quarta-feira, 21 de março de 2012

O Marketing Político e sua importância para a população



Desde os primórdios da civilização, a grande preocupação da população é saber o que os políticos fazem com a representatividade depositada nele através do voto.
Arautos, anúncios em praças públicas e os mais rústicos recursos são usados desde sempre com o intuito de informar os cidadãos sobre as atividades dos políticos enquanto no exercício de seu mandato.
Observando isso, o legislativo federal, quando da construção da Constituição que rege o Brasil, fez questão de colocar como cláusula a obrigatoriedade da comunicação de atos e ações dos representantes públicos em seu art.5º inciso XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
O art. 37 regulamenta a forma de se comunicar onde reza: A Constituição Federal, em seu parágrafo primeiro do artigo 37, determina que “a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.

Mas como fazer isso? Onde buscar as técnicas que garantam transparência, lisura e legalidade a essa comunicação, respeitando assim as leis e levando o beneficio da informação a população?
Aqui entra a moderna ferramenta chamada “Marketing Político” que tem entre suas técnicas a comunicação política.
Infelizmente em nosso país, a palavra “Marketing” ganhou conotações completamente errôneas do que realmente essa ciência representa enquanto técnica democrática de comunicação. O Marketing Político Eleitoral então se tornou o vilão da democracia, sem ao menos os usuários da palavra saberem o que isso quer dizer enquanto técnica ou ciência. Nos países mais desenvolvidos, essa técnica é respeitada como arma democrática de comunicação entre os políticos e a população, constando em várias grades de Universidades altamente respeitadas no mundo como matéria obrigatória em cursos de comunicação e ciência política. No Brasil, já temos o curso ministrado pela ECA – USP (a universidade mais respeitada em nosso país) sobre Marketing Político, ministrado por expoentes mestres da área.
O Marketing Político - Eleitoral vem substituir o coronelismo arcaico e viciante da democracia, nos atendo ao que coloca o Dr. Miguel Reale Jr, eminente jurista brasileiro, no prefácio do livro “Estratégias Eleitorais e Marketing Político” de Carlos Augusto Manhanelli – 1988 - 7ª Edição Editora Summus Editorial: “... o marketing político é essencial a prática democrática da persuasão como técnica que se vale de idéias e sensações, da organização e da avaliação acerca do próprio candidato, do eleitorado em geral, dos segmentos a serem atingidos, dos concorrentes e das pesquisas de opinião pública.
Há uma relação entre a elevação do nível de civismo, consciência política do eleitorado e a exigência de que as comunicações políticas e campanhas eleitorais se estribem nos conhecimentos e técnicas de marketing político.
Na medida em que o coronelismo, os currais eleitorais e o clientelismo perdem força, o eleitorado, liberto das amarras do obscurantismo e da subserviência, requer a prática do Marketing Político como técnica de cooptação e persuasão.
“Ganha à democracia, que significa, antes de tudo, exercício de cidadania”.

Incontestável, pois, o benefício á população e ao processo democrático advinda do conhecimento do ente político das técnicas de comunicação política e Marketing Político, seja ele do município, estado ou país, para a transparência de um mandato, seus atos e ações, assim como para a informação da população advinda da atividade política, gerando o respeito à cidadania e a democracia.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Com oportunidades para além das eleições, setor de marketing eleitoral está aquecido



