Mostrando postagens com marcador Brumadinho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brumadinho. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

PORQUE MINAS GERAIS?


(Baseado em texto do Profº. Gaudêncio Torquato).
O Estado de Minas Gerais está pagando um preço alto demais por um pecado que não se sabe qual. Em parte, talvez, pela riqueza de seu solo, que não deveria ser pecado, mas virtude, se tratada com respeito.
O fato é que nenhum povo merece tal castigo, como a sequência de tragédias a que o Estado vem sendo submetido desde o rompimento da barragem de Mariana, em 2015 onde morreram 19 pessoas.
Depois, Brumadinho, com 270 mortos e onze pessoas ainda desaparecidas.
Neste começo de ano, o maior índice de chuvas em toda a história da Grande BH. São contados até agora 56 mortes e milhares de desalojados e desabrigados.
Até a cerveja entrou na lista macabra dos mineiros: quatro pessoas morreram e 21 estão infectadas por uma substância tóxica que não devia estar na bebida, encontrada em amostras da cerveja Belorizontina, Capixaba e outros produtos da cervejaria Backer, que se diz artesanal.
Como desgraça pouca é bobagem, a doença que hoje ameaça o mundo, o coronavírus, parece ter entrado no Brasil pela porta de Minas, com uma estudante de 22 anos de Belo Horizonte que veio da China, exatamente da cidade de Wuhan, de onde o vírus se espalhou.
Há mais dois casos suspeitos no Brasil, em Curitiba e Porto Alegre. E então, no meio de tanta tragédia, cabe a frase do mineiro Guimarães Rosa em seu "Grande Sertão: Veredas":
"Um dia ainda entra em desuso matar gente".
Minas não merece esse castigo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

BRUMADINHO UM ANO DA TRAGÉDIA


Nesse sábado fará um ano da tragédia de Brumadinho.
O Rompimento de barragem da Vale deixou 270 vítimas.
Só agora o Ministério Público denunciou 16 pessoas por homicídio doloso e crime ambiental.
A denúncia conclui as investigações conduzidas pelo MP e pela Polícia Civil do estado. Cada uma das pessoas responde por 270 homicídios dolosos, número total de mortos contabilizados no episódio — 259 corpos encontrados e 11 desaparecidos.
Os denunciados tanto da Vale quanto da TÜV SÜD, apostaram muito alto ao fazerem vistas grossas à situação de risco daquela barragem.
O MP afirma que Vale e a TÜV SÜD emitiam declarações falsas de estabilidade desta barragem.
Ao longo desta semana, membros do Movimento dos Atingidos por Barragens realizam uma caminhada em protesto contra a morosidade das ações judiciais, dos reparos e a falta de responsabilidade da Vale. Partindo de Belo Horizonte, passaram por Pompéu nesta terça e planejam chegar a Brumadinho no sábado dia 25.
A minha questão é: Como repor as vidas ceifadas pela irresponsabilidade da Vale?
Pessoas que viviam em uma cidade tranquila e pacata, hoje vivem em depressão e ansiedade, pelo completo sentimento de inconformidade, incapacidade e impotência perante a tragédia e as ações até agora prestadas às vitimas e seus familiares.
Negócios que a sustentavam, atividades de renda, lazer e emprego foram do dia para a noite, completamente arrasados.
Crimes ambientais, atividades de reflorestamento, limpeza do rio Paraopeba, tudo isso pode ser recuperado, mas a dignidade e o orgulho dos moradores de Brumadinho, esses nunca mais.
Termino com  a famosa frase de Camões:
“Cesse tudo que a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

ECOCÍDIO


"Ecocídio" nova modalidade de crime é votada na Câmara dos Deputados.
Após os desastres de Brumadinho e Mariana, os deputados resolveram tomar providencia e fazer uma proposta de lei que criminaliza esse tipo de acidente.
O ecocídio será tipificado quando houver desastre ecológico que resulte na destruição da flora, mortandade de animais e estabelece que seja caracterizada como população atingida aquela que sofrer os impactos provocados pela construção, operação ou rompimento de barragens, além da perda de propriedade, desvalorização de imóveis, perda de capacidade produtiva da terra ou ainda perda de produtos ou de áreas de exercício da atividade pesqueira ou de manejo de recursos naturais.
Ora, para mim esse tipo de crime não poderia ser chamado de ecocídio, mas sim ser tipificado como homicídio, pois na verdade, a natureza, em sua enorme sabedoria, consegue se recuperar, já as vidas perdidas não tem recuperação, elas não voltam assim como as florestas.
As empresas sabiam dos riscos e tinham consciência de que, em caso de rompimento, vidas seriam ceifadas.
A legislação vai prever ressarcimento as famílias, mas não especifica a pena para quem, por ganancia ou despreparo, tira vidas produtivas e que deixam uma grande lacuna nas famílias.
Termino esse comentário com a frase do Padre Fábio de Melo
Vale, Vale, O teu vale é de lucros. O do povo é um Vale de lágrimas.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

BRUMADINHO O QUE NÃO ERA PARA ACONTECER





Aconteceu o que não era para acontecer.
A barragem de Brumadinho rompeu.
Mas isso era para acontecer?
Quando do acidente com a barragem de Mariana, tivemos 19 mortos e muitas vidas e comércios com enormes prejuízos, até hoje em processo para ressarcimento.
Mas, pensou a Vale e o governo de então, foram apenas 19 mortos em Mariana. O governo em exercício na época, não exigiu que as outras barragens fossem descomissionadas, , ou seja, abandonadas e tampadas para recuperação.
Precisou haver em Brumadinho a morte de mais de 300 pessoas para que o governo e a Vale tivessem o procedimento de descontinuar as barragens com esse processo de “a montante” mais perigoso, porem bem mais baratos que outros bem mais seguros, porem bem mais caros também.
Tenho ouvido muito comentaristas falar da tragédia ambiental que essa barragem de Brumadinho ocasionou.
O que temos mesmo é uma tragédia humana, pois o meio ambiente se recupera, mas quero saber como recuperar as 300 vidas que se foram. Quem irá recuperar isso?
As casas, comércios, fazendas, sítios, chácaras, pescadores e aldeias indígenas, que tinham a terra como subsistência da maioria das famílias que por lá moravam.  Quem ira recuperar?
Termino meu comentário com a frase de: Saint-Clair Mello

“Sempre que ocorre uma catástrofe natural no Brasil, ela será seguida de uma catástrofe moral, que se transformará numa catástrofe processual, que não ira apurar absolutamente nada”.