sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ENTREVISTA A IMPRENSA AMERICANA




Brazil election: Lula's legacy set to propel Dilma Rousseff to victory
As voters go to polls for the Brazil election today, support from popular outgoing President Luiz Inácio Lula da Silva is expected to propel candidate Dilma Rousseff to victory.

By Andrew Downie, Correspondent / October 3, 2010

Rio de Janeiro
Brazilians face an unfamiliar ballot today when they enter polling booths to elect a new president. For the first time since the end of the dictatorship in 1985, the name Luiz Inácio Lula da Silva will not be on it.

Skip to next paragraph Related Stories
Brazil election tightens as Dilma Rousseff slips in polls Brazil: Where a shoeshiner became president Brazilian President Lula: BRIC countries must forge a transparent system of global governance Mr. da Silva, known widely as "Lula," cannot run for a third consecutive term. Yet he remains the most important figure in this year's race. His 80 percent approval rating and enthusiastic support for Workers' Party (PT) candidate Dilma Rousseff nearly guarantees her victory.

"The PT made it a plebiscite: If you like Lula, then vote for it to continue under Dilma," says Carlos Manhanelli, president of the Brazilian Association of Political Consultants. "She can tell her tailor to prepare her dress for the inauguration."

Polls show she will garner close to 50 percent of the vote, far ahead of her closest challenger, José Serra of the Brazilian Social Democratic Party. And she remains the clear favorite even amid a series of ethics scandals hitting the PT and one of her closest collaborators – underscoring the general approval of Lula's leadership.

Lackluster candidates
Simply put, Brazilians want Lula, whose charisma is unmatched by Mr. Serra or Dilma, as everyone in this informal nation knows the former energy minister. She is seen as authoritarian and harsh, and although she was one of the few Brazilians courageous enough to fight against the military dictatorship, she only joined PT in 2001 and has never run for office. In contrast, Serra has a long political career, serving as governor of Brazil's most populous state and then as health minister. But he is no more likable than his opponent.

Both candidates are essentially vying to show they can continue the prosperity found during Lula's eight-year term. Under his watch, inflation remained low and debt fell, while trade increased and bolstered foreign reserves to record levels. Confirmation of the country's newfound economic respect came from international ratings agencies, who last year awarded Brazil investment grade for the first time.

Lula stimulated spending, freed up credit, and injected money into previously moribund parts of the economy through a nationwide program that pays mothers to keep their kids in school and vaccinate their babies. More than 40 million people have benefited from the Bolsa Familia (or Family Aid) program, creating a trickle-up economic model that gave the poor disposable income for the first time.

The global economic crisis caused only ripples here. Jobs disappeared and sales dropped, but Brazil did not suffer the home repossessions, failing businesses, and redundancies that demoralized much of Europe and North America. The economy is expected to grow 7 percent this year.

Why didn't Lula do more?
But amid such incredible growth, critics question why Lula did not seize the moment to implement more reforms. Brazil's education standards remain pitifully low, corruption is endemic, and violent crime remains unacceptably high. Moreover, Lula failed to implement pressing tax, social security, labor, and union reforms.

"Lula has an 80 percent approval rating but he hasn't used that mandate to make tough decisions and push through the necessary reforms," says Oliver Stuenkel, a visiting professor of international relations at the University of São Paulo. "He's missed a great opportunity."

He's also been lucky. Brazil, with its abundant commodities, has become the world's No. 1 producer or exporter of beef, chicken, coffee, soybeans, sugar, and iron ore. Oil, too, has recently emerged as a major source of jobs and income. The sector got a huge boost in 2007 with three major discoveries off the Atlantic coast. The presalt fields, so named because they are found under more than 5,000 meters of sea, rock, and salt deposits, contain at least 12 billion and perhaps as much as 50 billion barrels of oil.

Next steps
All that has given Brazil a more prominent role in world affairs and Lula has seized on it. Brazil's troops have anchored peacekeeping efforts in Haiti, negotiators have been influential in climate and trade talks, and diplomats have sought to broker peace deals in Honduras, Iran, and between feuding Colombia and Venezuela. As if to crown its arrival on the world stage, Brazil will host the 2014 World Cup and 2016 Olympics.

A hero at home and revered abroad for his work slashing income inequality, Lula has said he may now take a position at an international body, help Africa, or advise Ms. Rousseff – a move sure to be welcomed by most Brazilians.

