Na minha análise, o povo esta completamente
desiludido com os governantes que passaram pelo poder.
Depois de 30 anos de ditadura, ganhamos o direito de
eleger Presidente da República e sempre depositamos nossas esperanças e
expectativas de vida melhor no voto.
Decepções, desilusões e constatação de que os
eleitores foram enganados são sentimentos que permeiam a população.
Primeiro Collor de Melo se elegeu prometendo fazer
um governo voltado para os descamisados. A primeira providencia foi meter a mão
na rala poupança e dar uma banana para os descamisados e pés descalços. Nada
fez para abrandar a necessidade dos mais pobres.
Vamos para as ruas e, sem derramar uma só gota de
sangue, destituímos o Presidente.
Fernando Henrique e o plano real foram eleitos para
manter a estabilidade da moeda. Manteve, mas sem nenhuma ação que pudesse
ajudar o povo mais carente a melhorar seu “status quo”. Grandes obras,
privatizações, mas o básico mesmo continuou na mesma.
Então chega o grande líder que surge das massas.
Lula afirma em seu discurso eleitoral que conhece as necessidades do povo,
porque as viveu na pele. Fome, falta de saúde, educação, moradia e transporte
público ele saberia resolver, afinal ele passou por tudo isso.
A população esperando e depositando suas esperanças
em dias melhores no que se tem de mais necessário.
Implanta-se a bolsa família que não supre a falta de
ação governamental nos serviços básicos.
O discurso de moralizar o governo cai por terra com
os Zés do partido que estavam dentro do governo.
20 anos se passaram e nada das promessas serem
cumpridas, por nenhum dos governantes que aqui passaram.
Dilma se elege pedindo mais tempo para fazer
acontecer às medidas necessárias para que a população possa viver com o mínimo
de dignidade. E nada.
A televisão e os jornais mostram durante todos os
governos, pessoas morrendo em filas de hospital, sem atendimento médico, sem
exames clínicos e laboratoriais, sem dignidade.
Mostram os sem teto no relento, as pessoas se
espremendo em ônibus e metrôs completamente lotados, trens abarrotados e
semelhantes a latas de sardinha, as escolas no interior do país sem as mínimas
condições de funcionamento, sem esperanças.
Uma pequena fagulha pode acender uma grande
fogueira.
Sobem as passagens de ônibus quase que
simultaneamente na maioria das cidades do Brasil. A inflação chega e mexe no
bolso da “nova classe média”. Mexerem na
parte mais sensível, o bolso. A alimentação encarece a vida do cidadão.
Deságuam na cabeça da população todas as esperanças,
expectativas e promessas feitas e não cumpridas.
Insatisfação é a palavra de ordem.
O Governo gastando milhões e milhões com o futebol e o pai vendo seu filho chorar de dor sem atendimento médico.
Futebol é bom, mas não resolve.
E se vai às ruas, não por R$0,20 centavos, mas pela
pequena fagulha que isso representa e que pode acender a grande fogueira.
Fica a pergunta: ”foi para isso que lutamos tanto
para ter a democracia e o direito de votar em Presidente?