segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ENTREVISTA NA MTV


Profº Manhanelli fala à MTV sobre o papel do jingle na campanha eleitoral
A entrevista vai ao ar nesta quarta-feira (25) às 24h, no programa Notícias MTV, canal 32, e reprise na quinta-feira às 12h30

Profº Ms. Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), concedeu entrevista ao repórter da MTV, Marcelo Soares, na tarde de segunda-feira (17). O objetivo do encontro foi saber a opinião do professor sobre o papel do jingle na campanha eleitoral. Durante a entrevista, Manhanelli salientou que seu próximo livro vai ser sobre jingle, o 12º livro de sua carreira que deverá ser lançado em 2011.
Para Manhanelli, o jingle eleitoral serve para colocar na cabeça do eleitor o nome do candidato, o que ele está postulando, o número, e a sua ação eleitoral ou o que ele pretende fazer como plataforma seja em campanha proporcional ou majoritária.
Questionado pelo repórter se o jingle ajuda a ganhar a eleição, o professor respondeu que não. “O jingle dá argumento de lembrança”, ressaltou. A primeira coisa que se tem que fazer numa campanha é se tornar conhecido, o jingle te ajuda muito quando é bem feito, pois ele leva ao eleitor o nome e o número e vira como costumo dizer um “chiclete de ouvido”.
Sobre o que transforma um bom jingle em “chiclete de ouvido”, Manhanelli disse que é uma incógnita, pois muitos jingles mal feitos acabaram tornando em chiclete de ouvido e outros bem feitos não. É como fazer televisão, pois existe a dúvida será que o programa vai ser sucesso? Você não pode garantir enquanto o programa não for para o ar e não tiver uma receptividade da própria população.

Jingles Antigos

O especialista em consultoria política salientou durante a entrevista que possui um acervo de 390 jingles de todas as campanhas eleitorais existentes no Brasil e ressaltou que no Brasil as campanhas eleitoras contam uma história do país.
Indagado pelo repórter sobre os aspectos mais marcantes dos jingles desde 1929, Manhanelli respondeu que alguns jingles viraram “chiclete de ouvido” e outros mesmo uma “febre”. Como foi o caso de Jânio Quadro com o “Varre-Varre Vassourinha” que todo mundo cantava. Em 1929, teve também a do “Julinho Vem”, na campanha de Julio Prestes que foi considerado o primeiro jingle eleitoral. Nesta oportunidade, o professor explicou que jingle é quando se encomenda uma música para ressaltar as qualidades do candidato.
Depois na campanha de 45 não foi muito usado o jingle. Já em 50, na campanha de Getúlio Vargas o famoso jingle “Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar, o sorriso do velhinho faz a gente trabalhar”, marcou muito a campanha de 50 considerado um chiclete de ouvido. Aí na campanha de 60, a febre do Jânio “Varre-Varre Vassourinha” considerado uns dos melhores jingles até hoje.
Tempos depois veio a campanha Collor que teve um jingle não muito bom, mas o melhor jingle da ocasião que até hoje é considerado um dos melhores da campanha de 89 é o “Lula lá”, que foi gravado pelos cantores Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque. Esse foi o último jingle que temos de grande repercussão.
Para Manhanelli a falta de bons jingles nos últimos 20 anos deve-se a pasteurização e amadorismo na criação de jingles. “Já tivemos jingles criados por grande compositores e cantados por grandes cantores”, concluiu. Hoje o afastamento dos artistas deve-se ao fato de ficarem marcados porque se engajam numa campanha. Mas, na verdade ele apóia a idéia, o programa e não apenas o candidato.
Para encerrar a entrevista, o professor mostrou alguns jingles para a equipe e fez uma brincadeira com o apresentador Casé Peçanha da MTV compondo um jingle a pedido da equipe de reportagem. Manhanelli frisou ainda que a paródia é proibida por lei a não ser que o próprio autor faça.

domingo, 22 de agosto de 2010

Campanha eleitoral começa agora

Campanha eleitoral começa agora, dizem analistas
Raphael Di CuntoEspecial para o Diário do ABC
domingo, 22 de agosto de 2010 7:21