"The principal explanation that so many people want to maintain the status quo is that the economy is doing well," says João Augusto de Castro Neves, a political analyst with CAC Political Consultancy. "It's like Clinton's slogan in 1992: It's the economy, stupid."

http://www.csmonitor.com/World/Americas/2010/1003/Brazil-election-Lula-s-legacy-set-to-propel-Dilma-Rousseff-to-victory

sábado, 23 de outubro de 2010

AULA DE MKT ELEITORAL


ENTREVISTA A REVISTA VEJA





Manhanelli fala sobre marketing político e eleitoral à VEJA
programa Veja Entrevista com o jornalista Augusto Nunes, na sexta-feira (22)


O Profº MS. Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos) concedeu entrevista ao jornalista Augusto Nunes para o programa Veja Entrevista, nesta quarta-feira (20). A entrevista teve como tema o marketing político e eleitoral no Brasil.

Manhanelli que já escreveu 11 livros sobre marketing político abriu a entrevista definindo antes de tudo o que é Marketing “Hoje qualquer coisa que se venda as pessoas já acham que é marketing. O nome em si já traduz o significado- mercado em ação. Ou seja, marketing é o estudo do movimento do mercado”, salientou.

Marketing eleitoral x Marketing político

Muitos confundem marketing eleitoral e marketing político. Questionado pelo Jornalista, Manhanelli esclareceu que há diferença entre os dois conceitos. O marketing eleitoral é uma tarefa é o momento da conquista do voto. É quando a campanha deflagra e termina no dia da eleição.

Quanto ao marketing político é uma missão. Ele nasce com o político e morre quando perde o mandato. Usa-se marketing porque enquanto político tem que atender as reivindicações, os anseios do eleitorado. Não quer dizer que o político é um produto, mas uma referência que tem demanda.

O professor ressaltou ao entrevistador que para ser um especialista faz-se necessário conhecer comunicação, ciência política, marketing e propaganda. “Meu currículo vasto não é à toa”, respondeu sorrindo para Augusto Nunes.

E o debate entre candidatos? Perguntou Augusto Nunes. Manhanelli disse que é puramente marketing eleitoral. “O debate tem a função de conquistar eleitores e não ganhar a eleição”. Como dizia Sergio Arapuã " Debate não é arena, debate é passarela"

Durante a entrevista, falando sobre a imagem do político, Manhanelli citou Jânio Quadros como um dos fenômenos eleitorais que são únicos e não servem de exemplo para outros políticos. Ele fez menção às quatro imagens citadas pelo escritor Roger-Gérard Schwartzenberg, em seu livro "O Estado Espetáculo", onde aponta as imagens que o candidato passa para o eleitor. São elas: Herói, pai, líder charme e homem simples. “ E Jânio não se encaixa em nenhuma dessas imagens” argumentou.

Marqueteiro x Marquetólogo

Indagado pelo repórter sobre a profissão de “marqueteiro”, Manhanelli frisou que a expressão correta é marquetólogo, uma vez que na Língua portuguesa a terminação “eiro” é depreciativa em qualquer profissão e essa questão é antiga vem desde a colonização, quando fomos tratados de “brasileiro” o que remete uma classificação pejorativa.

Outra questão levantada por Augusto Nunes foi sobre a importância da inserção na TV. Para o especialista, a inserção é mais importante que programa eleitoral. Isto porque, a inserção pega o telespectador de surpresa, no meio de um programa de grande audiência. Já o programa eleitoral há um horário definido e o eleitor pode escolher se assiste ou não.

Quanto às restrições a propaganda eleitoral. Manhanelli salientou para analisar de fato é necessário fazer um levantamento histórico. O professor contou que há duas datas marcantes para o início da atividade no Brasil. Em 1954, com a campanha de Celso Azevedo, em Belo Horizonte, onde foram utilizadas as primeiras técnicas de marketing eleitoral e a campanha de Jânio Quadros que foi o primeiro político a usar a televisão como meio de comunicação para campanha eleitoral.

Na época de ditadura a televisão e do rádio são usados como instrumentos para reafirmar o regime ditatorial. Continuando a história, Manhanelli citou que em 1974, fez sua primeira campanha para senador do PMDB, o qual o candidato obteve vitória. Nessa campanha, a televisão foi utilizada como ferramenta para mostrar todas as mazelas do país.

Diante disso, o poder percebe e instaura a lei falcão (1976) proibindo que as imagens fossem exibidas na televisão. E essa determinação dura até 1989.

