Especialista em opinião pública e análise de pesquisa eleitoral, o consultor político Marcelo Serpa avaliou que, de acordo com os números das últimas sondagens, a eleição presidencial do Brasil deve ser resolvida, este ano, logo no primeiro turno. Palestrante do 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político que ocorreu sexta-feira e sábado passados, em Fortaleza, Serpa explicou que a provável antecipação do resultado é efeito da saída do deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) do páreo. Segundo sua teoria, os votos que iriam para o parlamentar cearense deverão migrar para um dos dois principais pré-candidatos na disputa, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). ``Além disso, a tendência é que os cerca de 17% do eleitorado que ainda estão indecisos irá se definir. Eu estou apostando que esses votos também migram para quem está no topo, não para a Marina Silva (PV)``, previu, tentando deixar claro que, a depender do andamento da campanha, ``tudo pode mudar``. A tese de Marcelo Serpa é a mesma que Ciro defendia, para convencer o PSB a lançá-lo na disputa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entretanto, não se convenceu. O petista tem dito que a entrada do cearense no jogo enfraquece a candidatura de Dilma. Amanhã, o PSB deverá rifar os planos de Ciro, em reunião da Executiva nacional. Marcelo Serpa considerou, ainda, que a tendência é que nenhum dos dois principais candidatos ``dispare`` na competição. "Deverá ser bastante acirrada. O índice de rejeição deles é quase o mesmo". (HR)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
ELEIÇÕES LABORATÓRIO PARA INTERNET
Bastam alguns minutos de frente para o computador para perceber que as eleições de 2010 deverão ser ``um grande laboratório`` para a campanha na Internet, conforme apostou a publicitária Gil Castillo. Com um detalhe: as ferramentas digitais podem ser ainda mais importantes na disputa proporcional, embora mantenham papel secundário, apesar de crescente, na eleição majoritária. Sem tempo suficiente na propaganda de TV, os candidatos a deputado estadual e federal terão muito a ganhar recorrendo aos sites, blogs e redes de relacionamento. A tese é defendida pelo consultor político Chico Santa Rita, que esteve ao lado de Gil no 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, em Fortaleza, no último sábado. Segundo a publicitária, o fim das restrições legais ao uso da Internet aponta para a criação de um verdadeiro ``palanque virtual``. E as táticas já estão sendo testadas. No mundo virtual, a campanha já está quente. Alem de perfis em sites de relacionamento os pré-candidatos do PT e PSDB à Presidência da República reuniram a militância nos sites "os amigos da presidente Dilma (Rousseff)" e "os amigos do (José) Serra", respectivamente. A participação dos políticos na rede de microblogs Twitter virou quase obrigatória. Usuário assíduo da ferramenta, o provável candidato à reeleição ao Governo do Ceará, Cid Gomes (PSB), chamou a atenção do eleitor/internauta ao improvisar, na última semana, uma entrevista coletiva na Internet. Da web às ruas Ao lembrar que ``Internet, sozinha, não ganha eleição``, Gil disse que um dos desafios dos candidatos é fazer com que as atividades virtuais gerem ações no mundo real, algo parecido com o que ocorreu na eleição do presidente Barack Obama, nos Estados Unidos. Ela minimizou o fato de no Brasil, ainda ser grande o número de pessoas sem Internet. Segundo Gil, o País é um dos campeões em tempo de permanência na web. (Hébely Rebouças - hebely@opovo.com.br)
ERROS E ACERTOS DE UMA CAMPANHA
A estratégia de campanha adotada pela candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, vai contra as necessidades que o cenário atual exige. A avaliação é do especialista em marketing político-eleitoral, Rubens Figueiredo. ``A política da continuidade deveria ser utilizada, mas, ao invés disso, Dilma está fazendo uma campanha agressiva, revanchista e rancorosa``, analisou o especialista. Um dos palestrantes do 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, que acontece em Fortaleza, Figueiredo afirma que Dilma deveria apresentar um discurso ``pacificador, de união e continuidade``. Estratégia tucana Quanto à postura adotada pelo candidato do PSDB, José Serra, Figueiredo avaliou como correta a estratégia do tucano. De acordo com ele, o tucano acertou em optar por uma campanha que não vai contra o governo Lula e induz o eleitor a comparar o seu currículo com o da petista. ``O Lula que é um fenômeno mundial de aprovação. Isto é inquestionável. O posicionamento dele (Serra) está correto ao dizer que -o Brasil pode mais-, porém, sem confrontar diretamente o Lula``, afirmou Figueiredo, que é diretor da Empresa de Pesquisa e Comunicação (Cepac) e da Associação Brasileira dos Consultores Políticos (ABCOP). Planejamento Segundo Figueiredo, a elaboração da campanha eleitoral deve ser feita a partir das pesquisas de intenção de voto. Somente mediante os apontamentos realizados, o candidato deve definir sua estratégia eleitoral, o caráter emocional e a forma como vai se utilizar dos Meios de Comunicação para a divulgação. O especialista citou as campanhas presidenciais de 2006, quando no segundo turno, então candidato a reeleição, Lula teria adotado um tom muito mais agressivo contra os adversário, diferente do discurso usado nas campanhas de 2002. Isto, segundo ele, baseado na análise da opinião dos eleitores. Para o advogado com formação em marketing político-eleitoral, Paulo Taques, foi-se o tempo em que vitória nas eleições implicava tranquilidade. Segundo ele, o planejamento jurídico não termina vencido o pleito. ``Acabou aquela cultura de que o candidato ganhava a eleição e a Justiça Eleitoral não mais o incomodava``. Para a publicitária e consultora política, Gil Castilo, a liberação da Internet como ferramenta de campanha eleitoral, também caracteriza uma aproximação e até mesmo interação entre candidato e eleitor. O evento, que teve início ontem, se estende até às 19h de hoje e está sendo realizado no Hotel Oásis Atlântico, na Avenida Beira-Mar, Meireles
NOTICIAS DO CONGRESSO
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Congresso em Fortaleza discute estratégias eleitorais
O 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político começou na noite desta sexta-feira (23) com palestras dos consultores políticos Rubens Figueiredo e Carlos Augusto Manhanelli, dois dos principais profissionais brasileiros da área.
Na palestra de abertura, Rubens Figueiredo falou da importâncias das estratégias eleitorais para o sucesso nas campanhas, destacando que a falta de credibilidade dos políticos é um dos maiores desafios dos candidatos. Mostrando dados de pesquisas que apontam que políticos e instituições políticas são as classes menos acreditadas pela sociedade, o consultor explicou que a construção de boas imagens é a chave do sucesso eleitoral.
Na segunda palestra da noite, Carlos Augusto Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, destacou assuntos do livro que lançou após a explanação. A obra Passo a Passo do Nascimento de um Candidato, 11º da carreira, é, segundo o autor, uma síntese de sua vida como consultor e marketeiro, profissão que exerce desde 1976. Manhanelli já trabalhou em 238 campanhas, no Brasil, Estados Unidos e vários países da América Latina e África, e de acordo com ele obteve sucesso em 80% delas.
Em entrevista coletiva que deu antes de iniciar a palestra, Manhanelli falou da tendência das novas tecnologias e da internet nas campanhas de 2010 e ressaltou que o instrumento que foi um dos grandes responsáveis pela vitória de Barack Obama, nos EUA, não pode ser usada da mesma forma no Brasil. "Aqui a realidade é outra, as estratégias são diferentes. Não sabemos ainda como funciona. Esta vai ser a primeira vez em que vamos utilizar a internet em sua totalidade em uma eleição. Vamos fazer um grande laboratório na disputa dester ano e saber o que funciona e o que não funciona". Manhanelli afirmou que aqui a televisão, principalmente as inserções de 30 e 60 segundo, ainda será o principal meio de divulgaçãodas campanhas. (veja o vídeo)
Sobre a polarização da eleição entre dois candidatos, como se desenha o cenário eleitoral deste ano, Manhanelli afirmou que é muito ruim para a democracia. "Não se tem debates mais aprofundados ou diversidades de ideias para que o eleitor possa escolher", completou.
O congresso continua neste sábado, com palestras de renomados profissionais, como Fernando Lacerda, Marcelo Serpa, Tadeu Comerlato, Paulo Taques, Gil Castillo, Chico Santa Rita, além do Desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, presidente do TRE Ceará.
Meu Ceará - http://meuceara.blogspot.com/
Congresso em Fortaleza discute estratégias eleitorais
O 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político começou na noite desta sexta-feira (23) com palestras dos consultores políticos Rubens Figueiredo e Carlos Augusto Manhanelli, dois dos principais profissionais brasileiros da área.