A impressão dos eleitores de que a campanha ainda não tomou as ruas pode não ser só impressão. Segundo especialistas em política, os próprios candidatos preservam recursos e fôlego para os últimos 45 dias antes da eleição - quando a população estará mais atenta aos candidatos e suas propostas.
"É uma estratégia antiga. Normalmente as pessoas acordam para a eleição só na segunda quinzena de agosto, quando começa a propaganda gratuita na televisão e no rádio e você não tem mais como ficar alheio", explica o presidente da ABCOP (Associação Brasileira de Consultores Políticos), Carlos Manhanelli.
Isso explica, segundo ele, a baixa arredação dos candidatos nos primeiros meses da campanha. Levantamento do Diário na prestação de contas dos políticos da região mostra que eles juntaram apenas R$ 1,6 milhão até o dia 3 de agosto - data da 1º parcial. O valor, que pode parecer elevado a princípio, representa somente 0,3% da estimativa de gastos dos partidos no Grande ABC, avaliada em R$ 503 milhões.
Para o consultar político Marcos Justino dos Santos, a dificuldade financeira dos candidatos têm outra explicação, a lei Ficha Limpa - que impede a participação de pessoas com condenações na Justiça na eleição. "Muitos políticos estão com as candidaturas contestadas e aguardando julgamento, o que deixa o apoiador inseguro de investir dinheiro na campanha", ressalta.
Na opinião de Santos, este ano haverá corrida principalmente nos últimos 15 dias, quando já existirá certeza sobre os candidatos. "Os políticos mais experientes conseguem contornar essa situação e têm fontes próprias de financiamento. Mas os outros vão ter dificuldade e o recurso pode chegar tarde demais."
Na avaliação de Manhanelli, porém, a eleição neste ano estará mais barata do que as anteriores devido à minirreforma eleitoral de 2006, que proibiu a publicidade em outdoors, restringiu a pintura em muros e estabeleceu limites para gastos. "Diminuiram as despesas. Mas também diminuiu o número de investidores nas campanhas porque aumentou a transparência", avalia.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Emprego no palanque

Campanhas milionárias atraem mão de obra qualificada, como advogados que chegam a ganhar 150 000 reais. E você, vai ficar de fora?