Em seguida veio a campanha de Fernando Collor que utilizada na televisão todos os recursos possíveis montagem, trucagem e outros. Saindo da campanha de Collor, entra a do Fernando Henrique Cardoso. Daí percebe-se que usando tudo quem leva a vantagem é a oposição ( Caravana da Cidadania - Lula) e fica proibido o uso da imagem externa no programa eleitoral.

Campanha 2010

Augusto Nunes pede ao especialista que avalie a campanha de 2010 quanto ao trabalho dos marquetólogos pelos seus conceitos. Manhanelli salientou que há erros primários em ambos. Mas, frisou que esses conceitos não são só dele, mas também dos membros da IAPC (The Internacional Association of Political Consultants) na qual é integrante.

Por exemplo, a candidata Dilma começou sua campanha apresentando uma imagem de heroína, aquela que veio para resolver os problemas. Daí gerou uma contradição, que problema que seu antecessor vai deixar (Lula)? Depois ao perceber essa situação, ela muda de imagem e aparece como mãe dos fracos e necessitados. Com uma voz mais doce. Ela vem cuidar e dar continuidade as ações do homem simples. Já no segundo turno, ( no primeiro debate) a imagem da Dilma muda novamente. Ela volta a ser a heroína gerando dúvidas para o eleitor.O que é uma incoerência na opinião do professor.

No caso de Serra, o marquetólogo apostou na imagem de pai. Aquele que vai dar continuidade ao que lula fez. Na opinião de Manhanelli, ele deveria ter afirmado a imagem de herói o que resolveria todos os problemas deixados pele opositor (Lula). Mas, a estratégia certa foi manter essa postura até agora sem deixar dúvidas para o eleitor.

O repórter perguntou se a eleição terminasse hoje qual a previsão? Manhanelli respondeu que nenhuma, a campanha está equilibrada e como já é sabido por todos qualquer coisa pode acontecer e virar em 24h.

Indagado sobre qual político do Brasil que mais soube usar o marketing político e eleitoral Manhanelli falou da campanha mais difícil e o maior exemplo de marketing político, em sua opinião, até hoje foi a campanha de Tancredo Neves. Era preciso convencer a população a fazer uma pressão no colégio eleitoral para votar nele. Não havia voto direto. “Foi uma triangulação de voto”, finalizou.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Campanha prioriza Marina e estados


Entrevista ao DCI


DIÁRIO COMERCIO E INDUSTRIA
13/10/10 - 00:00 > POLÍTICA


Campanha prioriza Marina e estados

anderson passos


SÃO PAULO - O foco dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) neste segundo turno deve se voltar aos aliados nos estados. Além disso, as campanhas devem se preocupar em incorporar as principais propostas da candidatura do PV e sobretudo conquistar o apoio da presidenciável do partido, Marina Silva, derrotada no primeiro turno com cerca de 20% dos votos do eleitorado. Essa é a opinião de cientistas políticos ouvidos pelo DCI. Para o consultor da MCM Marcelo Ribeiro, Serra tem de olhar com atenção estados como Minas Gerais e São Paulo. "São os dois maiores colégios eleitorais do País e são estados considerados reduto tucano, mas onde Dilma conseguiu superar Serra. Então tem de investir com cuidado e força nessas duas frentes. "O consultor entende que, livre da campanha de Antônio Anastasia ao governo de Minas e da disputa ao Senado, o ex-governador Aécio Neves será uma peça-chave na campanha de Serra. Para ele, a saída de Aécio Neves do processo de escolha do presidenciável tucano, no começo do ano, deve ser superado. "Aquele caso das prévias sugeridas pelo mineiro para a escolha do candidato à Presidência será esquecido. Se o Aécio realmente entrar de cabeça na campanha, o eleitor vai esquecer aquele episódio e apoiar o Serra", prevê. O professor Carlos Manhanelli concorda e diz que, neste momento, Aécio é uma "moeda excelente" a favor dos tucanos. "E, num eventual governo tucano, ele sabe que pode se tornar um grande líder. Ele pode negociar com o PSDB, reivindicando de ministérios à possibilidade de concorrer em 2014. Por isso não desperdiçará essa oportunidade", defende.