Na palestra de abertura, Rubens Figueiredo falou da importâncias das estratégias eleitorais para o sucesso nas campanhas, destacando que a falta de credibilidade dos políticos é um dos maiores desafios dos candidatos. Mostrando dados de pesquisas que apontam que políticos e instituições políticas são as classes menos acreditadas pela sociedade, o consultor explicou que a construção de boas imagens é a chave do sucesso eleitoral.
Na segunda palestra da noite, Carlos Augusto Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, destacou assuntos do livro que lançou após a explanação. A obra Passo a Passo do Nascimento de um Candidato, 11º da carreira, é, segundo o autor, uma síntese de sua vida como consultor e marketeiro, profissão que exerce desde 1976. Manhanelli já trabalhou em 238 campanhas, no Brasil, Estados Unidos e vários países da América Latina e África, e de acordo com ele obteve sucesso em 80% delas.
Em entrevista coletiva que deu antes de iniciar a palestra, Manhanelli falou da tendência das novas tecnologias e da internet nas campanhas de 2010 e ressaltou que o instrumento que foi um dos grandes responsáveis pela vitória de Barack Obama, nos EUA, não pode ser usada da mesma forma no Brasil. "Aqui a realidade é outra, as estratégias são diferentes. Não sabemos ainda como funciona. Esta vai ser a primeira vez em que vamos utilizar a internet em sua totalidade em uma eleição. Vamos fazer um grande laboratório na disputa dester ano e saber o que funciona e o que não funciona". Manhanelli afirmou que aqui a televisão, principalmente as inserções de 30 e 60 segundo, ainda será o principal meio de divulgaçãodas campanhas. (veja o vídeo)
Sobre a polarização da eleição entre dois candidatos, como se desenha o cenário eleitoral deste ano, Manhanelli afirmou que é muito ruim para a democracia. "Não se tem debates mais aprofundados ou diversidades de ideias para que o eleitor possa escolher", completou.
O congresso continua neste sábado, com palestras de renomados profissionais, como Fernando Lacerda, Marcelo Serpa, Tadeu Comerlato, Paulo Taques, Gil Castillo, Chico Santa Rita, além do Desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, presidente do TRE Ceará.
Meu Ceará - http://meuceara.blogspot.com/
sábado, 24 de abril de 2010
MERCADO DE TRABALHO NAS ELEIÇÕES
Carlos Augusto Manhanelli, Speaker da Guru’s Agency
Desde a antiga Roma que as eleições geram trabalho. No ‘Comentariolum Peticionis’, em bom português, Breve Manual de Campanha Eleitoral escrito, em 64 a. C., Quinto Túlio Cícero, para o seu famoso irmão, o orador Marco Túlio Cícero, que naquele ano decidiu candidatar-se a cônsul, encontramos a constatação dos famosos nomencladores dos políticos romanos, escravos libertos, que tinham como atribuição decorar nomes de pessoas do povo, para que os candidatos aos vários cargos pudessem se dirigir à população pelo nome de cada um.
“(....) Uma boa assessoria deveria providenciar visitas importantes à sua casa e plateias para os discursos, além de um ‘nomenclator’, o providencial assessor que lhe assopra no ouvido os nomes das figuras importantes que estão por perto.”
Hoje, o período eleitoral chega e modifica a rotina dos cidadãos, sendo responsáveis por mobilizar a atenção e centralizar o foco dos assuntos na política. Assim, diversos segmentos da esfera pública ganham força, como o sector terciário, através de empregos temporários e informais. E há uma forma infalível de identificar essa época de aquecimento económico: é só observar o número de pessoas trabalhando nas campanhas, seja na distribuição de santinhos, dirigindo carros de som ou mesmo no marketing eleitoral.
As campanhas eleitorais são responsáveis por um aumento significativo do mercado de trabalho em diversas áreas, desde a mão-de-obra não especializada (distribuição de santinhos, segurador de placas, empacotadores e carregadores) até os famosos especialista em Marketing eleitoral, publicitários, advogados, jornalistas, etc.
Com a proximidade das eleições, os institutos de pesquisa no Brasil procuram reforçar as suas equipas de campo.
No “Data Folha” o número de selecções e de formação duplica durante o ano eleitoral. Os candidatos devem ter habilitações de nível superior ou ensino médio completo.
O número de contratados no Ibope em anos eleitorais é 14 vezes maior do que nos outros anos.
O “Sensus” também recebe cadastros de candidatos pelo site. Nas últimas eleições (2008) os técnicos em informática que foram responsáveis por instalar e operar as urnas eletrônicas nas eleições municipais foram selecionados pela internet. No total, foram 13.587 vagas em todo o País. Só em São Paulo ofereceram-se 1.862 novas oportunidades de emprego nesta área.
Mais uma área que gera recursos é a dos famosos ‘Jingles’ eleitorais. Existem compositores que chegam a fazer oito jingles por eleição. Os preços variam em torno de R$800,00 (Oitocentos Reais) a R$5.000,00 (Cinco mil Reais) para cada canção, dependendo da fama e experiência do compositor, num processo que envolve também outros instrumentistas.
Bons profissionais de rádio e TV, nesta época, são caçados e contratados a peso de ouro. Quanto mais experiência em campanhas eleitorais, e quanto mais conceituado o veículo de comunicação que trabalha, mais valorizados são.
Hastear bandeiras e distribuir santinhos também foram opções para os que estavam em busca de uma renda a mais. O cenário é bastante comum na capital e no interior do País, principalmente nos trechos onde há sinais (sinaleiras, semáforos). Nem o sol forte ou a possibilidade de receber uma recepção hostil desanima os que se aventuram nesse trabalho. Na média recebem R$200,00 (Duzentos Reais) por quinzena para trabalhar durante oito horas por dia.
Cada vez mais, as eleições exigem especialistas na área para serem implementadas de forma adequada e profissional.
Os especialistas em marketing, também chamados de ‘marqueteiros’ — às vezes em tom pejorativo, fazem parte de uma carreira multidisciplinar que inclui conhecimentos nas áreas de pesquisa, psicologia de massa, estratégia, propaganda e publicidade, marketing, jornalismo, rádio e TV, direito eleitoral, informática, relações públicas, noções da operação e logística na distribuição de material, etc. Esses profissionais unem-se em torno de duas paixões: política e comunicação.
Um dos aspectos da profissão é que a remuneração é concentrada, pois o que se ganha na campanha corresponde à quantia que o profissional receberia em um ano na sua actividade anterior, aproximadamente.
O Profissional em Marketing Eleitoral tem que se manter sempre actualizado e em sintonia com o que ocorre nas campanhas eleitorais do mundo todo. O que acontece em uma campanha eleitoral nos E.U.A. pode servir de exemplo e influenciar novas estratégias em outras partes do mundo (o uso da internet na ‘campanha Obama’).
No Brasil, o Marketing Eleitoral tem ganho status de ciência, que já passa a ser estudada em universidades que oferecem a matéria em sua grade curricular, formando mestres e doutores com essa especialização e ‘expertise’. O Profissional moderno da área deve ter um bom conhecimento teórico e principalmente prático, para que possa coordenar uma campanha eleitoral. O mercado abre-se não apenas para campanhas políticas, mas também para associações, federações, sindicatos, clubes de futebol, entidades de classe, e todas as instituições que demandem um processo electivo.
O Brasil vive uma carência enorme de profissionais realmente habilitados para este mercado, gerando vários oportunistas, sem a menor formação académica ou experiência de trabalho, que se arvoram em ‘Marketing Políticos’. E o são na tradução mais pejorativa da palavra.
Temos na maioria dos países democráticos a existência de associações de consultores políticos, que separam o joio do trigo ou seja ‘Marketeiros’ de ‘Marketólogos’, oferecendo ao mercado condições de diferenciá-los e contratar os verdadeiros profissionais da área, os ‘Marketólogos’. Hoje só cai no “conto do marketeiro eleitoral” quem quer.
Assim como ocorre no Marketing Eleitoral, há uma carência de advogados eleitorais, cuja missão é resguardara legitimidade dos resultados das urnas eleitorais. Uma das tarefas é cuidar de questões referentes ao registo e à impugnação de candidaturas e às especificidades da lei eleitoral em relação, por exemplo, à propaganda eleitoral. Passadas as eleições, o trabalho é centrado nas prestações de contas dos partidos políticos com a Justiça Eleitoral.
Hoje, para qualquer candidato, tão importante quanto contratar um ‘Marketólogo’ é ter uma consultoria especializada em direito eleitoral. O profissional em direito eleitoral deve estar sempre actualizado sobre as jurisprudências nessa área. Amplo conhecimento da Constituição e da legislação eleitoral também são fundamentais. Nos últimos anos, a principal tarefa atribuída aos advogados dessa área passou a ser a atenção a pendências de candidatos e de partidos.