Em quatro meses, milhões de brasileiros decidirão nas urnas quem irá governar o país, os estados e os representar nas assembleias distritais, Legislativa e no Congresso Nacional pelos próximos quatro anos. Durante todo este mês, as cúpulas dos partidos estarão ocupadas com a realização de convenções para formalizar as candidaturas e com os últimos retoques das campanhas de seus correligionários, antes da entrada da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, no dia 6 de julho, que marca o início da corrida eleitoral. Até lá, programas estarão sendo gravados, jingles finalizados, discursos afi nados, camisetas, adesivos, santinhos e toda a parafernália eleitoreira a que os candidatos têm direito, estarão prontos para ganhar as ruas. Serão quatro meses em ritmo de maratona para quem resolver fazer das eleições uma oportunidade de trabalho. E as chances existem. De acordo com os cálculos do consultor de marketing político Gaudêncio Torquato, vice-presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), ao menos 3 milhões de empregos temporários serão criados nesse período e cerca de 2 bilhões de reais serão injetados na economia; especula- se que apenas as campanhas presidenciais do PT e do PSDB somem quase 500 milhões de reais. Os altos custos refl etem a tendência de profi ssionalização das campanhas, que, ao lado dos tradicionais distribuidores de santinhos e seguradores de placas e bandeiras, têm atraído cada vez mais mão de obra qualifi cada, com remunerações também atrativas. Para quem pensa em colocar sua expertise em prol de algum candidato e enriquecer o currículo e o bolso, a vez é agora. Segundo a consultora política Gil Castilho, muitos candidatos deixam para montar suas equipes em junho. Ela mesma, que mora em São José dos Campos, no interior paulista, e já trabalha para quatro candidatos do Sudeste e do Nordeste, ainda aguarda fechar negócio com pelo menos mais um político. O especialista em marketing eleitoral, também chamado de marqueteiro político, é um dos profi ssionais com maior mercado nessa época do ano. Visto por muitos como uma espécie de guru, ganhou fama depois que publicitários bem-sucedidos passaram a assinar as campanhas presidenciais dos últimos 12 anos. "Um profi ssional sério é de bastidor, ele nunca aparece mais do que o candidato", diz Gil. "O que fazemos é um bom trabalho de publicidade, explorando o que há de melhor em cada candidato", afirma Leorinbergue Lima, diretor da MB&Cia, que espera quintuplicar sua equipe em Fortaleza até agosto. Apesar da quantidade de "marqueteiros", faltam profi ssionais no mercado, garante o consultor Carlos Manhanelli, presidente da Abcop. A remuneração é concentrada e geralmente equivale aos ganhos de um ano inteiro. INTERNET 2.0 O caráter multidisciplinar de uma campanha eleitoral acaba atraindo as mais variadas profi ssões, principalmente as ligadas à comunicação. De acordo com o consultor Gaudêncio Torquato, somente os gastos com marketing da campanha do governo do estado de São Paulo deverão ser equivalentes a 30 milhões de reais. "É fácil chegar a esse número quando se acompanha eleições há 30 anos." Entre os itens considerados estratégicos para um pleito hoje, está uma novidade nas eleições brasileiras: as mídias sociais. A exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos em 2008, que consagrou o uso da internet na campanha do presidente Barack Obama, os candidatos brasileiros prometem investir pesado na propaganda virtual, depois que a Justiça Eleitoral liberou o uso da web, uma boa notícia para os interessados nos 3 000 postos de trabalho que serão gerados na rede por todo o Brasil, segundo estimativa do consultor Carlos Manhanelli. "Levando em consideração que é necessária, no mínimo, uma pessoa por campanha para gerenciar as redes sociais, e considerando que a quantidade de candidatos dessa eleição não fuja muito à da eleição de 2006, que foi de 17 429, esse é até um número bem conservador", diz o consultor. Outro meio de ganhar dinheiro com as eleições são os institutos de pesquisa, que se planejam para ampliar suas equipes durante o processo eleitoral. Em Belo Horizonte, as contratações já começaram no Instituto Sensus tanto para as pesquisas públicas quanto para aquelas divulgadas exclusivamente para os partidos. "No período eleitoral, nossa equipe salta de 80 entrevistadores para 300", diz o presidente, Ricardo Guedes. Em São Paulo, institutos como DataFolha e Ibope deverão contratar, juntos, até 1 500 entrevistadores com formação de nível médio e superior. "No auge da eleição chegamos a trabalhar com 1 200 entrevistadores em campo, número 14 vezes maior do que o contingente de pessoal em ano não eleitoral", diz Márcia Cavallari, diretora executiva de atendimento e planejamento do Ibope Inteligência. No Rio Grande do Sul, o Instituto Index espera crescer 30% em relação à eleição passada e também já iniciou seu processo de seleção de novos colaboradores, principalmente de entrevistadores. Para Cacá Arais, os graduandos dos cursos de ciências sociais são os mais procurados para o cargo de supervisor. Outro profi ssional que passa despercebido e vem ganhando importância nos bastidores é o advogado eleitoral: sua função é blindar o candidato e fi scalizar os adversários. Para Paulo Taques, da Zamar Taques Advogados, banca de Cuiabá, no Mato Grosso, a Justiça Eleitoral está mais vigilante e nenhum candidato quer ver seu projeto político naufragar por causa de um descuido que infrinja a legislação. De acordo com Paulo, que faz a pré-campanha do empresário Mauro Mendez, pelo PSB, ao governo do Mato Grosso, um advogado de candidato majoritário pode receber até 150 000 reais mensais na coordenação de uma equipe. "Hoje não há nenhum candidato majoritário que não tenha pelo menos dez advogados." Mesmo acenando com essa grana ele avisa: está faltando profissional qualificado.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

ENTREVISTA GAZETA DO POVO PARANÁ

Campanhas reciclam clichês para atacar adversários
Para especialistas, a troca de acusações não é tão forte e serviria apenas para mobilizar as próprias militâncias


Reforçar estereótipos negativos dos adversários tem sido a estratégia preferida de ataque na largada das campanhas para presidente da República e governador do Paraná. Na disputa nacional, José Serra (PSDB) e o vice Indio da Costa (DEM) vinculam o PT às Forças Ar­­madas Revolucionárias da Colômbia (Farc), enquanto na estadual Beto Richa (PSDB) liga o rival Osmar Dias (PDT) ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Do outro lado, a arma é lembrar o histórico de privatizações feitas pelos tucanos.Nenhum dos argumentos é novidade. No segundo turno de 2006, Lula (PT) e Roberto Re­­­­quião (PMDB) contrapuseram Geraldo Alckmin (PSDB) e Osmar Dias com discursos de defesa das empresas estatais. Na avaliação de especialistas, a nova onda de clichês não é tão forte e tem alcance apenas para mobilizar as próprias militâncias. “Se perguntarem para o eleitor médio o que é Farc, muita gente vai dizer que é aquilo que corta bife”, diz o professor de comunicação política Carlos Manhanelli, da Universidade de Salamanca (Espanha).
Depois de ter feito associação dos petistas aos guerrilheiros colombianos no último sábado, Indio da Costa voltou ao tema anteontem. Em viagem ao Rio de Janeiro acompanhado de Serra, ele insinuou uma conexão entre o partido e o Comando Vermelho, maior organização criminosa do estado. “A gente vive aqui no Rio de Janeiro, no meio de uma guerrilha urbana alucinada por conta do narcotráfico. Veja só: PT e as Farc. As Farc e o narcotráfico. O narcotráfico e o Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento”, disse.