Marina

Enquanto Manhanelli defende que a adequação dos programas de governo às propostas defendidas pelo PV pode garantir a transferência de votos para os candidatos, Ribeiro acredita que o apoio formal da senadora do Acre é suficiente para atrair parte significativa dos setores do partido e para levar seus eleitores a apoiarem o PT ou o PSDB. "Dialogar com o PV e com a senadora Marina Silva é, de fato, importante. Mas fazer um movimento na linha programática, de incorporar ao programa de governo projetos sugeridos pelo PV, é a maneira mais eficaz de atrair apoio", afirma Manhanelli. Ribeiro defende, no entanto, que Marina tornou-se uma figura maior do que o PV e que o foco das ações de PT e PSDB deve ser a senadora. "Quem realmente mais importa é a Marina Silva. O PV ainda é um partido pequeno. O partido que conseguir o apoio formal dela no segundo turno tem muito mais chances de transferir votos na eleição", defende o consultor. Ribeiro, no entanto, acredita que Marina não apoiará formalmente nenhum candidato e que o PV deve liberar seus filiados para votar como quiserem em 31 de outubro.

Demonização

O crescimento do tema do aborto na campanha eleitoral, sobre o qual Dilma já divergiu de si mesma publicamente, ora emitindo opinião favorável, ora em contrário, é uma das armas da campanha de Serra contra o PT. "Quando o PSDB muda o slogan para 'Serra é do bem', fica claro que essa polêmica em torno do aborto seja uma linha auxiliar de uma campanha de demonização da candidata do governo", sugere Manhanelli. Ele lembra que os eleitores católicos e evangélicos, quando defrontados com o tema, mantêm uma postura sectária, de difícil reversão. Ribeiro sugere que o PT está experimentando agora, com a questão do aborto, uma estratégia concebida por ele em 2006. "Nas eleições presidenciais de 2006, o PT fez uma grande campanha para vincular o PSDB às privatizações. E, por mais que o candidato Geraldo Alckmin fosse à televisão rejeitar aquela ideia de privatização do Banco do Brasil ou da Petrobras, por exemplo, o presidente Lula acabou eleito. Esse fenômeno pode se repetir agora", prevê.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Debate sobre aborto e religião pode favorecer Serra, dizem analistas


JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO
15 de outubro de 2010 16h 42

Para especialistas ouvidos pela BBC Brasil, Dilma tem a perder ao assumir postura mais agressiva