Enfim, o Marketing Eleitoral abre-se como uma nova frente de trabalho para quem realmente quer ser um profissional da área, lembrando que o trabalho de marketing tem que continuar após a eleição pois, mesmo depois de eleito, o candidato ainda precisa de visibilidade. A esse trabalho chamamos ‘Marketing Político’, pois de forma diferente do ‘Marketing Eleitoral’ (usado apenas para se conseguir um mandato), o ‘Marketing Político’ será desenvolvido para quem já tem um mandato político, mandato este que será a base de todo o trabalho.
Perfil
Carlos Augusto Manhanelli é Speaker da Guru’s Agency, marca da High Play consultores, e é Mestre em Comunicação Social Autor de 10 livros na área de Marketing Eleitoral, Presidente da ABCOP – Associação Brasileira dos Consultores Políticos e Professor no curso “Master em Assessoria de Imagem y Consultoria Política (MAICOP)” da Universidad Pontificia de Salamanca – Espanha – UE.FONTE: http://www.pdtdf.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=68&Itemid=68
Desde a antiga Roma que as eleições geram trabalho. No ‘Comentariolum Peticionis’, em bom português, Breve Manual de Campanha Eleitoral escrito, em 64 a. C., Quinto Túlio Cícero, para o seu famoso irmão, o orador Marco Túlio Cícero, que naquele ano decidiu candidatar-se a cônsul, encontramos a constatação dos famosos nomencladores dos políticos romanos, escravos libertos, que tinham como atribuição decorar nomes de pessoas do povo, para que os candidatos aos vários cargos pudessem se dirigir à população pelo nome de cada um.
“(....) Uma boa assessoria deveria providenciar visitas importantes à sua casa e plateias para os discursos, além de um ‘nomenclator’, o providencial assessor que lhe assopra no ouvido os nomes das figuras importantes que estão por perto.”
Hoje, o período eleitoral chega e modifica a rotina dos cidadãos, sendo responsáveis por mobilizar a atenção e centralizar o foco dos assuntos na política. Assim, diversos segmentos da esfera pública ganham força, como o sector terciário, através de empregos temporários e informais. E há uma forma infalível de identificar essa época de aquecimento económico: é só observar o número de pessoas trabalhando nas campanhas, seja na distribuição de santinhos, dirigindo carros de som ou mesmo no marketing eleitoral.
As campanhas eleitorais são responsáveis por um aumento significativo do mercado de trabalho em diversas áreas, desde a mão-de-obra não especializada (distribuição de santinhos, segurador de placas, empacotadores e carregadores) até os famosos especialista em Marketing eleitoral, publicitários, advogados, jornalistas, etc.
Com a proximidade das eleições, os institutos de pesquisa no Brasil procuram reforçar as suas equipas de campo.
No “Data Folha” o número de selecções e de formação duplica durante o ano eleitoral. Os candidatos devem ter habilitações de nível superior ou ensino médio completo.
O número de contratados no Ibope em anos eleitorais é 14 vezes maior do que nos outros anos.
O “Sensus” também recebe cadastros de candidatos pelo site. Nas últimas eleições (2008) os técnicos em informática que foram responsáveis por instalar e operar as urnas eletrônicas nas eleições municipais foram selecionados pela internet. No total, foram 13.587 vagas em todo o País. Só em São Paulo ofereceram-se 1.862 novas oportunidades de emprego nesta área.
Mais uma área que gera recursos é a dos famosos ‘Jingles’ eleitorais. Existem compositores que chegam a fazer oito jingles por eleição. Os preços variam em torno de R$800,00 (Oitocentos Reais) a R$5.000,00 (Cinco mil Reais) para cada canção, dependendo da fama e experiência do compositor, num processo que envolve também outros instrumentistas.
Bons profissionais de rádio e TV, nesta época, são caçados e contratados a peso de ouro. Quanto mais experiência em campanhas eleitorais, e quanto mais conceituado o veículo de comunicação que trabalha, mais valorizados são.
Hastear bandeiras e distribuir santinhos também foram opções para os que estavam em busca de uma renda a mais. O cenário é bastante comum na capital e no interior do País, principalmente nos trechos onde há sinais (sinaleiras, semáforos). Nem o sol forte ou a possibilidade de receber uma recepção hostil desanima os que se aventuram nesse trabalho. Na média recebem R$200,00 (Duzentos Reais) por quinzena para trabalhar durante oito horas por dia.
Cada vez mais, as eleições exigem especialistas na área para serem implementadas de forma adequada e profissional.
Os especialistas em marketing, também chamados de ‘marqueteiros’ — às vezes em tom pejorativo, fazem parte de uma carreira multidisciplinar que inclui conhecimentos nas áreas de pesquisa, psicologia de massa, estratégia, propaganda e publicidade, marketing, jornalismo, rádio e TV, direito eleitoral, informática, relações públicas, noções da operação e logística na distribuição de material, etc. Esses profissionais unem-se em torno de duas paixões: política e comunicação.
Um dos aspectos da profissão é que a remuneração é concentrada, pois o que se ganha na campanha corresponde à quantia que o profissional receberia em um ano na sua actividade anterior, aproximadamente.
O Profissional em Marketing Eleitoral tem que se manter sempre actualizado e em sintonia com o que ocorre nas campanhas eleitorais do mundo todo. O que acontece em uma campanha eleitoral nos E.U.A. pode servir de exemplo e influenciar novas estratégias em outras partes do mundo (o uso da internet na ‘campanha Obama’).
No Brasil, o Marketing Eleitoral tem ganho status de ciência, que já passa a ser estudada em universidades que oferecem a matéria em sua grade curricular, formando mestres e doutores com essa especialização e ‘expertise’. O Profissional moderno da área deve ter um bom conhecimento teórico e principalmente prático, para que possa coordenar uma campanha eleitoral. O mercado abre-se não apenas para campanhas políticas, mas também para associações, federações, sindicatos, clubes de futebol, entidades de classe, e todas as instituições que demandem um processo electivo.
O Brasil vive uma carência enorme de profissionais realmente habilitados para este mercado, gerando vários oportunistas, sem a menor formação académica ou experiência de trabalho, que se arvoram em ‘Marketing Políticos’. E o são na tradução mais pejorativa da palavra.
Temos na maioria dos países democráticos a existência de associações de consultores políticos, que separam o joio do trigo ou seja ‘Marketeiros’ de ‘Marketólogos’, oferecendo ao mercado condições de diferenciá-los e contratar os verdadeiros profissionais da área, os ‘Marketólogos’. Hoje só cai no “conto do marketeiro eleitoral” quem quer.
Assim como ocorre no Marketing Eleitoral, há uma carência de advogados eleitorais, cuja missão é resguardara legitimidade dos resultados das urnas eleitorais. Uma das tarefas é cuidar de questões referentes ao registo e à impugnação de candidaturas e às especificidades da lei eleitoral em relação, por exemplo, à propaganda eleitoral. Passadas as eleições, o trabalho é centrado nas prestações de contas dos partidos políticos com a Justiça Eleitoral.
Hoje, para qualquer candidato, tão importante quanto contratar um ‘Marketólogo’ é ter uma consultoria especializada em direito eleitoral. O profissional em direito eleitoral deve estar sempre actualizado sobre as jurisprudências nessa área. Amplo conhecimento da Constituição e da legislação eleitoral também são fundamentais. Nos últimos anos, a principal tarefa atribuída aos advogados dessa área passou a ser a atenção a pendências de candidatos e de partidos.
Enfim, o Marketing Eleitoral abre-se como uma nova frente de trabalho para quem realmente quer ser um profissional da área, lembrando que o trabalho de marketing tem que continuar após a eleição pois, mesmo depois de eleito, o candidato ainda precisa de visibilidade. A esse trabalho chamamos ‘Marketing Político’, pois de forma diferente do ‘Marketing Eleitoral’ (usado apenas para se conseguir um mandato), o ‘Marketing Político’ será desenvolvido para quem já tem um mandato político, mandato este que será a base de todo o trabalho.
