreendem essa empreitada e que vão desde as pesquisas, até a comunicação. Não é ele quem manda no candidato, não é ele quem aparece mais que o candidato, mas é ele quem orquestra todas essas frentes, orientando a campanha como um todo e sua expertise é fundamental para atuar à frente de um verdadeiro exército de Brancaleone, formado por pesquisadores, publicitários, jornalistas, profissionais de rádio e TV, etc, etc. Ninguém critica o papel de um maestro, nem de um treinador de futebol, por exemplo, pois é consenso que, apesar dos talentos individuais, é necessário alguém que unifique e estabeleça um caminho único, respeitando os atributos já existentes, se me permitem fazer essa comparação. Ou ainda, se preferirem: ninguém enfrenta um júri, sem a orientação de um advogado, ninguém submete-se a uma cirurgia sem a orientação de um médico, assim como ninguém enfrenta outro exército sem as estratégias de um general, para utilizar uma analogia bélica. É preciso entender que, quanto mais conseguirmos desmistificar a imagem equivocada que tem o Marketing Político e seus profissionais, mais ganharemos em transparência em nosso constante exercício de Democracia. É um equivoco também acreditar que a figura do Consultor Político é uma coisa do Brasil. Estados Democráticos no mundo todo vêem nesses profissionais importantes contribuições. Ditaduras não combinam com o Marketing Político. Aqui no Brasil, há 20 anos, a Abcop-Associação Brasileira de Consultores Políticos ocupa o papel de defender o exercício sério e ético dessa profissão, nos mesmos moldes de outros importantes representantes de classe no mundo todo, como a Alacop-Associação Latinoamericana, a AAPC-Associação Americana, a EAPC-Associação Européia, e a IAPC-Associação Internacional de Consultores Políticos. Ao final dessa reflexão, pelo menos num ponto preciso concordar com a coordenação da campanha da Senadora Marina Silva: eles não precisam de um “Marqueteiro“. Mas precisam urgentemente de um Consultor Político.


Gil Castillo é Diretora de Relações Públicas da ABCOP