Para especialistas, Dilma tem pouco a ganhar com postura ofensiva
Analistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que o debate centrado em questões como aborto e religião favorece o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, enquanto que a adoção de uma postura mais agressiva faz com que a petista Dilma Rousseff perca terreno.
As primeiras pesquisas para o segundo turno, em 31 de outubro, mostram uma redução da vantagem de Rousseff sobre Serra.
"No fundo, a sociedade brasileira é muito conservadora", diz o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Caldas. "Quando Dilma assume uma postura mais agressiva, desperta um receio que havia em relação ao PT dos anos 80, que era um partido mais polêmico."
Na opinião de Caldas, a petista ditou o ritmo do primeiro turno - e teve vantagem - ao centrar o debate no confronto de realizações entre o governo federal (do qual ela foi ministra) e o de São Paulo (que teve Serra como governador).
"Isso causava um prejuízo muito grande ao Serra, porque é difícil mostrar coisas feitas em São Paulo a pessoas do Nordeste", afirma o professor da UnB.
Já no segundo turno, segundo Caldas, o candidato do PSDB ganhou espaço ao determinar o ritmo do debate, colocando o foco sobre valores pessoais, moral e religiosidade.
"Serra foi muito feliz quando percebeu uma oportunidade nisso, fazendo com que ela (Dilma) mostrasse os seus valores", afirma. "As pessoas estão assustadas porque, no fundo, elas não conhecem a Dilma."
Acirramento da disputa
Para o cientista político e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Geraldo Tadeu Monteiro, o debate em torno da moral e da religião deve afetar uma parcela pequena do eleitorado. No entanto, ele acredita que, com o acirramento da disputa e a redução na diferença entre os candidatos, o voto católico ou evangélico pode acabar sendo decisivo.
"Em um contexto de disputa acirrada, ter 5% ou 6% de católicos mais fervorosos mudando de opinião, ou de 12% a 15% de evangélicos trocando de voto, pode virar a eleição", diz Monteiro, que também vê Serra como beneficiário do debate em torno de valores morais.
Para ele, o que pode ter ainda mais influência é a tentativa de Serra impor a Dilma uma imagem de "duas caras", ou alguém que muda de opinião. "Isto afeta um valor fundamental, que é o da confiança, causando no eleitor a impressão de que a pessoa, uma vez eleita, vai fazer o contrário do que disse antes."
O professor da Uerj também vê pouca chance de a candidata petista ganhar votos com a adoção de uma postura mais ofensiva. Segundo ele, isto tem mais a ver com a necessidade de Dilma mobilizar a militância e lideranças políticas e menos com uma estratégia para conquistar o eleitor médio.
Mudança de imagem
O consultor político Carlos Manhanelli acredita que Dilma errou ao aparentemente trocar, do primeiro para o segundo turno, a imagem de "mãe" dos "fracos e oprimidos" - que daria continuidade às políticas sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - por um mais agressiva, de "heroína", "executiva" e "guerreira".
"Esta troca sempre é prejudicial, porque você forma uma imagem no inconsciente coletivo do eleitor e, quando isto é modificado, ele fica em dúvida sobre qual reação o candidato terá", diz Manhanelli.
O consultor afirma que Serra também errou ao tentar, durante toda a campanha, vender uma imagem de "pai dos pobres" (em continuidade a Lula), em vez de adotar uma figura "heróica", de quem tenta resolver problemas deixados pelo antecessor.
No entanto, segundo Manhanelli, o tucano leva vantagem por ter mantido a aposta em uma única imagem durante a disputa, mesmo não sendo a ideal. "Serra, embora esteja com a imagem errada, ainda preserva uma tentativa de ser um 'pai', ao menos consolida uma imagem."
Manhanelli vê como natural, embora lamente, a mudança de foco entre os dois turnos. "No primeiro, se esgotam todos os argumentos de propostas de governo. Quando cai no segundo, vai para embate de vida, de história de cada um, de postura religiosa, moral, currículo. O segundo turno vem vazio."
O consultor também acha que, em termos de debate sobre religião e valores, Serra tende a ganhar mais votos que Dilma, mas ele não acredita que as últimas pesquisas reflitam esta questão.
Para ele, a ascensão do tucano se deve mais à adesão dos votos dados a Marina Silva (PV) no primeiro turno, independentemente da questão religiosa.
Mesmo vendo vantagem de Serra no debate religioso, Ricardo Caldas prevê uma disputa equilibrada até o fim entre os dois candidatos.
"A eleição não está ganha para nenhum lado", afirma o professor da UnB. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,debate-sobre-aborto-e-religiao-pode-favorecer-serra-dizem-analistas,625275,0.htm

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

DEBATE UNIV. SÃO JUDAS TADEU


Manhanelli participa de debate na Universidade São Judas Tadeu sobre a cobertura jornalística das eleições

Entrevista está prevista para ir ao ar no canal da Universidade, dia 15 de outubro

Na última sexta-feira (08), o Prof° MS Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos) participou do programa Imprensa em Debate, dirigido e apresentado pelos alunos do quarto ano de jornalismo da Universidade São Judas Tadeu, campus Mooca. O encontro teve também a participação do presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo. O tema do debate foi a cobertura jornalística nas ultimas eleições.

O Especialista em marketing político há 36 anos começou ressaltando que a cobertura eleitoral é um espetáculo, isto porque a eleição em si já é vista como uma festa para o povo. Manhanelli explicou que essa característica de espetáculo deve-se ao fato da televisão ser um veículo sintético e não analítico. Ou seja, não temos simples informações, mas um show de notícias.

O outro convidado, Augusto Camargo, presidente do sindicato dos jornalistas, salientou que a cobertura eleitoral está sendo contaminada pela visão de coberturas de outras editorias. Tais como: polícia, esporte etc. A eleição está sendo tratada como espetáculo, cujo objetivo é emocionar, causar comoção.


Redes Sociais

Questionado sobre a utilização das redes sociais nas eleições, Manhanelli frisou que é importante lembrar que no Brasil a campanha é diferente dos EUA. Aqui são 3 meses de campanha apenas, enquanto que lá são dois anos. E é o tempo que influencia a fomentação com os eleitores.

“No Brasil, a internet nunca teve uso pleno. A utilização desta ferramenta nas eleições deste ano foi um grande laboratório”, ressaltou. A internet precisa passar por segmentação, assim como passaram o Rádio e a Televisão.

Para Augusto Camargo, a internet não é popular ainda e para o jornalista não é um campo de liberdade de imprensa e sim de expressão.