Perfil
Carlos Augusto Manhanelli é Speaker da Guru’s Agency, marca da High Play consultores, e é Mestre em Comunicação Social Autor de 10 livros na área de Marketing Eleitoral, Presidente da ABCOP – Associação Brasileira dos Consultores Políticos e Professor no curso “Master em Assessoria de Imagem y Consultoria Política (MAICOP)” da Universidad Pontificia de Salamanca – Espanha – UE.FONTE: http://www.pdtdf.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=68&Itemid=68
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Entrevista ao Zero Hora
Alianças nacionais. problemas locais
Embate de Dilma e Serra para a Presidência gera desavenças nos Estados, divide partidos e dificulta construção de alianças
Polarizados na disputa pelo Planalto, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) enfrentam dificuldades para conciliar as pretensões eleitorais com os interesses de aliados nos Estados. É um jogo movido a barganhas, chantagens e dissimulações, e não raro, o boicote até entre colegas de partido.– Há uma questão de sobrevivência das lideranças regionais, onde muitas vezes o candidato a presidente tem poder limitado. Teremos traições de todas as ordens – prevê o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos. Capitalizando a popularidade do presidente Lula, Dilma largou em vantagem na construção de palanques estaduais. Entre os principais candidatos a governador, desfruta do apoio de 37, contra 29 que preferem Serra. A iminente saída de Ciro Gomes (PSB) da eleição presidencial pode ampliar o arco de aliados. Em contrapartida, o tucano tem menos conflitos locais. Enquanto Dilma enfrenta dualidades em 15 Estados, Serra tem problemas em seis.– Os partidos se consideram donos dos candidatos. Quando fecham aliança nacional, querem obediência em todos os Estados. Só que há composições políticas diferentes das acertadas nos gabinetes de Brasília – diz Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos. Assustado com as resistências, o PT promove jantar na segunda-feira, no qual se reúnem Dilma, o comando de campanha e representantes de PMDB, PDT, PR e PC do B. O encontro foi organizado para tentar frear dissabores verificados após as viagens desastrosas da ex-ministra a Minas Gerais e ao Ceará. Serra, por sua vez, tem evitado visitas a Estados conflagrados e deixou a costura de acordos a cargo da direção do PSDB. Nas próximas viagens, sequer cogita participar de eventos partidários. O tucano deu prioridade a encontros com entidades e caminhadas por grandes centros urbanos, mantendo prudente distância da navalha dos acordos eleitorais.
Embate de Dilma e Serra para a Presidência gera desavenças nos Estados, divide partidos e dificulta construção de alianças
Polarizados na disputa pelo Planalto, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) enfrentam dificuldades para conciliar as pretensões eleitorais com os interesses de aliados nos Estados. É um jogo movido a barganhas, chantagens e dissimulações, e não raro, o boicote até entre colegas de partido.– Há uma questão de sobrevivência das lideranças regionais, onde muitas vezes o candidato a presidente tem poder limitado. Teremos traições de todas as ordens – prevê o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos. Capitalizando a popularidade do presidente Lula, Dilma largou em vantagem na construção de palanques estaduais. Entre os principais candidatos a governador, desfruta do apoio de 37, contra 29 que preferem Serra. A iminente saída de Ciro Gomes (PSB) da eleição presidencial pode ampliar o arco de aliados. Em contrapartida, o tucano tem menos conflitos locais. Enquanto Dilma enfrenta dualidades em 15 Estados, Serra tem problemas em seis.– Os partidos se consideram donos dos candidatos. Quando fecham aliança nacional, querem obediência em todos os Estados. Só que há composições políticas diferentes das acertadas nos gabinetes de Brasília – diz Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos. Assustado com as resistências, o PT promove jantar na segunda-feira, no qual se reúnem Dilma, o comando de campanha e representantes de PMDB, PDT, PR e PC do B. O encontro foi organizado para tentar frear dissabores verificados após as viagens desastrosas da ex-ministra a Minas Gerais e ao Ceará. Serra, por sua vez, tem evitado visitas a Estados conflagrados e deixou a costura de acordos a cargo da direção do PSDB. Nas próximas viagens, sequer cogita participar de eventos partidários. O tucano deu prioridade a encontros com entidades e caminhadas por grandes centros urbanos, mantendo prudente distância da navalha dos acordos eleitorais.
domingo, 18 de abril de 2010
ENTREVISTA AO DIÁRIO DO NORDESTE
Entrevista - Carlos Manhanelli
*presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos
´Não existe voto partidário, o voto é na pessoa´
PRESIDENTE DA Abcop diz que as eleições deste ano servirão de "laboratório" para avaliar uso da internet
O marketing político é importante para as eleições, mas não é determinante porque os políticos não são fabricados, é o que defende o cientista político Carlos Manhanelli
Por que o marketing político vem ganhando cada vez mais força nas últimas eleições?
O marketing político surgiu no Brasil em 1954, na campanha pela Prefeitura de Belo Horizonte, disputada por Celso Azevedo (UDN) e Amintas de Barros (PSD). A campanha de Celso Azevedo, o vencedor, foi feita pela JMM, empresa de João Moacir de Medeiros, o pioneiro do marketing político no Brasil. A campanha do Celso estava muito ruim e, caso não houvesse uma mudança de rumos, ele iria sair completamente arrebentado. Foi então que, em cinco semanas, João Moacir de Medeiros aplica todas as técnicas que conhecia de propaganda e marketing e acaba revertendo a situação do Celso. Com isso percebemos que já em 1954, com pouca tecnologia na área de comunicação, numa época em que era mais utilizado o rádio, você tem uma demonstração da força do marketing político, mesmo com insuficientes recursos e quase nada de tecnologia. Hoje, com toda tecnologia desenvolvida, com a veiculação que se tem, com as ferramentas tecnológicas, até a internet, você imagina o que é coordenar toda uma campanha sem um profissional. O profissional de marketing político tem o papel de coordenar todas as ações de marketing, comunicação, publicidade e propaganda envolvidas em uma campanha eleitoral.
O velho estilo de se fazer política, com comícios, discursos, corpo-a-corpo com os eleitores, está ultrapassado?
Não, isso não está ultrapassado e não vai ficar ultrapassado em tão pouco tempo. As pessoas estão confrontando as novas técnicas de comunicação, com as técnicas mais tradicionais. Isso não é verdadeiro. Você tem que casar as técnicas mais tradicionais com as técnicas mais modernas, cada uma tem seu estilo, cada uma dessas técnicas ainda cabe em uma campanha eleitoral, nas suas proporções devidas. Hoje todo mundo fala muito que a internet vai ser o grande fenômeno de comunicação das campanhas eleitorais, mas não é bem assim. Por exemplo, nós fizemos uma pesquisa de designação de metas nas campanhas eleitorais, e o investimento em internet, de acordo com os membros da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), não passará de 9% do valor que vai ser investido nas campanhas. Então nós temos as tradicionais ferramentas de campanha eleitoral misturadas com as novas técnicas, significando um avanço tecnológico nas campanhas eleitorais. As [técnicas] tradicionais ainda têm o seu peso, nós temos pessoas, hoje, que participaram da campanha da década de 1950 e que ainda são suscetíveis aos métodos tradicionais de ferramentas de campanhas eleitorais.
Um candidato com chances de se eleger nasce espontaneamente ou é criado a partir de estratégias de marketing?
Um candidato hoje tem que ser, no mínimo atualizado, em políticas públicas, existe um engano quando se imagina que o marketing político ou a propaganda eleitoral pode fabricar um candidato. Isso não existe. Não existe fabricação para um candidato. O candidato hoje não é criado. O candidato tem que ter um mínimo de qualidade para que ele possa ter alguma condição sequer. Se ele não tiver isso, infelizmente, não dá para fazer nada. Não é qualquer um que é candidato.
A eleição de Lula é um paradigma nesse sentido. É possível dizer que ele só foi eleito depois de se submeter a estratégias de marketing que suavizaram a imagem do operário do ABC paulista dos anos 1980?
Exatamente isso. Para quem acompanhou a trajetória do Lula quando ele foi preso na década de 80, percebe que ele trocou a imagem de radical, por uma imagem de presidente defensor dos mais fracos, dos mais oprimidos, daquele que viria para resolver os problemas da população. Ele estava vivendo e revivendo o mesmo problema e em sua campanha decisiva, em 2002, percebeu que só faltava uma coisa: suavizar a imagem. A raiva que ele tinha na voz, a sua postura e as roupas que vestia davam a impressão para a população que ele iria pegar em armas quando estivesse no poder. É isso que em 1989 foi designado pelas pesquisas. Ele mudou estrategicamente, evidentemente, para um indivíduo chamado "sem medo de ser feliz", que era o mínimo que as pessoas esperavam e que as pesquisas mostravam para o PT. A população tinha medo de votar naquele indivíduo raivoso. Quando um técnico, um profissional de marketing político assume a campanha, a primeira coisa que ele faz é isso, tirar aquela imagem raivosa e mostrar que esse em que você iria votar, aquele que tinha a imagem pronta para ser presidente, era um conciliador e não um revolucionário socialista.
Transformações do ponto de vista estético são importantes para tornar o candidato mais viável?