Exame . com


16/02/2.010 - 16:21


São Paulo – As eleições municipais acontecem em outubro e já movimentam o mercado de marketing eleitoral. “A atuação de um consultor político vai além da época das eleições”, afirma Carlos Manhanelli, consultor e presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop).
Manhanelli explica que um profissional com experiência em marketing eleitoral pode trabalhar com políticos que já tenham mandatos e também como consultor institucional, fortalecendo as siglas de partidos políticos.
Por isso, para fazer carreira nessa área é preciso ter uma formação multidisciplinar. “Para pensar em uma campanha eleitoral, por exemplo, é preciso entender de tudo que diz respeito a uma campanha: marketing, televisão, gráfica a ciência política e estatísticas”, diz. A profissão exige conhecimento de outras áreas, como legislação eleitoral, necessário para orientar melhor advogados que trabalham durante a campanha.
O recomendável é que o profissional tenha uma formação superior em comunicação (propaganda e marketing ou jornalismo) e se especialize. No Brasil, há cursos de pós-graduação em marketing político na USP e na Mackenzie. No exterior, a Universidade de Salamanca, na Espanha, é uma das que oferecem programas nesta área.
Manhanelli afirma que a proatividade é essencial para quem quer seguir carreira na área. “Um bom consultor é aquele que você liga e tem a solução que você precisa”, explica.
A remuneração durante as eleições pode equivaler aos ganhos de um ano inteiro, mas o salário de um consultor depende de sua experiência e do quanto é especialista.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Base partidária continuará pautando ocupação de cargos




DCI – Diário Comercio Industria
06/02/12 - 00:00 > POLÍTICA

são paulo - Mesmo que passe a contar como item de uma proposta de reforma política, a substituição de cargos em todos os níveis de governo sempre foi e permanecerá sendo pautada pelos partidos que mantém a base de sustentação. A observação é de cientistas políticos ouvidos pelo DCI."Propor uma
mudança dessas no Brasil é impossível", afirma Carlos Manhanelli completando que "uma vez que a ocupação de cargos se dá pela via de quadros técnicos que são indicados pelos partidos, embora essa regra não seja tão rígida", comenta o professor de marketing político da Universidade de Salamanca (Espanha) e integrante da Manhanelli Associados. Ele aponta que distorções a essa fórmula acontecem com muita frequência lembrando que na falta de perfil técnico na base, o PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, indicou o ex-governador José Serra para o Ministério da Saúde. "Todos nós sabemos que o Serra não é médico e mesmo assim ele ocupou o Ministério da Saúde", prossegue Manhanelli que, a seguir, minimiza críticas à presidente Dilma Rousseff. "Também não se pode condenar a presidente Dilma pela composição do ministério dela. O Mercadante não tem perfil de educador para a pasta de Educação. Esse arranjo obedece fundamentalmente a critérios políticos e isso é histórico. Todos os governos fazem isso", conclui.Preconceito. Já o consultor de marketing político, Chico Santa Rita, entende que não colocar quadros partidários em cargos de todos os escalões seria um preconceito. "Eu vejo como um preconceito, uma discriminação até não colocar deputado em cargo no primeiro escalão. Porque, se você coloca um deputado federal num ministério, por exemplo, o suplente pode não ser do mesmo partido, mas será da mesma coligação do titular, o que sugere que sua atuação não será diferente da linha política do eleito. O Legislativo não teria prejuízo com isso. E se o deputado fizer um bom trabalho como ministro, ganha também o governo federal", avalia Chico Santa Rita. Outros pontosSanta Rita acrescenta que é um "defensor brutal" da reforma política e sugeriu que a lei eleitoral é pautada pelo Judiciário. "A nossa legislação eleitoral é uma colcha de retalhos sem qualquer organização e vive dando margem a novas jurisprudências. A justiça sempre tem a última palavra e esse é um ponto que precisa ser atacado por uma reforma política", aponta. Outro item lembrado por Chico Santa Rita é a promiscuidade presente no Executivo que redunda no privilégio a quadros partidários. "Uma reforma política deveria criar um mecanismo para impedir a promiscuidade que privilegia 'amigos' do partido que criam estruturas corruptas nos governos. Isso sempre teve no Brasil, é verdade, mas cresceu de forma exagerada nos governos do Partido dos Trabalhadores. Nunca se viu tanto escândalo protagonizado pelo primeiro escalão como agora", encerra.

http://www.dci.com.br/Base-partidaria-continuara-pautando-ocupacao-de-cargos-5-409358.html




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Bate-papo - Isto É Dinheiro

Nº edição: 745 13.JAN.12 - 21:00


Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos e da Manhanelli Associados.