Saiba mais
Confira as trajetórias políticas dos principais candidatos a presidente e a governador
No mesmo dia, em Goiânia, Serra citou declarações do líder sem-terra João Pedro Stedile para fustigar os petistas. “O dirigente principal do MST [Stedile] disse que todo o MST deve apoiar a Dilma porque no governo dela eles vão poder agitar mais e invadir mais.” O PT não polemizou sobre a questão, mas contra-atacou com uma tentativa de desconstrução da tese de que Serra seria o “pai” dos medicamentos genéricos.
“É importante atribuir a autoria [da criação dos genéricos] a quem de direito”, disse Dilma, referindo-se ao ex-ministro da Saúde Jamil Had­­dad. Filiado ao PSB [partido que compõe a coligação de Dilma], Haddad foi ministro no governo Itamar Franco, entre 1992 e 1995.
Para o cientista político Fernando Abrucio, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, o exagero no uso dos estereótipos pode prejudicar a própria campanha. Segundo ele, Serra e Indio da Costa exageraram no elo entre as Farc e o PT. “Eles estão usando um discurso dos tempos da Guerra Fria e correm o risco de afastar alguns eleitores que não estão dispostos em votar na Dilma, mas que também não aprovam um posicionamento tão radical.”
Autor de 11 livros sobre marketing eleitoral e presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli diz que o que definirá o voto dos indecisos é a avaliação geral dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Além disso, os eleitores estariam mais preocupados com propostas sobre saúde, educação e segurança pública. Na mesma linha, Abrucio diz que a chave para vencer a eleição presidencial será apresentar uma proposta de mudança que não coloque em risco o bem-estar conquistado nos últimos anos.
Na sucessão estadual, o cientista político Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná, avalia que os ataques do começo da campanha são uma tentativa de diferenciação ideológica. Ele lembra que todos os candidatos a cargos majoritários nas chapas de Beto Richa e Osmar Dias já estiveram juntos no passado. “Até o final do prazo legal discutiu-se a possibilidade de ambos estarem juntos na mesma coligação, o que gera uma confusão muito grande na cabeça do eleitor.”
Ontem, Osmar voltou a criticar o apoio de Beto à privatização do Banestado e à tentativa de venda da Copel. “Não existe espaço para quem pensa em vender as empresas públicas do Paraná, nem para aqueles que votaram a favor de sua venda”, afirmou, em entrevista à rádio CBN. Para Oliveira, essa é uma tentativa de consolidar a complexa aliança com o PT, já que Osmar tem uma trajetória política ligada ao agronegócio e aos ruralistas.
“Ele usa esses estereótipos para rumar para a centro-es­­­querda, assim como o Beto quer demarcar seu espaço na centro-direita. É necessário firmar alguma ideologia até mesmo porque eles têm as mesmas origens políticas”, diz o professor da UFPR.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ENTREVISTA NA BAND