No ponto de vista estético, sim. A imagem é fundamental. Quando se fala de imagem e estética, é preciso casar a imagem que você está passando com a imagem que a população já enxerga. Isso quer dizer que tudo tem que colaborar com a imagem a qual você passa para a população, naquelas quatro famosas imagens do mundo do marketing político. O político só pode ter quatro imagens para passar para a população. Ou ele vai ser o grande pai que vai cuidar dos fracos e oprimidos, ou ele vai ser o herói que vai resolver todos os problemas da cidade, do estado ou do país, ou vai ser o líder, "charme", que através da sua presença e da sua simpatia consegue os votos ou vai ser o homem simples que emerge das massas para comandá-la. Essas quatro figuras são consagradas por um livro chamado ´O Estado Espetáculo´, do sociólogo francês, Roger Gerard Schwartzenberg. Foi ele que, na década de 70, consagrou no mundo do marketing político as quatro imagens que o candidato pode passar. Então, quando se fala em estética e em imagem do candidato, a estética e a apresentação tem que colaborar com a imagem que você vai passar para o seu eleitor.
Para as eleições de 2010, Dilma Rousseff é apoiada por Lula, mas ainda não goza da mesma popularidade que o presidente. O marketing pode transferir essa empatia e garantir a eleição da ex-ministra?
Não. Empatia não se transfere, empatia é pessoal. Ela tem que desenvolver isso por si, se ela não conseguir vai ser difícil vir dela qualquer empatia com a população. A empatia que o Lula tem é pessoal. Temos que lembrar que no Brasil não existe voto partidário, o voto é na pessoa. Por exemplo, se vota no Lula, não se vota no PT, é diferente. Então hoje a grande dificuldade da Dilma é isso. Você não tem o voto no partido, você tem o voto no Lula e o voto do Lula não se transfere automaticamente para a Dilma. O que se transfere para a Dilma é o voto do PT, que é diferente do voto do Lula.
Qual o grau de influência das pesquisas de opinião para a definição do voto entre os eleitores?
A pesquisa em si não influencia ninguém. O que influencia é a divulgação da pesquisa. A divulgação da pesquisa sempre influenciou uma parcela da população. É uma parcela da população do "bandwagon", que aqui no Brasil nós transformamos em "Maria vai com as outras", "Eu não quero perder meu voto". Nós temos uma parcela da população que é influenciada pela divulgação das pesquisas, mas é apenas uma parcela e não a totalidade. Essa parcela não é maioria, já foi maioria. Já existiu aqui no País um sentimento muito arraigado de não querer perder o voto, de esperar para ver o candidato que está na frente nas pesquisas para poder acompanhá-lo. A partir da década de 90, a população despertou.
Costuma-se dizer que a campanha eleitoral começa para valer depois de iniciada a propaganda obrigatória em rádio e, principalmente, televisão. Isso pode ser considerado verdade?
Para o eleitor é verdade, para o político, não. Para o político, a campanha começa assim que ele termina a sua gestão ou que ele define o objetivo de ser candidato. Uma campanha de presidente da República é feita durante os quatro anos ou até nos oito anos de mandato do adversário. O candidato começa sua próxima campanha no dia em que ele perde ou no dia que ele decide ser candidato. Se você pegar o Serra, por exemplo, ele está em campanha para presidente há oito anos. Agora para o eleitor realmente só fica visível a partir do momento que o candidato vai para a mídia, que começa a eleição etc. Nos bastidores, a campanha eleitoral para o político começa muito tempo antes.
Qual será o impacto da recente modificação na legislação eleitoral para o planejamento de marketing dos candidatos em 2010?
A única coisa significativa que mudou foi a entrada da internet. Até a última eleição, a legislação não permitia o uso da internet na sua plenitude. A lei 12.034/09 é a lei que regula, permite e dá condições que você faça o uso pleno da internet. Isso vai nos dar a possibilidade de fazer o primeiro laboratório para saber realmente o que funciona na internet em campanha eleitoral. Não existe nenhum profissional no Brasil que possa bater no peito e dizer que isso ou aquilo na internet vai funcionar. Ninguém tem certeza. Nunca foi usada a internet na sua plenitude. Essa campanha eleitoral será o grande laboratório, onde serão testadas todas as ferramentas da internet e depois da eleição é que nós saberemos que ferramentas funcionam. Tem deputado comprando serviço de internet, gastando mundos de dinheiro, e isso pode ser o maior equívoco que ele esteja cometendo.
A internet pode ter papel decisivo nas eleições deste ano?
Em hipótese nenhuma. O que se tem hoje é aquilo que é formado na televisão para as campanhas majoritárias. A intimidade que o candidato consegue com o eleitor, o grau de comunicação que ele consegue ter com o eleitor e a interatividade, nisso sim entra a internet, que é a única ferramenta interativa, além do telefone, em comunicação. Que isso esteja muito claro, para as majoritárias você vai ter o peso da internet, que não é grande, vai ser só 9%. Agora nas campanhas proporcionais é mais complicado, imaginem quantos deputados vão querer falar com o eleitor, isso vai virar uma loucura, e ninguém sabe como impulsionar uma campanha eleitoral proporcional, principalmente na internet.
A campanha presidencial de 2010 parece já ter começado no ano passado, quando pré-candidatos como Dilma, José Serra, Ciro Gomes e Marina Silva viajaram pelo País, participando de eventos públicos. Antecipar a campanha política é uma estratégia boa ou arriscada?
É a melhor estratégia que poderia existir. Temos que lembrar que os Estados Unidos, que é um exemplo de democracia, começou sua campanha com as primárias um ano e meio antes da data da eleição. Nos Estados Unidos tem um ano e meio de campanha eleitoral com as atividades eleitorais acontecendo. Aqui as campanhas acontecem em três meses. Essa vai ser umas das grandes diferenças do uso da internet no Brasil e nos Estados Unidos. Na campanha Obama todo mundo acha que a internet ganhou, ajudou a ganhar, mas foi um ano e meio de campanha na internet, segmentando e construindo um canal de comunicação com o eleitor. Aqui, só temos três meses. Vamos parar de brincadeira.
Como um "marqueteiro" analisaria o cenário de candidaturas à Presidência?
Essa eleição é polarizada, toda mídia, toda a comunicação, todo mundo que fala em campanha presidencial, só fala em dois candidatos. Eu tenho várias entrevistas, onde todo mundo pergunta só sobre a Dilma e o Serra. Porém nós temos mais gente aí, temos o Ciro, a Marina, nos temos o Plínio que entrou agora, todo mundo pode ser presidente da República, mas a mídia não quer saber deles, todo mundo só aposta no Serra e na Dilma. É uma campanha que nasce polarizada, as expectativas são de uma discussão ideológica e de modus operandi.
Fique por dentro
Quem é Manhanelli
Carlos Manhanelli é presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), membro da Internacional Association of Political Consultants. É publicitário, jornalista, radialista e administrador de empresas. Tem especialização em Propaganda e Marketing pela ESPM, MBA em Marketing pela USP, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. É ainda autor de 11 livros sobre marketing político . Carlos Manhenelli é palestrante do 9º. Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de abril, no Hotel Oásis Atlântico. Informações pelos telefones: (85) 3224-1838 / 4101-9189
Ícaro Joathan
*presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos
´Não existe voto partidário, o voto é na pessoa´
PRESIDENTE DA Abcop diz que as eleições deste ano servirão de "laboratório" para avaliar uso da internet
O marketing político é importante para as eleições, mas não é determinante porque os políticos não são fabricados, é o que defende o cientista político Carlos Manhanelli
Por que o marketing político vem ganhando cada vez mais força nas últimas eleições?
O marketing político surgiu no Brasil em 1954, na campanha pela Prefeitura de Belo Horizonte, disputada por Celso Azevedo (UDN) e Amintas de Barros (PSD). A campanha de Celso Azevedo, o vencedor, foi feita pela JMM, empresa de João Moacir de Medeiros, o pioneiro do marketing político no Brasil. A campanha do Celso estava muito ruim e, caso não houvesse uma mudança de rumos, ele iria sair completamente arrebentado. Foi então que, em cinco semanas, João Moacir de Medeiros aplica todas as técnicas que conhecia de propaganda e marketing e acaba revertendo a situação do Celso. Com isso percebemos que já em 1954, com pouca tecnologia na área de comunicação, numa época em que era mais utilizado o rádio, você tem uma demonstração da força do marketing político, mesmo com insuficientes recursos e quase nada de tecnologia. Hoje, com toda tecnologia desenvolvida, com a veiculação que se tem, com as ferramentas tecnológicas, até a internet, você imagina o que é coordenar toda uma campanha sem um profissional. O profissional de marketing político tem o papel de coordenar todas as ações de marketing, comunicação, publicidade e propaganda envolvidas em uma campanha eleitoral.
O velho estilo de se fazer política, com comícios, discursos, corpo-a-corpo com os eleitores, está ultrapassado?