Quanto ao veículo de comunicação assumir sua posição na eleição, ou seja, de que lado está, Manhanelli acha salutar. Ele citou que na França os jornais tomam posição logo no começo. Para o eleitor, quanto mais ele ficar sabendo que aquele veículo tem a tendência A ou B, ele vai ler a noticia de uma foram diferenciada. Acho muito saudável que cada veículo coloque pra quem ele está trabalhando

Mídias Alternativas


Sobre o papel das mídias alternativas, Augusto Camargo, argumentou que ao longo da historia sempre teve espaço para mídias alternativas. Não é um fenômeno novo, faz parte da nossa tradição a existência desses veículos. “É saudável numa sociedade ter pequenos veículos fazendo o contrapondo com os grandes jornais, ajuda a fazer a democracia se estabelecer de forma mais plena”.

Indagado se um político interfere em um veiculo de comunicação, Manhanelli diz que sim. Uma vez que as concessões dos grupos estão nas mãos deles. Ele ainda salientou que não há como fazer um jornalismo ético, é praticamente impossível. Existe dentro da empresa um esquema de como funciona a imprensa,ou o jornalista se submete ou está fora da empresa.

Para o presidente do sindicato, o jornalista é o que menos tem força para decidir algo, isto porque os veículos de comunicação estão se tornando grandes corporações. Cada vez menos o poder está nas mãos dos jornalistas e não são eles quem ditam o funcionamento da empresa, mas sim os bancos, as empresas coligadas, os acionistas e etc. “O caminho para a mudança é a legislação. Uma lei que imponha padrões, regras e limites. Hoje o Brasil tem a liberdade de imprensa mais clara do mundo, porque não possui uma lei de imprensa” frisou.

Para encerrar o debate, Manhanelli presenteou a biblioteca da Universidade com o seu mais recente livro, Marketing Eleitoral : O Passo a Passo do Nascimento de um Candidato, no qual consagra tudo que aprendeu ao longo de 36 anos de carreira
.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ANÁLISE DO DEBATE PRESIDENCIAL


Rede TV entrevista Profº Manhanelli sobre a postura dos candidatos presidenciáveis
A entrevista foi ao ar nesta segunda-feira (11) às 21h, na Rede TV News

O presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), Profº Ms Carlos Manhanelli concedeu entrevista a repórter da Rede TV, Patrícia Zorzan, na tarde de segunda-feira (11).A avaliação do professor quanto ao debate de domingo (10) entre os candidatos a presidência da república Dilma e Serra foi o tema da entrevista.

Com a postura de ataque da candidata Dilma (PT), Manhanelli ressaltou que o candidato Serra (PSDB) foi pego de surpresa isso ficou claro na reação e nas repostas dele. Dilma mostrou uma imagem de guerreira, de heroína. Assim, ela conseguiu agradar militantes, mas não ganha votos, salientou o professor.

O Especialista em marketing político, ressaltou que em sua opinião o debate teve duas vitórias. A da Dilma enquanto consolidação política de uma imagem aguerrida que vem para resolver as coisas, ganhou a militância. Mas, quem ganhou os eleitores foi o Serra.

Para Manhanelli, a postura de quem ataca dificilmente ganha indecisos e aquele que conseguiu falar de propostas com uma linguagem mais acessível foi com certeza quem ganhou mais votos.

Questionado sobre o que deve ter acontecido para a mudança de postura de Dilma, o professor argumentou que nada em campanha eleitoral acontece sozinho com certeza alguma informação interna existe para mudança de comportamento e na estratégia de Dilma. “As pesquisas internas devem estar mostrando outra realidade que não a do instituto de pesquisa de televisão”, frisou.

Manhanelli acrescentou que pode ser que uma pesquisa qualitativa tenha mostrado que a postura de Dilma “paz e amor” não foi bem aceita pela população. Desta forma, retorna a imagem de heroína não somente para colocar a militância mais ativa, mas também de apresentar uma nova fase da Dilma que é a Dilma verdadeira, executiva e que resolve problemas técnicos e não a Dilma política.

A repórter questionou se essa imagem de ataque da Dilma afugenta o eleitor. O especialista respondeu que sim, uma vez que a Dilma começou aparecendo como heroína depois percebeu que tal imagem não dava continuidade ao governo Lula, então passou a ter uma imagem de grande mãe dos mais pobres. E agora no segundo turno, retorna como heroína.

“Essa mudança de imagem é muito ruim, pois uma construção de imagem é construída com hábito, com freqüência. Quando se começa a mudar muito a imagem, a população começa a pensar qual é a verdadeira imagem do candidato? Após o debate, o que temos que ver qual a imagem que foi passada para o eleitor. Qual a repercussão que vai ter esse debate?”ressaltou Manhanelli. .