Profº Manhanelli participa da primeira edição do Band Eleições 2010



Com uma carreira consolidada e reconhecida no meio de marketing político nacional e internacional, o professor Ms. Carlos Manhanelli foi um dos entrevistados para o programa da TV Bandeirantes que tem como objetivo esclarecer aos telespectadores o cenário eleitoral deste ano.
Entrevistado pelo jornalista Fábio Pannunzio, o professor defendeu que a campanha presidencial 2010 será muito interessante, uma vez que o empate técnico entre os candidatos estimula a criatividade das equipes de campanha. Entretanto, o consultor fez uma ressalva: “Se essa conjuntura não mudar, ou seja, se a situação permanecer empatada, a campanha ficará mais agressiva e os ataques partirão para o campo pessoal”, ponderou Manhanelli que lembrou que o mesmo aconteceu na campanha presidencial de 89, quando Collor foi eleito após os ataques pessoais ao Lula.
Manhanelli defendeu ainda que essa campanha irá contrapor a imagem do Lula atrelada a projetos sociais mais imediatistas e a do Serra voltada a uma preparação mais técnica e planejada. “O mote dessa campanha serão os projetos sociais e a saúde, sendo que o eleitor terá que decidir se quer que as coisas continuem como estão nos próximos quatro anos ou prefere um desenvolvimento mais planejado”, afirmou o professor embasado na imagem construída por cada um dos políticos que compõem a eleição majoritária brasileira.
Quanto aos gastos de campanha, o consultor afirmou que o cerceamento de doações favorece escândalos como os ocorridos com dossiês, uma vez que se entende que as doações só ocorrem por interesses futuros esquecendo que os empresários também possuem questões ideológicas que justificam as doações.
Questionado sobre a permissidade dos eleitores, Manhanelli ponderou que os políticos assistencialistas são os que mais se favorecem com os menos favorecidos, uma vez que não possuem sua imagem “manchada”, mesmo participando de escândalos. “A dona Maria não acredita que o seu candidato faz parte dos escândalos, porque ele sempre lembra dela, manda cartão de Natal, a visitou quando o filho nasceu. Ela [dona Maria] defende que tudo que estão dizendo na TV não passa de mentira para desmoralizar o candidato”.
Com relação ao uso da internet, uma das novidades das eleições deste ano, o professor afirmou que ao contrário do que muitos estão dizendo, 2010 não será a eleição da internet. “Será um grande laboratório, onde vamos descobrir o que surte efeito nas campanhas brasileiras”.
Manhanelli ainda lembrou que em campanha eleitoral o mais importante não é a qualidade e sim a quantidade, ou seja, a massificação das ações eleitorais do candidato.Mais detalhes da entrevista você acompanha no programa Band Eleições, na TV Bandeirantes, canal aberto

terça-feira, 6 de julho de 2010

DEBATE SOBRE ELEIÇÕES 2.010 REDE VIDA


Rede Vida de Televisão promove debate sobre as Eleições 2010

O Profº Ms. Carlos Manhanelli foi um dos entrevistados do renomado programa Tribuna Independente

Com a finalidade de propagar as mudanças na legislação eleitoral brasileira, o apresentador Sebastião Misiari recebeu, nesta segunda-feira (05), o advogado especializado em Direito Político e Eleitoral, Dr. Ricardo Porto. Entre os debatedores, que fizeram parte da bancada do programa Tribuna Independente, estavam o consultor político e mestre em comunicação Social, Profº Ms. Carlos Manhanelli e o jornalista Luís Humberto Carrijo.
Dentre os temas debatidos estavam à aprovação da Lei Ficha Limpa e as alterações na lei eleitoral de 2010.
De acordo com o advogado Ricardo Porto, “tecnicamente, já foi dada a largada para campanha eleitoral deste ano”. O especialista explica que a alteração na legislação que proibi compra de qualquer material sem constar na conta bancária do candidato vai retardar a saída às ruas dos políticos.
Essa alteração é contestada pelo professor Manhanelli que defende que todas as instituições que circundam uma campanha eleitoral devem seguir prazos. “Porque todo mundo tem prazo para trabalhar e a Receita Federal não tem? Na prática, não temos como começar as campanhas a que fomos contratados e é por isso que o ideal seria que a legislação antes de promulgada, fosse analisada na prática, ou seja, na viabilidade de datas e prazos”, discorre o consultor político sugerindo que o CNPJ exigido pela Receita seja emitido com maior agilidade.
Outro assunto debatido foi à aprovação da Lei Ficha Limpa, um dos temas mais questionados pelos telespectadores. Segundo Porto, os casos de cassação e inelegibilidade de candidatura são analisados individualmente. “Infelizmente no país, não temos uma lei eleitoral clara, sendo que a corte do Judiciário é alterada há cada dois anos e por isso não sabemos qual a avaliação será feita de cada caso, uma vez que os que estão hoje no Judiciário não são os mesmos da campanha de 2008”.
O jornalista e assessor de imprensa, Humberto Carrijo pondera que a sociedade está ansiosa por uma legislação moralizante e espera que isso ocorre por meio da nova lei.