O fundador da primeira agência voltada à consultoria de marketing político fala sobre a expectativa do setor com as eleições para prefeito este ano:


Qual período é mais agitado para o setor: nas eleições para prefeito ou quando ocorrem para presidente e governador?
Este ano será mais agitado. Afinal, existem 5,6 mil municípios no Brasil, que terão eleições para prefeito e vereadores. Haverá cerca de 20 mil candidatos a prefeito e mais um milhão a vereador.

Existem profissionais suficientes para atender a essa demanda?
Nem todos os candidatos vão fazer campanhas com pessoas especializadas em marketing político, mas, mesmo assim, haverá falta de profissionais. Existem hoje no Brasil menos de mil pessoas especializadas no tema. O grande problema é que há empresas que vendem esse serviço sem saber fazê-lo.

Qual o limite ético do marketing político?
Não existe teatro. O que há são quatro imagens que servem para consagrar o político: a do herói, a do líder charmoso, a do grande pai e a do homem simples. O marketing busca ressaltar a característica que o político já possui.
Isto é compartilhar

domingo, 11 de dezembro de 2011

Deputados vão gastar R$ 96 mil para divulgar economia

GAZETA DO POVO – PARANÁ
Publicado em 06/12/2011 Karlos Kohlbach



A Assembleia Legislativa do Paraná pretende gastar até R$ 96 mil para divulgar a economia de R$ 90 milhões feita pela nova direção da Casa ao longo deste ano e devolvido aos cofres do Estado. Pelo edital de licitação, o Legislativo pretende espalhar 120 outdoors por 38 cidades do estado com a mensagem: “R$ 90 milhões de economia. O Paraná pediu, a Assem­­­­bleia Legislativa mudou”. Os outdoors devem ficar expostos por duas semanas – de 2 a 15 de janeiro de 2012.
“Esta é uma estratégia para que a população do Paraná tome conhecimento da ações realizadas pelo Poder Legislativo”, explicou o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB). “A divulgação da economia feita pela Casa está entre essas ações. É apenas uma delas”, completou o tucano.
O presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, afirma ser válida a iniciativa da presidência da Assembleia usar outdoors para divulgar a economia feita neste ano. Ele ressalta, porém, que os outdoors devem respeitar o critério da impessoalidade. “Não pode ter nomes ou símbolos. Nada que configure promoção pessoal. Se for o presidente da Assembleia que assina, deve estar escrito: presidência da Assembleia, não pode ter o nome do deputado.” De acordo com Manhanelli, o artigo 5.º da Constituição prevê que os atos do poder público que beneficiem a população devem ser informados de forma coletiva.


http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1199738&tit=Deputados-vao-gastar-R-96-mil-para-divulgar-economia

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mesmo ‘desajeitados’, políticos aderem às redes sociais na web

Araraquara.com
Domingo, 06 de Novembro de 2011 às 03h00


Para analista, políticos ‘escorregam’ no trato com os assuntos virtuais

Prefeito, vereadores e os três deputados eleitos por Araraquara estão conectados à internet com a intenção de mostrar suas ações políticas e divulgar seus discursos. A emergência do meio de comunicação como ferramenta de divulgação política levou o professor e cientista político Carlos Manhanelli a escrever um capítulo extra na sétima edição do seu livro "Estratégias Eleitorais e Marketing Político", dedicado ao uso da internet no meio político. Erros e acertos são decifrados no texto segundo o autor. "Há mais erros que acertos por parte dos políticos. Infelizmente, eles acessam a internet e postam suas ideias e atos como se fosse uma televisão. Esquecem-se de que na rede o que impera é a interatividade", afirma o especialista.
- Os políticos: O prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) recorda que foi um dos primeiros a instalar a internet em seu gabinete em Brasília (DF), em 1995, quando ainda era deputado federal. Na época, muitos políticos, e até mesmo jornalistas, questionavam com quem ele iria se comunicar. "Hoje, o mundo todo gira em torno da internet. Difícil é imaginar como viver sem a rede." Barbieri afirmou estar ‘linkado’ à rede, mas admite que anda relapso nas postagens, que ele mesmo faz.


