quinta-feira, 14 de junho de 2018

O VOTO IMPRESSO


No dia 06 deste mês o Supremo Tribunal Federal derrubou a decisão de se fazer a impressão de votos nas urnas eletrônicas para eventual conferencia do resultado eletrônico com o resultado impresso.
A maioria da população tem desconfiança da urna eletrônica e, através da mini reforma que foi votada no congresso, que é quem deve fazer as leis, foi aprovada a impressão do voto.
O STF, teria apenas que julgar se a lei é constitucional ou não e, dois ministros, mostraram que a lei não é inconstitucional, mas mesmo assim, os juízes modificaram uma lei votada pelos parlamentares.
Sem entrar no mérito da questão fica apenas uma pergunta no ar: Pelo regime democrático quem faz as leis é o legislativo. Cabe ao Judiciário apenas julgar se a lei está dentro dos princípios constitucionais e não modificar ou suprimir as leis, quando elas forem constitucionais.
Parece que esta havendo uma inversão de competência.
Democracia é fazer a vontade da maioria da população, e, nesse caso, a maioria desconfia do voto apurado apenas eletronicamente.
O que fica muito estranho é o próprio judiciário, que é quem comanda o processo eleitoral, não querer a conferencia dos votos pelo sistema de impressão.
Alega-se que o voto eletrônico é um avanço tecnológico. Mas pergunto: porque países muito mais avançados tecnologicamente do que o Brasil não adotaram o voto eletrônico?
Os Estados unidos já pisaram na lua, estão observando marte e votam em cédulas de papel.
Porque gastar tanto dinheiro com máquinas que rapidamente dão o resultado, se os eleitos só tomarão posse meses depois? Essa pressa e essas máquinas interessam a quem?
O professor da Unicamp Diego Aranha especialista em computação, é um dos pesquisadores mais destacados do tema criptografia no país, sendo membro do Comitê Consultivo da Conferência Internacional em Criptografia e Segurança da Informação na América Latina e da Comissão Especial de Segurança da Sociedade Brasileira de Computação.
Ele coordenou uma equipe de profissionais num teste de segurança da urnas eletrônicas promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2017 e afirmou:. 
“Conseguimos, por exemplo, alterar mensagens de texto exibidas ao eleitor na urna para fazer propaganda a um certo candidato. Também fizemos progresso na direção de desviar voto de um candidato para outro”, disse recentemente em uma audiência pública realizada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
Mas nada disso foi levado em consideração.
O Prof. Aranha esta de mudança para a Dinamarca e lamenta dizendo:
"É o triste fim de um trabalho duro de seis anos para provar que o nosso sistema de voto é inseguro. Eu decidi ser um cientista para melhorar a sociedade, mas talvez eu tenha sido muito inocente de achar que isso era possível no Brasil", comentou no Twitter na ocasião.
 

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