Não, isso não está ultrapassado e não vai ficar ultrapassado em tão pouco tempo. As pessoas estão confrontando as novas técnicas de comunicação, com as técnicas mais tradicionais. Isso não é verdadeiro. Você tem que casar as técnicas mais tradicionais com as técnicas mais modernas, cada uma tem seu estilo, cada uma dessas técnicas ainda cabe em uma campanha eleitoral, nas suas proporções devidas. Hoje todo mundo fala muito que a internet vai ser o grande fenômeno de comunicação das campanhas eleitorais, mas não é bem assim. Por exemplo, nós fizemos uma pesquisa de designação de metas nas campanhas eleitorais, e o investimento em internet, de acordo com os membros da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), não passará de 9% do valor que vai ser investido nas campanhas. Então nós temos as tradicionais ferramentas de campanha eleitoral misturadas com as novas técnicas, significando um avanço tecnológico nas campanhas eleitorais. As [técnicas] tradicionais ainda têm o seu peso, nós temos pessoas, hoje, que participaram da campanha da década de 1950 e que ainda são suscetíveis aos métodos tradicionais de ferramentas de campanhas eleitorais.
Um candidato com chances de se eleger nasce espontaneamente ou é criado a partir de estratégias de marketing?
Um candidato hoje tem que ser, no mínimo atualizado, em políticas públicas, existe um engano quando se imagina que o marketing político ou a propaganda eleitoral pode fabricar um candidato. Isso não existe. Não existe fabricação para um candidato. O candidato hoje não é criado. O candidato tem que ter um mínimo de qualidade para que ele possa ter alguma condição sequer. Se ele não tiver isso, infelizmente, não dá para fazer nada. Não é qualquer um que é candidato.
A eleição de Lula é um paradigma nesse sentido. É possível dizer que ele só foi eleito depois de se submeter a estratégias de marketing que suavizaram a imagem do operário do ABC paulista dos anos 1980?
Exatamente isso. Para quem acompanhou a trajetória do Lula quando ele foi preso na década de 80, percebe que ele trocou a imagem de radical, por uma imagem de presidente defensor dos mais fracos, dos mais oprimidos, daquele que viria para resolver os problemas da população. Ele estava vivendo e revivendo o mesmo problema e em sua campanha decisiva, em 2002, percebeu que só faltava uma coisa: suavizar a imagem. A raiva que ele tinha na voz, a sua postura e as roupas que vestia davam a impressão para a população que ele iria pegar em armas quando estivesse no poder. É isso que em 1989 foi designado pelas pesquisas. Ele mudou estrategicamente, evidentemente, para um indivíduo chamado "sem medo de ser feliz", que era o mínimo que as pessoas esperavam e que as pesquisas mostravam para o PT. A população tinha medo de votar naquele indivíduo raivoso. Quando um técnico, um profissional de marketing político assume a campanha, a primeira coisa que ele faz é isso, tirar aquela imagem raivosa e mostrar que esse em que você iria votar, aquele que tinha a imagem pronta para ser presidente, era um conciliador e não um revolucionário socialista.
Transformações do ponto de vista estético são importantes para tornar o candidato mais viável?
No ponto de vista estético, sim. A imagem é fundamental. Quando se fala de imagem e estética, é preciso casar a imagem que você está passando com a imagem que a população já enxerga. Isso quer dizer que tudo tem que colaborar com a imagem a qual você passa para a população, naquelas quatro famosas imagens do mundo do marketing político. O político só pode ter quatro imagens para passar para a população. Ou ele vai ser o grande pai que vai cuidar dos fracos e oprimidos, ou ele vai ser o herói que vai resolver todos os problemas da cidade, do estado ou do país, ou vai ser o líder, "charme", que através da sua presença e da sua simpatia consegue os votos ou vai ser o homem simples que emerge das massas para comandá-la. Essas quatro figuras são consagradas por um livro chamado ´O Estado Espetáculo´, do sociólogo francês, Roger Gerard Schwartzenberg. Foi ele que, na década de 70, consagrou no mundo do marketing político as quatro imagens que o candidato pode passar. Então, quando se fala em estética e em imagem do candidato, a estética e a apresentação tem que colaborar com a imagem que você vai passar para o seu eleitor.
Para as eleições de 2010, Dilma Rousseff é apoiada por Lula, mas ainda não goza da mesma popularidade que o presidente. O marketing pode transferir essa empatia e garantir a eleição da ex-ministra?
Não. Empatia não se transfere, empatia é pessoal. Ela tem que desenvolver isso por si, se ela não conseguir vai ser difícil vir dela qualquer empatia com a população. A empatia que o Lula tem é pessoal. Temos que lembrar que no Brasil não existe voto partidário, o voto é na pessoa. Por exemplo, se vota no Lula, não se vota no PT, é diferente. Então hoje a grande dificuldade da Dilma é isso. Você não tem o voto no partido, você tem o voto no Lula e o voto do Lula não se transfere automaticamente para a Dilma. O que se transfere para a Dilma é o voto do PT, que é diferente do voto do Lula.
Qual o grau de influência das pesquisas de opinião para a definição do voto entre os eleitores?
A pesquisa em si não influencia ninguém. O que influencia é a divulgação da pesquisa. A divulgação da pesquisa sempre influenciou uma parcela da população. É uma parcela da população do "bandwagon", que aqui no Brasil nós transformamos em "Maria vai com as outras", "Eu não quero perder meu voto". Nós temos uma parcela da população que é influenciada pela divulgação das pesquisas, mas é apenas uma parcela e não a totalidade. Essa parcela não é maioria, já foi maioria. Já existiu aqui no País um sentimento muito arraigado de não querer perder o voto, de esperar para ver o candidato que está na frente nas pesquisas para poder acompanhá-lo. A partir da década de 90, a população despertou.
Costuma-se dizer que a campanha eleitoral começa para valer depois de iniciada a propaganda obrigatória em rádio e, principalmente, televisão. Isso pode ser considerado verdade?
Para o eleitor é verdade, para o político, não. Para o político, a campanha começa assim que ele termina a sua gestão ou que ele define o objetivo de ser candidato. Uma campanha de presidente da República é feita durante os quatro anos ou até nos oito anos de mandato do adversário. O candidato começa sua próxima campanha no dia em que ele perde ou no dia que ele decide ser candidato. Se você pegar o Serra, por exemplo, ele está em campanha para presidente há oito anos. Agora para o eleitor realmente só fica visível a partir do momento que o candidato vai para a mídia, que começa a eleição etc. Nos bastidores, a campanha eleitoral para o político começa muito tempo antes.
Qual será o impacto da recente modificação na legislação eleitoral para o planejamento de marketing dos candidatos em 2010?
A única coisa significativa que mudou foi a entrada da internet. Até a última eleição, a legislação não permitia o uso da internet na sua plenitude. A lei 12.034/09 é a lei que regula, permite e dá condições que você faça o uso pleno da internet. Isso vai nos dar a possibilidade de fazer o primeiro laboratório para saber realmente o que funciona na internet em campanha eleitoral. Não existe nenhum profissional no Brasil que possa bater no peito e dizer que isso ou aquilo na internet vai funcionar. Ninguém tem certeza. Nunca foi usada a internet na sua plenitude. Essa campanha eleitoral será o grande laboratório, onde serão testadas todas as ferramentas da internet e depois da eleição é que nós saberemos que ferramentas funcionam. Tem deputado comprando serviço de internet, gastando mundos de dinheiro, e isso pode ser o maior equívoco que ele esteja cometendo.
A internet pode ter papel decisivo nas eleições deste ano?
Em hipótese nenhuma. O que se tem hoje é aquilo que é formado na televisão para as campanhas majoritárias. A intimidade que o candidato consegue com o eleitor, o grau de comunicação que ele consegue ter com o eleitor e a interatividade, nisso sim entra a internet, que é a única ferramenta interativa, além do telefone, em comunicação. Que isso esteja muito claro, para as majoritárias você vai ter o peso da internet, que não é grande, vai ser só 9%. Agora nas campanhas proporcionais é mais complicado, imaginem quantos deputados vão querer falar com o eleitor, isso vai virar uma loucura, e ninguém sabe como impulsionar uma campanha eleitoral proporcional, principalmente na internet.
A campanha presidencial de 2010 parece já ter começado no ano passado, quando pré-candidatos como Dilma, José Serra, Ciro Gomes e Marina Silva viajaram pelo País, participando de eventos públicos. Antecipar a campanha política é uma estratégia boa ou arriscada?
É a melhor estratégia que poderia existir. Temos que lembrar que os Estados Unidos, que é um exemplo de democracia, começou sua campanha com as primárias um ano e meio antes da data da eleição. Nos Estados Unidos tem um ano e meio de campanha eleitoral com as atividades eleitorais acontecendo. Aqui as campanhas acontecem em três meses. Essa vai ser umas das grandes diferenças do uso da internet no Brasil e nos Estados Unidos. Na campanha Obama todo mundo acha que a internet ganhou, ajudou a ganhar, mas foi um ano e meio de campanha na internet, segmentando e construindo um canal de comunicação com o eleitor. Aqui, só temos três meses. Vamos parar de brincadeira.