O professor citou que Dilma estava nervosa gaguejou durante o debate e Serra foi pego de surpresa. O que demonstrou não ser mais aquela pessoa que tinha resposta para tudo.

O Serra não estava preparado para atacar ele foi para o debate esperando que ia encontrar a Dilma de antes, com doçura na voz, mas pelo contrário, a Dilma foi com postura guerreira, uma postura agressiva que também é nova pra a população.

Para Manhanelli não se pode afirmar se foi uma tática suicida ou uma nova estratégia derivadas das estatísticas, faz-se necessário ter acesso as pesquisas para saber o motivo da mudança abrupta de imagem e isso só quem pode dize é quem está fazendo o marketing da Dilma .

Indagado se a militância da Dilma acomodou-se durante a campanha, Manhanelli acredita que na verdade estavam de “salto alto” achando que a campanha estava ganha. Com a nova postura da Dilma, com a imagem de executiva, que resolver resolvendo, ela mostra o verdadeiro estilo de Dilma ser e assim com certeza conseguiu sacudir a militância e mostrar que é preciso ir as ruas e ganhar mais votos. “A pior coisa que pode acontecer numa campanha é o pensamento já ganhamos, antes de sair o resultado”, mencionou.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ENTREVISTA NA REVISTA TIME - E.U.A

In Brazil, Lula's Heir Prepares for Power
By Andrew Downie/Sao Paulo Thursday, Sep. 30, 2010






Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva raises the arm of Dilma Rousseff, his former Chief of Staff and presidential candidate for the ruling Workers Party (PT), upon their arrival for a campaign rally in Campinas on September 18, 2010. Brazil's general elections are scheduled for October 3.



Few Brazilians outside the political elite knew much about Dilma Rousseff before the presidential election campaign got under way in July. As chief of staff to the massively popular President Luiz Inácio Lula da Silva, Rousseff had been a powerful behind-the-scenes figure who had also served as Energy Minister. But she had never had to win the hearts and minds of voters by running for political office. That was before Lula tapped her to succeed him.

In most countries, Rousseff might have been expected to use the last couple of months to tell voters what she stands for and how she plans to govern. But this is Brazil, and Lula is the most popular president in its history. Rousseff did not have to articulate a detailed election platform; she simply had to convince voters that she'll continue Lula's work. She has managed that with ease, and it has all but guaranteed she will become the leader of the world's fifth most populous nation and eighth most powerful economy.
(See "No Satire Please, We're Brazilian.")


"Lula has an 80% approval rating and those people want Lula to continue," said Carlos Manhanelli, the president of the Brazilian Association of Political Consultants. "Who is going to best provide continuity? Dilma. And the Workers' Party have... realized that if they can present her as Lula in a skirt, she will get elected."

With the election just two days away, Dilma, as everyone in this informal nation calls her, is polling around 50% — enough to guarantee her first place, and perhaps even the majority that would allow her to avoid a runoff ballot on Oct. 31.

If and when she does take office, it will cap a remarkable political ascent. The daughter of a well-off Bulgarian immigrant, Dilma became politically active as a teenager during the dictatorship, when she bravely took up arms in a leftist guerrilla movement against the military regime. Although she never fired a weapon in anger, she was arrested and tortured, and spent three years in jail.

Dilma studied economics after her release in 1973, and she moved into government when the military gave up power in 1985. She served as finance secretary in Porto Alegre, and was twice state Energy Secretary of Rio Grande do Sul. Lula invited her to be his Energy Minister in 2003, and was so impressed by her performance that he charged her with running the most important programs of his second term. And last year, highlighting her "sensibility and intrepidness," he named her as his preferred successor. (Lula is constitutionally forbidden from seeking a third consecutive term.)

"I can say without fear of contradiction that one of the main reasons my government was a success was down to Comrade Dilma Rousseff's ability to coordinate," Lula said.

Dilma's campaign style has been to bask in Lula's glow, and assure his supporters that she will not deviate an inch from the progressive program that made his eight-year reign such a success. That may be because Dilma herself is, in fact, an inexperienced and reluctant campaigner who appears ill at ease among crowds and on stage. And she has no need to risk proposing big ideas. Thanks to Lula's unwavering support — and boosted by the lackluster campaign of her main rival — her coronation is all but assured.
(See "Lula's Way.")