Dos 13 vereadores da Câmara, apenas Pastor Raimundo (PRB) não está no grupo dos internautas. Ele afirma que a internet só lhe serve para ler notícias. "Não sou afeito a outros mecanismos da rede", afirma.

Já o vereador Carlos Nascimento (PT) lembra que projetos seus têm surgido da interatividade com as redes sociais. "O Teste do Coraçãozinho obrigatório (exame em recém-nascidos para detectar doenças cardíacas congênitas) é um projeto que chegou aqui por meio da história de uma internauta que acabou perdendo um filho por falta desse teste", relata.

Na Câmara, outro projeto que ganhou força nas redes sociais foi o que deu origem à lei dos rodeios, que eliminou a prática do esporte na cidade.
Erros e acertos Na avaliação de Manhanelli, os erros dos políticos é não saber que cada uma das ferramentas da internet — como sites, blogs e redes sociais — tem suas especificidades e que devem ser trabalhadas dentro dessas características.
Erros mais comuns
- Falta de Interatividade: O político usar a internet para postar apenas ideias e não compartilhar seu pensamento com o internauta. É um espaço de troca de informação. - Rotina: Postagens ocasionais levam os seguidores dos sites e redes sociais a ter um sentimento de rejeição e desimportância. A assiduidade é fundamental.
http://www.araraquara.com/noticias/politica/2011/11/06/mesmo-desajeitados-politicos-aderem-as-redes-sociais-na-web.html

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Câmara dos Deputados e Assembléia paulista detêm frentes de assuntos variados



DCI 05/12/11 - 00:00, POLÍTICA


Institucionalizadas com a Constituição de 1988, as frentes parlamentares ganham fôlego no legislativo em nível nacional e estadual fortalecendo causas variadas e deixando de lado questões ideológicas que, geralmente, tornam morosos e infrutíferos os debates.



- São Paulo"Minha mulher é conhecida como 'perna de jogador'. Não porque é grossa, mas por ser cabeluda". A frase é de autoria do deputado federal Tiririca (PR-SP), eleito em 2010 com mais de 1,3 milhão de votos - o mais votado do Brasil. O tom jocoso, no entanto, não foi proferido num programa de humor na televisão, ambiente onde o criador do hit brega "Florentina" é amplamente popular, mas numa audiência pública realizada no início do mês de novembro, em São Paulo. Embora elogiado por colegas - o vereador e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Netinho de Paula (PCdoB), por exemplo, assistiu a "performance" e cravou que Tiririca é "o cara" - a fala de 12 minutos do deputado de primeiro mandato parece evidenciar que, ao menos nessa reunião, o deputado pode ter se despido da função de coordenador regional da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura da Câmara dos Deputados. "Um deputado busca participar de uma frente parlamentar porque imagina que isso pode ajudar a projetar sua imagem. Esse caso do Tiririca é também culpa da imprensa, que divulga uma audiência pública desse teor", defende Carlos Manhanelli, da Manhanelli Associados, uma consultoria de marketing político.



Já o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Francisco Fonseca, minimiza e afirma que o tema defendido pelo parlamentar mais votado do Brasil é relevante."É razoável a criação de uma frente parlamentar para discutir a questão dos artistas. O Tiririca, como deputado federal, tem poderes para convocar uma audiência pública e acho que essa reunião se deu nesse contexto", opina o estudioso.



Embora criadas para fortalecer causas diversas no parlamento, com engajada participação de parte da população, da sociedade civil e de diferentes parlamentares e partidos políticos, o que existe nas esferas federal, estadual e municipal são incontáveis frentes cujos progressos efetivos pouco se conhece.



A Câmara dos Deputados, onde atuam 106 frentes, traz outras iniciativas que causam algum estranhamento: em 22 de março desse ano o deputado Márcio Marinho (PRB-BA) passou a coordenar a Frente Parlamentar em Defesa da Capoeira. Mais tarde, em 25 de agosto, o mesmo deputado passou a encabeçar a Frente Parlamentar em Defesa dos Países Africanos.