Como um "marqueteiro" analisaria o cenário de candidaturas à Presidência?
Essa eleição é polarizada, toda mídia, toda a comunicação, todo mundo que fala em campanha presidencial, só fala em dois candidatos. Eu tenho várias entrevistas, onde todo mundo pergunta só sobre a Dilma e o Serra. Porém nós temos mais gente aí, temos o Ciro, a Marina, nos temos o Plínio que entrou agora, todo mundo pode ser presidente da República, mas a mídia não quer saber deles, todo mundo só aposta no Serra e na Dilma. É uma campanha que nasce polarizada, as expectativas são de uma discussão ideológica e de modus operandi.
Fique por dentro
Quem é Manhanelli
Carlos Manhanelli é presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), membro da Internacional Association of Political Consultants. É publicitário, jornalista, radialista e administrador de empresas. Tem especialização em Propaganda e Marketing pela ESPM, MBA em Marketing pela USP, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e Mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo. É ainda autor de 11 livros sobre marketing político . Carlos Manhenelli é palestrante do 9º. Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de abril, no Hotel Oásis Atlântico. Informações pelos telefones: (85) 3224-1838 / 4101-9189
Ícaro Joathan
terça-feira, 13 de abril de 2010
ESCALADA DE NOTÍCIAS ATUALIZANDO
Brasília, sobraram apenas 7 candidatos para as eleições indiretas. Serra joga Sarney e Collor na conta do PT. Ciro apronta uma das suas (o que já era esperado, mas não tão cedo) “Há putas em Brasília como há em qualquer outro lugar do mundo"- Ainda Ciro: "Puta não pisa lá [no restaurante Piantella, de BSB, point político] porque é caríssimo.", Sensus mostra empate entre Serra e Dilma. Marcado primeiro debate entre Serra e Dilma para o dia 05 de agosto na Band. Slogan de Serra “Nós podemos”. Jargão de um personagem do zorra total “nem podendo”. Assim “não pode”.UFA
quinta-feira, 8 de abril de 2010
ENTREVISTA O POVO CEARÁ
Especialista em Marketing Político agenda palestra em Fortaleza
Publicado: 5 de abril de 2010 às 7:22 Autor: Eliomar de Lima
Publicado: 5 de abril de 2010 às 7:22 Autor: Eliomar de Lima
Fortaleza será sede nos dias 23 e 24 deste mês, no Hotel Oásis Atlântico, do 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político. O evento busca promover o debate e a democratização do acesso a conhecimentos relativos ao marketing político, a fim de gerar a modernização das campanhas eleitorais brasileiras. A promoção é da empresa Marketing Político e Companhia (MP & Cia) e conta com o apoio institucional da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP). Durante o congresso, haverá a participação de um dos maiores especialistas na área do marketing político: Carlos Manhanelli.
Membro fundador e Presidente da ABCOP, Manhanelli milita na área de consultoria em comunicação política e marketing eleitoral desde 1974. Autor de dez livros sobre o assunto vai lançar no evento, sua 11ª obra: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”. Já atuou em mais de 220 campanhas e presta consultoria atualmente para mais de 20 Prefeituras e Governos em todo o Brasil, América Latina e África, além de lecionar na Universidade de Salamanca – Espanha. Carlos Manhanelli bateu papo direto de São Paulo com este Blog:
Blog – Qual a importância do 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, que pela primeira vez acontece em Fortaleza?
CM - O Congresso é o evento mais antigo e mais importante sobre a matéria. É o momento em que os consultores políticos de todo o Brasil e de países de língua portuguesa trazem a baila os assuntos mais importantes e atuais sobre campanhas eleitorais. B – Quais os principais temas que vão ser debatidos no Congresso?
CM – Teremos atualizações sobre direito eleitoral, Internet em campanhas eleitorais, planejamento e apresentação de um plano de marketing eleitoral, pesquisas eleitorais, enfim, os mais importantes temas serão debatidos e atualizados por especialistas na área.
B – O Congresso conta com o apoio institucional da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), fundada pelo senhor há 19 anos. Quais as contribuições que a entidade deu ao marketing político brasileiro?
CM – Inúmeras contribuições foram levadas a êxito pela ABCOP. Para mencionar apenas uma, a ABCOP foi chamada no ano passado a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, para elucidar aos deputados sobre a importância da internet no processo eleitoral, e através da palestra e da participação no debate nessa casa, tivemos então a liberação para uso pleno dos recursos na via digital mais importante e interativa do mundo. B – No evento, o senhor estará lançando o seu 11º livro: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”. De que trata a obra?
CM – Este livro traz toda a metodologia que desenvolvi em meus 36 anos de trabalho na área, para fazer um plano de marketing eleitoral desde o roteiro do primeiro briefing com o candidato, passando pelos questionários das pesquisas necessárias e planilhas de trabalho, até a apresentação em PPT do plano para o cliente. B – Quais as novidades que o eleitor pode esperar na eleição deste ano?
CM – Sem duvida nenhuma será o uso da internet na plenitude de seus recursos.
Membro fundador e Presidente da ABCOP, Manhanelli milita na área de consultoria em comunicação política e marketing eleitoral desde 1974. Autor de dez livros sobre o assunto vai lançar no evento, sua 11ª obra: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”. Já atuou em mais de 220 campanhas e presta consultoria atualmente para mais de 20 Prefeituras e Governos em todo o Brasil, América Latina e África, além de lecionar na Universidade de Salamanca – Espanha. Carlos Manhanelli bateu papo direto de São Paulo com este Blog:
Blog – Qual a importância do 9º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, que pela primeira vez acontece em Fortaleza?
CM - O Congresso é o evento mais antigo e mais importante sobre a matéria. É o momento em que os consultores políticos de todo o Brasil e de países de língua portuguesa trazem a baila os assuntos mais importantes e atuais sobre campanhas eleitorais. B – Quais os principais temas que vão ser debatidos no Congresso?
CM – Teremos atualizações sobre direito eleitoral, Internet em campanhas eleitorais, planejamento e apresentação de um plano de marketing eleitoral, pesquisas eleitorais, enfim, os mais importantes temas serão debatidos e atualizados por especialistas na área.
B – O Congresso conta com o apoio institucional da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), fundada pelo senhor há 19 anos. Quais as contribuições que a entidade deu ao marketing político brasileiro?
CM – Inúmeras contribuições foram levadas a êxito pela ABCOP. Para mencionar apenas uma, a ABCOP foi chamada no ano passado a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara Federal, para elucidar aos deputados sobre a importância da internet no processo eleitoral, e através da palestra e da participação no debate nessa casa, tivemos então a liberação para uso pleno dos recursos na via digital mais importante e interativa do mundo. B – No evento, o senhor estará lançando o seu 11º livro: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”. De que trata a obra?
CM – Este livro traz toda a metodologia que desenvolvi em meus 36 anos de trabalho na área, para fazer um plano de marketing eleitoral desde o roteiro do primeiro briefing com o candidato, passando pelos questionários das pesquisas necessárias e planilhas de trabalho, até a apresentação em PPT do plano para o cliente. B – Quais as novidades que o eleitor pode esperar na eleição deste ano?
CM – Sem duvida nenhuma será o uso da internet na plenitude de seus recursos.
CONGRESSO ESTRATÉGIAS ELEITORIAS
FORTALEZA VAI SEDIAR IX CONGRESSO BRASILEIRO DE MARKETING ELEITORAL
Por: Roberto Nascimento
Fortaleza será sede nos dias 23 e 24 deste mês, no Hotel Oásis Atlântico, do Nono Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político. O congresso tem como objetivo promover o debate e a democratização do acesso a conhecimentos relativos ao marketing político, a fim de gerar a modernização das campanhas eleitorais brasileiras.
Durante o congresso, haverá a participação de Carlos Manhanelli, considerado um dos maiores especialistas na área do marketing político. Carlos Manhanelli é autor de dez livros sobre o assunto e vai lançar no evento, sua décima primeira obra: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”.
Por: Roberto Nascimento
Fortaleza será sede nos dias 23 e 24 deste mês, no Hotel Oásis Atlântico, do Nono Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político. O congresso tem como objetivo promover o debate e a democratização do acesso a conhecimentos relativos ao marketing político, a fim de gerar a modernização das campanhas eleitorais brasileiras.
Durante o congresso, haverá a participação de Carlos Manhanelli, considerado um dos maiores especialistas na área do marketing político. Carlos Manhanelli é autor de dez livros sobre o assunto e vai lançar no evento, sua décima primeira obra: “Marketing Eleitoral: o passo a passo do nascimento de um candidato”.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
ENTREVISTA AO PORTAL TERRA
EMOÇÃO DECIDE VOTO
Ainda que afastado da Presidência da República há 7 anos, Fernando Henrique Cardoso permanece uma autoridade e opina com desenvoltura no cenário político. Mesmo ao lado da candidatura do governador José Serra, ele considera uma possibilidade de vitória da principal adversária do tucano, Dilma Rousseff. "Os dois (Dilma Roussef e Serra) terão que ter emoção. Sem emoção não se ganha eleição", declarou o sociólogo em entrevista na noite de quarta-feira, em São Paulo.