By suggesting Brazil needs to simply keep coasting along, however, Dilma is tempting fate. Brazil's past two presidents transformed the country from unpredictable and underperforming regional power to rising global star. Fernando Henrique Cardoso stabilized the currency and tamed inflation, privatized hundreds of inefficient state-run companies, and laid the foundations for future growth. Lula built on that by consolidating the economic gains, sharing them amongst the poor for the first time and improving the shameful social indicators that had made Brazil one of the most unequal countries in the world.

Brazil's next president, though, needs to continue that modernization process — which Dilma will be in a good position to do if, as appears likely, her coalition wins majorities in both houses of the legislature. Despite Brazil's impressive growth, it remains a developing country. Its tax burden is too high, its education system too poor, its infrastructure too basic and its red tape and corruption too widespread. Urgent reforms are also needed in social security, labor policy and governance.

Dilma, 62, has not articulated how she will tackle these challenges. Whether she, or anyone, is even capable of carrying out the required reforms remains an open question — and not just because she is known more as a bureaucratic combatant than a conciliator. Even Lula, with his unrivaled charisma, popularity and political skills, avoided attempting major reforms.

Dilma will rely much more heavily than Lula did on the machinery of the Workers Party, which raises some concern because of its increasingly authoritarian inclinations and recent influence-peddling scandals involving key party figures.

"Lula had a big cabinet with 40 ministers and he brilliantly used his experience in politics and as a union negotiator to put out fires," said João Augusto de Castro Neves, a political analyst with the CAC Political Consultancy firm. "There are going to be a lot of voices, there will be differences of opinion. How is she going to deal with that? It is not what she thinks about policy; that won't change much. The question is how is she going to run the government machine without it blowing up."

Dilma's managerial competence has never been questioned, even by her opponents. But uncertainty remains over whether she has what it takes to follow in Lula's footsteps. Her months on the campaign trail have not provided the answers; they'll more likely emerge only when she's in power.

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,2022661,00.html

sábado, 2 de outubro de 2010

CANDIDATOS BIZARROS

TV Record entrevista Manhanelli sobre candidatos bizarros

Entrevista está prevista para ir ao ar no dia 03 de outubro, no programa Domingo Espetacular, no quadro “A grande reportagem”, às 19h

Candidatos bizarros foi o tema da entrevista que o Prof° Ms Carlos Manhanelli, presidente da Abcop (Associação Brasileira de Consultores Políticos), concedeu a repórter Fabíola Correa, da TV Record, na manhã de sexta-feira (25).

Para o especialista em marketing político há 36 anos, a campanha eleitoral é dividida em dois períodos. O primeiro deles é o conhecimento, só se vota em quem se conhece. Diante disto, quando o candidato já é famoso pula essa primeira fase e segue para a segunda etapa que é a busca do voto. “Fica mais barato e fácil de fazer campanha, isso falando em campanha proporcional”, argumentou Manhanelli.

Durante a entrevista, o professor ressaltou que hoje não temos mais o voto escrito. Antes com a cédula, o eleitor podia expressar através da escrita o que pensava do candidato A ou B, agora com o voto eletrônico a indignação ou aceitação se materializa com o voto em si. Ou seja, a forma do eleitor mandar o recado é votando.

Questionado se a imagem vale mais que tudo, Manhanelli afirma que não. Hoje a imagem do candidato enquanto cidadão pode ser ruim, mas se ele faz algo em benefício da sociedade e isso é divulgado na mídia é o que pesa mais.

Manhanelli salientou que a mensagem de um candidato já conhecido é recebida com mais facilidade, uma vez que o público já tem o histórico do candidato. Quando aparece um lutador de boxe, por exemplo, não precisa dizer, o eleitor já sabe quem é. E assim vai, um cantor,um comediante e etc.

Quanto ao êxito dos candidatos bizarros isso depende de sua postura, de sua consciência política e se tem conteúdo. “Temos casos no Brasil de candidatos famosos que conseguiram se reeleger”, destacou o especialista.

Finalizando a entrevista, Manhanelli diz que como técnico em marketing eleitoral prefere ter um candidato já conhecido pelo povo e passar logo para a fase seguinte, que é a busca do voto.

Mais uma vez, o especialista frisou seu ponto de vista com relação ao voto obrigatório. “Para o povo, o voto não tem valor. Enquanto o voto for obrigatório a consciência política não vai mudar e qualquer um pode ser votado que não faz diferença”, argumentou Manhanelli