Jornal do BrasilEduardo Miranda
O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) é o mais novo pré-candidato à Prefeitura de São Paulo em 2016. O parlamentar anunciou a decisão nesta segunda-feira (31) e, com isso, se soma aos pretendentes ao comando da maior capital do país. Estão na disputa José Luiz Datena (ainda sem partido), Celso Russomano (PRB), Marta Suplicy (PMDB), João Dória Jr. (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT).
Para o professor e analista em marketing político Carlos Manhanelli, que já participou de quase 300 campanhas políticas, o cenário é “esdrúxulo” e denota total personalismo da política. Ele afirma que, além da falta de projetos políticos, a ideologia partidária é algo que não está mais em questão na escolha dos candidatos pelo eleitor.
“São personalidades, e não partidos e programas de governo. São Paulo precisa de bons administradores, bons gerentes, mas não é o que temos. O cenário político é esdrúxulo. Politicamente, o Brasil é um país sem partidos. De modo geral, o eleitor não está se importando se a Marta (Suplicy) saiu do PT para o PMDB”, exemplificou ele.
Apesar da forte rejeição à presidente Dilma Rousseff na capital paulista, Manhanelli argumenta que, estrategicamente, a entrada de Feliciano na disputa acaba favorecendo o candidato da situação, no caso o atual prefeito petista.
“Não há dúvidas de que a rejeição a Dilma bate diretamente em Haddad. Mas com a entrada de mais candidatos, a oposição a ele se dilui e isso o torna mais forte. Para quem está na situação, esse cenário de vários candidatos é altamente compensador”, analisa o professor, acrescentando, porém, que o prefeito terá que vencer o antipetismo.
Manhanelli enumerou os pontos positivos e negativos de cada candidato:
Fernando Haddad (PT): tem a confortável situação de eleição plebiscitária, em que o eleitor vota sim ou não pela sua manutenção no cargo. Além do antipetismo, o atual prefeito precisa enfrentar o apelido de “Radarde” (em alusão ao radares de trânsito da cidade).
Marta Suplicy (PMDB): tem o passado político, vai relembrar tudo o que fez pela cidade e tem o apoio de um partido grande, mas ganhou ficou marcada pelo apelido “Martaxa” por conta do aumento de taxas de iluminação além de outras tributações em sua gestão.
Celso Russomano (PRB): Tem recall de 1,5 milhão de votos para a Câmara dos Deputados, tem o comando de seu partido e é midiático (para o bem e para o mal). Falta a ele mostrar programa de governo sólido e capacidade de gerir uma cidade do porte de São Paulo.
Marco Feliciano (PSC): Vem lastreado pelos evangélicos, que representam aproximadamente 25% do eleitorado paulistano, inclusive pelas polêmicas em rede nacional como deputado federal. Mas, além de enfrentar protestos de setores progressistas, dividirá o voto evangélico com Russomano.
José Luiz Datena (ainda sem partido): É midiático e vai tentar convencer pelo discurso da segurança pública, um dos grandes problemas de São Paulo. Vai aproveitar seu passado no comando de programas policialescos para se apresentar como o grande arauto da segurança pública. Pesa contra ele a inexperiência política e o fato de ser o candidato de um tema só.
Jorge Dória Jr. (PSDB): A favor dele pesa o fato se já ser conhecido da população paulistana. Mas a falta de experiência na política e a postura elitista será alvo de militantes e dos demais candidatos e partidos.
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