Com a proximidade das eleições, cresce a contratação de profissionais para atuação nas campanhas Eles comandam a trajetória dos candidatos rumo às urnas. Dispensam, porém, os papéis de coadjuvantes. Afinal, advogados, publicitários, jornalistas, consultores políticos, além da mão de obra mais operacional – panfleteiros, carregadores e o pessoal dos carros de som –, são imprescindíveis no desenvolvimento de uma campanha política.
A corrida eleitoral já começou e, ao que tudo indica, será acompanhada por inúmeras contratações nos próximos meses. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, deputados reduzem salários de funcionários comissionados para ampliar a equipe em seus Estados. A verba caiu de R$ 266.377 para R$ 165.595. O que significa que os R$ 100.782 restantes serão investidos no reforço de equipes. A menos de quatro meses do primeiro turno, marcado para 3 de outubro, a demanda não para de crescer.
– O mercado já está aquecido desde o ano anterior, quando se começa, com antecedência, um processo de planejamento de campanha. O mais importante é que há demanda agora e para depois das campanhas para os mais variados profissionais – diz Carlos Augusto Manhanelli, presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (Abcop).
Esse é o caso dos marquetólogos – também chamados de marqueteiros –, que têm emprego garantido o ano inteiro, inclusive fora do Brasil.
– A versatilidade do profissional brasileiro é muito valorizada no Exterior. A cada eleição, temos mudanças na legislação, o que faz com que os marquetólogos tenham de se adaptar às técnicas a cada nova campanha – aponta o consultor político Carlos Manhanelli, que realiza campanhas em toda a América Latina.
Formação acadêmica tende a ser valorizada
Em agosto, quando entrar o horário eleitoral de rádio e TV, a missão desses profissionais estará à prova: convencer os cidadãos de que seus clientes merecem um voto. A carreira multidisciplinar abre espaço para jornalistas, publicitários e relações públicas, desde que tenham o mínimo de conhecimento das ciências que interferem em uma campanha, como comunicação, sociologia, estatística, ciência política e jornalismo.
– Há uma carência de profissionais habilitados para esse mercado, o que dá brecha para vários oportunistas. Sem a menor formação acadêmica ou experiência de mercado, eles acham que estão fazendo marketing político – diz Carlos Manhanelli.
Mas hoje só cai no conto do marqueteiro eleitoral quem quer.
– A maioria (dos candidatos) já se deu conta da necessidade de um profissional capacitado e completo. Ele, ao contrário do marqueteiro, que só domina sua área de atuação, terá bagagem para direcionar a comunicação da campanha e fazer uma leitura qualificada das pesquisas – explica Manhanelli, que conta com 238 campanhas realizadas ao longo de 36 anos de profissão.
Muito além de reformar o guarda-roupa do candidato, fazer uma boa maquiagem, aparar barba e discursos, os marquetólogos são responsáveis pela parte estratégica da campanha.
– Não dá para fazer política sem gostar, sem conhecer a realidade, a história e os costumes do público eleitor envolvido. Por mais bem planejadas, sem uma bagagem de conhecimento, as propostas de ação estarão condenadas ao fracasso, ao desperdício de recursos – destaca Alexandre Bandeira, presidente da Associação dos Consultores Políticos do DF, que é jornalista com pós-graduação em marketing e estratégia.
PRISCILA MENDES Correio Braziliense
Eleitoral x político A expressão marketing eleitoral é clara. É a aplicação do marketing às técnicas eleitorais com objetivo de angariar o maior número de votos para um candidato. Acaba, portanto, no dia da eleição. Já o marketing político é voltado para a construção de uma imagem a longo prazo e se estende no período pós-eleitoral, pois, mesmo depois de eleito, o candidato precisa de visibilidade
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