Já no Senado, as frentes atuam de forma informal, não sendo possível determinar quantas são e quais temas elas defendem.



- Campo minado: Presidente da Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular, a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina (PSB), afirma que as audiências públicas contemplaram propostas de mais de 40 entidades da sociedade civil, as mesmas que patrocinaram a lei da Ficha Limpa."A frente existe desde 2002 e foi recriada nessa legislatura contando com deputados e senadores por conta da possibilidade de apresentar uma proposta da reforma política. Fizemos várias reuniões e audiências públicas pelo Brasil afora e criamos uma proposta alternativa que está tramitando na Comissão Especial da Câmara", afirma a deputada.



Dentre os itens da proposta apresentada pela frente estão o voto em lista, o fim das coligações, financiamento público de campanhas eleitorais e o voto revogável, onde o eleitor faz um recall dos eleitos. Erundina, no entanto, admite frustração com a matéria admitindo que "mais do que corporativos, os interesses individuais de parlamentares da Câmara e do Senado são um grande empecilho aos avanços nessa questão".



Outro ponto destacado pela deputada é que Câmara e Senado tomaram rumos diferentes no debate. Enquanto a primeira promoveu audiências públicas, a segunda promoveu encontros fechados e só apresentou como unanimidade o financiamento público das campanhas. Ainda que admitindo frustração, Erundina afirma que tanto ela quanto as organizações que se mobilizaram não vão baixar a guarda. "Mesmo que a nossa proposta não seja aprovada, vamos fazer um esforço para convencer o relator da reforma política a contemplar algumas de nossas propostas. Essas entidades não são de desistir não. Continuaremos lutando", avisa.



Carlos Manhanelli, no entanto, refere que o tema, além de ser polêmico, tem outra barreira considerável: a cultural. "A população desconhece o tema da reforma política. Basta ver que se você fizer uma pesquisa sobre o que faz um vereador, a população não vai saber responder. O mesmo vale para deputado, etc", registra.



Já Fonseca opina que as frentes parlamentares que se dedicam a temas espinhosos, como a reforma política, na verdade devem ser encaradas como uma vitória do Legislativo que, de alguma forma, "traz a sociedade para o debate e isso é exitoso" ainda que "para atuar num campo minado de muitos vértices". O pesquisador da FGV acrescenta que, por ter muitos atores da política no centro do debate da reforma político-eleitoral, é preciso construir uma maioria consolidada para aprová-la."Uma Constituinte exclusiva formada por membros não partidários, talvez poderia ser uma alternativa", opina.



Carlos Manhanelli pondera que uma atuação mais efetiva das entidades da sociedade civil nessa discussão seria importante e que só as redes sociais não são capazes de garantir mobilização."A gente vê na internet uma grande mobilização nas redes sociais em torno do voto distrital. Mas os políticos ignoram. Reforma política e voto distrital não é um tema procurado como 'sexo' na internet. Enquanto a televisão vende, a internet compra", compara explicando que a internet ainda está longe de ser uma ferramenta de comunicação popular.



- São Paulo: Entre os temas defendidos nas 60 frentes parlamentares que atuam na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) promovendo reuniões diversas e audiências públicas, se verifica desde a Frente Parlamentar Evangélica, Em Defesa da Vida - contra o Aborto - à de Defesa da Família, Contras as Drogas e pela Não Legalização da Maconha.



Perguntado se as mesmas não poderiam ser unificadas numa só, Francisco Fonseca avalia que a mobilização contra o aborto não necessariamente comove quem é contrário ao consumo da cannabis ativa e que, assim, elas devem percorrer caminhos (frentes) distintas.