No mesmo dia da despedida dos dois pré-candidatos de suas funções públicas, FHC afirmou que os candidatos que provavelmente polarizarão a disputa terão de desenvolver a habilidade de se comunicar com o eleitorado. "(A eleição) vai depender da capacidade deles de se comunicarem com o País. Claro que também depende de militância, de apoios, mas principalmente da capacidade de transmitirem uma mensagem que toque o país", diz o ex-presidente. Ele afirma que Serra já demonstrou ser capaz de emocionar ao se eleger governador de São Paulo, mas não vê a mesma capacidade em Dilma. "Dilma é uma pessoa razoável, mas não vejo muita emoção nela."
A avaliação de FHC é ratificada pelo publicitário, professor e especialista em marketing político Carlos Manhanelli. "Quem for capaz de alcançar o emocional do povo brasileiro, ganha", disse. Autor de mais de 11 livros sobre marketing eleitoral, Manhanelli concorda com a tese e a reforça. "Dilma realmente não demonstra emoção, mas o Serra é também um cara muito frio", avalia. "Quando os dois querem transmitir uma emoção, isso soa falso, não é natural neles", diz.
Transferir ou não transferirQuando o assunto é o potencial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer seu sucessor, as opiniões do sociólogo e do publicitário divergem. Para Manhanelli, o carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não significa que seus votos serão automaticamente transferidos para Dilma.
"A mensagem que o povo quer é a de que o candidato em quem está votando é o que vai lhe dar esperança. Não existe voto de gratidão, voto pelo que o eleitor já tem", diz. Manhanelli diz que a aposta de Dilma em uma identificação com Lula é sua única chance, mas não é uma tarefa fácil. "Dilma tem que ser o Lula de saia, mas isso está muito difícil porque ela é muito dura."
Já Fernando Henrique afirma que Dilma tem, sim, uma vantagem por ser a escolhida de Lula. "Se ela não tivesse alguma vantagem não teria os votos que tem. Os votos não são dela, são dele (Lula). Então ela já está levando vantagem. O problema é outro, é até que ponto (isso ocorre). Não se pode saber de antemão, depende do desempenho", disse o ex-presidente. Manhanelli ressalta que a deficiência de Dilma - de não ter o "apelo popular" de Lula, que veio da pobreza à classe operária e do sindicalismo à Presidência - poderia ser compensada com uma imagem sofrida inerente à condição de mãe. "Dilma nunca terá o mesmo apelo de Lula de ter passado fome, ela é e sempre foi de classe média."
Peso do cargo. Sete anos longe do poder retiraram de FHC o apelo que Lula tem em relação à candidata. E o próprio tucano reconhece isso. "Não adianta nada (eu estar no palanque ao lado de Serra). Eu não estou no exercício do poder, não estou na mídia. Já Lula se empenha além do limite, além do razoável para quem está no poder", disse o ex-presidente. No entanto, ele ressalva que, na hora do voto, é a capacidade do próprio candidato que se revela. "Na hora da onça beber água, quem tem o voto é mesmo a pessoa", disse.
"De uma coisa não se pode duvidar: o próximo presidente depende de Lula para se eleger", afirma Manhanelli. Serra demonstra estar consciente disso e procura colar sua imagem à de Lula com ações que expressam a cooperação entre o governo paulista e o federal. Manhanelli afirma que, na esfera emocional, o tucano terá de se esforçar para polir uma imagem de patriarca. "Ele não tem a imagem do homem simples. Terá de vir com a de um pai que abraça o país inteiro."
Ainda que afastado da Presidência da República há 7 anos, Fernando Henrique Cardoso permanece uma autoridade e opina com desenvoltura no cenário político. Mesmo ao lado da candidatura do governador José Serra, ele considera uma possibilidade de vitória da principal adversária do tucano, Dilma Rousseff. "Os dois (Dilma Roussef e Serra) terão que ter emoção. Sem emoção não se ganha eleição", declarou o sociólogo em entrevista na noite de quarta-feira, em São Paulo.
No mesmo dia da despedida dos dois pré-candidatos de suas funções públicas, FHC afirmou que os candidatos que provavelmente polarizarão a disputa terão de desenvolver a habilidade de se comunicar com o eleitorado. "(A eleição) vai depender da capacidade deles de se comunicarem com o País. Claro que também depende de militância, de apoios, mas principalmente da capacidade de transmitirem uma mensagem que toque o país", diz o ex-presidente. Ele afirma que Serra já demonstrou ser capaz de emocionar ao se eleger governador de São Paulo, mas não vê a mesma capacidade em Dilma. "Dilma é uma pessoa razoável, mas não vejo muita emoção nela."
A avaliação de FHC é ratificada pelo publicitário, professor e especialista em marketing político Carlos Manhanelli. "Quem for capaz de alcançar o emocional do povo brasileiro, ganha", disse. Autor de mais de 11 livros sobre marketing eleitoral, Manhanelli concorda com a tese e a reforça. "Dilma realmente não demonstra emoção, mas o Serra é também um cara muito frio", avalia. "Quando os dois querem transmitir uma emoção, isso soa falso, não é natural neles", diz.
Transferir ou não transferirQuando o assunto é o potencial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de fazer seu sucessor, as opiniões do sociólogo e do publicitário divergem. Para Manhanelli, o carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não significa que seus votos serão automaticamente transferidos para Dilma.
"A mensagem que o povo quer é a de que o candidato em quem está votando é o que vai lhe dar esperança. Não existe voto de gratidão, voto pelo que o eleitor já tem", diz. Manhanelli diz que a aposta de Dilma em uma identificação com Lula é sua única chance, mas não é uma tarefa fácil. "Dilma tem que ser o Lula de saia, mas isso está muito difícil porque ela é muito dura."
Já Fernando Henrique afirma que Dilma tem, sim, uma vantagem por ser a escolhida de Lula. "Se ela não tivesse alguma vantagem não teria os votos que tem. Os votos não são dela, são dele (Lula). Então ela já está levando vantagem. O problema é outro, é até que ponto (isso ocorre). Não se pode saber de antemão, depende do desempenho", disse o ex-presidente. Manhanelli ressalta que a deficiência de Dilma - de não ter o "apelo popular" de Lula, que veio da pobreza à classe operária e do sindicalismo à Presidência - poderia ser compensada com uma imagem sofrida inerente à condição de mãe. "Dilma nunca terá o mesmo apelo de Lula de ter passado fome, ela é e sempre foi de classe média."
Peso do cargo. Sete anos longe do poder retiraram de FHC o apelo que Lula tem em relação à candidata. E o próprio tucano reconhece isso. "Não adianta nada (eu estar no palanque ao lado de Serra). Eu não estou no exercício do poder, não estou na mídia. Já Lula se empenha além do limite, além do razoável para quem está no poder", disse o ex-presidente. No entanto, ele ressalva que, na hora do voto, é a capacidade do próprio candidato que se revela. "Na hora da onça beber água, quem tem o voto é mesmo a pessoa", disse.
"De uma coisa não se pode duvidar: o próximo presidente depende de Lula para se eleger", afirma Manhanelli. Serra demonstra estar consciente disso e procura colar sua imagem à de Lula com ações que expressam a cooperação entre o governo paulista e o federal. Manhanelli afirma que, na esfera emocional, o tucano terá de se esforçar para polir uma imagem de patriarca. "Ele não tem a imagem do homem simples. Terá de vir com a de um pai que abraça o país inteiro."
sexta-feira, 2 de abril de 2010
ATUALIZANDO OS NUMEROS
PESQUISAS ELEITORAIS
Esse primeiro movimento eleitoral, as descompatibilizações, devem mexer com os numeros da corrida Presidencial, portanto, vou aguardar as pesquisas pós dia 03 de Abril, para fazer uma nova análise.
A mídia está dando total cobertura as movimentações dos pré candidatos, mas parece que a turma do Serra está em desvantagem, ou por não divulgar sua atividades, ou por não estar fazendo nada mesmo.
As noticias de hoje são em maior numero para João Santana e sua trupe. 1 x 0.
As noticias de hoje são em maior numero para João Santana e sua trupe. 1 x 0.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
ME RENDI AO TWITTER
Por insistência de amigos, acabei me rendendo ao Twitter. Estou começando a postar breves comentários sobre os acontecimentos políticos sob a ótica do Marketing Político Eleitoral.
Meu endereço no twitter é: http://twitter.com/manhanelli.
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