As mudanças
Sem sombra de dúvidas, a utilização da internet é uma das alterações mais polêmicas que gera maior debate em toda a mídia brasileira. Porto defende que as mudanças permitem o uso das novas tecnologias, desde que esse seja feito de forma responsável. “O candidato pode mandar e-mails, desde que explicite na mensagem o direito de remoção do destinatário. Os amigos enquanto Pessoa Física, podem apoiar e divulgar seus candidatos desde que essa ação seja voluntária. O mesmo não acontece com Pessoa Jurídica, onde a divulgação e apoio a candidatos é proibida”.
Outra proibição é a venda de espaço publicitário na internet, mudança questionada por Manhanelli. “Se nós podemos comprar espaço nos jornais, TVs e rádios, porque não podemos comprar na internet? A internet não é um meio de comunicação igual os demais? Este ano, o número de inserções e o tamanho das publicações também foi definido, porque não fazer isso na internet?”
Porto esclareceu que existem muitas controvérsias na nova legislação que cabem debate, porém acredita que com o passar dos anos, as alterações serão aprimoradas.

O valor do profissionalismo
Apesar dos aventureiros no ramo político eleitoral, todos os entrevistados foram unânimes ao defender que uma campanha eleitoral deve ser realizada por profissionais da área. De acordo com Manhanelli, “não se faz uma campanha sem um bom jornalista fazendo assessoria de imprensa, sem um departamento jurídico competente e claro, uma consultoria política criativa e eficaz, e nisso nós somos os melhores, graças a reformulação contínua da legislação eleitoral”.
Porto concorda com o consultor e lembra que caso não haja um bom entrosamento entre os departamentos jurídico e de comunicação, a campanha do candidato não sai do papel.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Serra e Dilma iniciam campanha zero a zero, avaliam especialistas


Serra e Dilma iniciam campanha zero a zero, avaliam especialistas
anderson passos

http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=14&id_noticia=333086

SÃO PAULO - A disputa à Presidência, cuja campanha começa oficialmente amanhã, será polarizada entre Dilma Rousseff (PT-RS) e José Serra (PSDB-SP), e a largada será marcada por um rigoroso equilíbrio. A leitura é de cientistas políticos consultados pelo DCI.Para o professor Carlos Manhanelli, da Manhanelli Associados, a recente pesquisa do instituto Datafolha, que aponta o empate técnico dos ponteiros Serra (39%) e Dilma (38%) tende a se manter. "Desde o anúncio das pesquisas Ibope e Vox Populi [que deram vantagem a Dilma] eu dizia que os jornais estavam fazendo uma leitura jornalística. Pesquisa é diagnóstico, não prognóstico. A disputa Serra/Dilma está equilibrada e é o empate vai prevalecer até que um deles produza um novo movimento", avalia. Para Aldo Fornazieri, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), a petista tem mais chances de provocar essa mudança. "Desde as primeiras pesquisas, Serra tem uma variação na casa dos 35%. Acredito que esse é o teto dele. A eleição vai ser polarizada, mas a Dilma é a candidata que tem mais margem de crescimento. "Fornazieri se justifica dizendo que a ex-chefe da Casa Civil pode ser beneficiada por fatores como a estabilidade econômica e também a transferência de votos oriunda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O vice. Para Manhanelli, o tucano está numa situação mais difícil por conta de erros de estratégia na escolha de seu vice. "Houve várias negativas até que o Álvaro Dias aceitasse. Aí veio o DEM e exigiu Índio da Costa", lembra. "E o erro estratégico se consolida quando Serra escolhe alguém do Rio de Janeiro, enquanto deveria ter optado por agregar alguma liderança do nordeste, onde ele precisa fazer votos", comenta. O especialista diz que, desde a redemocratização, os partidos têm buscado uma identificação com o eleitor nordestino. "É a primeira eleição sem que os partidos apresentem uma liderança do nordeste. Desde a época do Tancredo se tinha uma presença nordestina [José Sarney]. Em 89, Collor, de Alagoas. Fernando Henrique teve o pernambucano Marco Maciel e depois tivemos a era Lula. Dilma se descuidou e não agregou o nordeste. E Serra perdeu a oportunidade de fazê-lo", afirma. Fornazieri diverge. "A escolha do vice não tem peso junto ao eleitorado. O que vai decidir a eleição são as propostas e a conjuntura eleitoral do momento. E esse processo só vai começar depois da Copa do Mundo. "A disputa à Presidência, cuja campanha começa oficialmente amanhã, será polarizada entre Dilma Rousseff e José Serra, e a largada será marcada por rigoroso equilíbrio, segundo cientistas políticos.