A primeira tem 24 membros e é coordenada pelo deputado Adilson Rossi (PSB) enquanto a última, com 40 integrantes, é conduzida pelo petebista Edson Ferrarini. Ambas têm a adesão de parlamentares de partidos de campos radicalmente opostos do ponto de vista ideológico como PT e PSDB. "A visibilidade de quem atua na frente parlamentar contra a maconha é muito maior do quem atua a favor, porque neste caso quem defende o uso livre da droga pode estar incentivando a prática de um crime", comenta o cientista Carlos Manhanelli



- Santas Casas: Manhanelli acrescenta que, dentre as frentes que produzem resultados no estado de São Paulo, está a de defesa das Santas Casas. Ele lembra que as audiências públicas e a pressão no parlamento paulista permitiram que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) liberasse um repasse que soma R$ 188 milhões, que serão liberados ao longo de 2011. Coordenador da Frente das Santas Casas no estado, o peemedebista Itamar Borges relata que o novo desafio que está colocado é o reajuste da tabela do Sistema Único de Saúde, uma das principais fontes de recursos das entidades. "Essa tabela está com uma defasagem de 60% e as Santas Casas estão a beira da inviabilidade. Conseguimos os recursos no governo do estado porque atuamos em conjunto com a frente nacional, em Brasília. Em 15 de dezembro, faremos uma grande mobilização nacional aqui na Assembleia de São Paulo para pressionar o governo para reajustar a tabela", avisa. Para este encontro são esperados dirigentes da Confederação Nacional das Santas Casas, das federações estaduais, além de parlamentares das frentes nacional e estadual. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha também é esperado.Borges, que também está à frente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e Contra a Guerra Fiscal, afirma ainda que dentre os objetivos da frente estão o apoio aos micro e pequenos empresários e uma mobilização para acabar com a guerra fiscal. "Conseguimos viabilizar na Assembleia, com o apoio do Sebrae, a criação de uma secretaria voltada para o micro e pequeno empreendedor no estado.



Mesmo que o governador não crie a secretaria, acredito que ele deve acolher as sugestões que levamos a ele no sentido de desburocratizar e diminuir a carga tributária de 12% para o setor. Também estamos trabalhando para que o estado, ao fazer suas comprar, priorize a produção de micro e pequenos empresários", relata.



Já o presidente do Legislativo paulista, Barros Munhoz (PSDB) constata ainda que as atividades das frentes parlamentares ajudam a reforçar um item bastante esquecido pela população, que está atrelado a atividade de cada parlamentar: a representação."A Assembleia de São Paulo é a mais participava do Brasil. Nós temos frentes parlamentares, as Comissões Permanentes. Você vai aqui no plenário não tem ninguém, mas você vai nas comissões e nas frentes parlamentares e tem um monte de gente. Isso é trabalho parlamentar, trabalho de representação, é ouvir a população sobre os mais diversos assuntos", enfatiza.



Ele lembra que a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a indústria têxtil paulista foi uma das lutas da Assembleia nesse período."Foi luta nossa a redução do ICMS. Nós não podemos propor a redução, mas nós podemos brigar com o Executivo politicamente", exemplifica.



- Apartidarismo: Francisco Fonseca completa que as frentes parlamentares, de um modo geral, têm por maior virtude o apartidarismo e seu enraizamento na sociedade e que isso garante a eficácia no atendimento de suas reivindicações."Eu não vejo com tanto pessimismo o mecanismo das frentes parlamentares. Quando o parlamento chama a sociedade para debater determinado tema é uma vitória importante. As duas principais características de uma frente parlamentar de vulto são justamente o caráter apartidário e a mobilização da sociedade civil em torno do problema. Quando se tem esses dois fatores, uma frente parlamentar reúne maiores condições de êxito", enfatiza.



Fonseca inclui entre as frentes mais importantes a frente que debate as comunicações, na Câmara dos Deputados, e a de Defesa da Defensoria Pública, no Legislativo paulista. O diretor da Manhanelli Associados registra que as frentes parlamentares existem desde os primórdios da democracia, mas que a partir da Constituição de 1988 ganharam caráter oficial no País. "A frente parlamentar é casual, defende uma causa e pode reunir diferentes cores partidárias em nome de uma causa justa", conclui

http://www.dci.com.br/EspecialCamara-dos-Deputados-e-Assembleia-paulista-detem-frentes-de-assuntos-variados-434-400606.html