Um levantamento mostra
a participação de mulheres nos parlamentos dos 26 Estados e do Distrito
Federal; apesar de a atual legislatura ter atingido a maior presença de
deputadas nos legislativos estaduais, ela ainda é muito inferior à dos homens.
Apenas 15% são mulheres.
A
baixa representação feminina na política tem fatores sociais, culturais e
econômicos e não está livre de freios. Passa pela divisão sexual do trabalho,
que toma mais tempo e energia das mulheres, e chega à resistência de dirigentes
partidários em abrir espaço para lideranças femininas, o que colabora para
reproduzir o caráter masculino da política.
No
Congresso Nacional, líderes de partidos trabalham com a possibilidade de reduzir
de 30% para até 10% o porcentual mínimo de candidatas mulheres a
cargos no Legislativo. Também discutem um abrandamento das punições para
legendas que não seguirem as regras.
As
fraudes na cota exigida por lei para que se tenha 30% de candidatas mulheres
tem sido uma constante nos partidos brasileiros, pois colocam mulheres sem
expressão política apenas para cumprir a cota legal as famosas “candidaturas
laranja”.
O
Congresso nacional já estuda a possibilidade de abaixar de 30% para 10% a
exigência de candidatas mulheres.
Um fato
que se observa é que muitas das mulheres eleitas são esposas de políticos e
ex-políticos tradicionais, incentivadas a entrar na vida pública pelos próprios
maridos.
Alguns
fatores levam a essa baixa participação das mulheres na política.
Estamos
saindo de uma cultura patriarcal, onde o homem representava o sustento e a
política dentro de casa, isso ainda influencia em alguns rincões de nosso país.
“As
futuras gerações vão ter que ter a mentalidade de que mulher não é propriedade.
Temos que desconstruir esse pensamento machista e construir uma nova
sociedade”, afirma a deputada Edna Alzier do Amapá.
A
divisão do dinheiro para as candidaturas ainda não tem uma fiscalização rígida
e os presidentes de partidos dão dinheiro de campanha para seus protegidos: “As
punições precisam ser mais severas. Hoje o presidente do partido passa o
recurso para quem quiser. Eu mesma não recebi recurso nenhum”, continua na sua
afirmação a deputada.
Nós, mulheres, somos a maioria da população e do
eleitorado, somos mais escolarizadas, mas ainda representamos 15% do número de
eleitas. Se aumentar o número de mulheres, vamos ter ganhos em termos de
qualidade legislativa afirma a deputada por Roraima Catarina Guerra.
O avanço das mulheres
na política ainda é muito pequeno O Movimento
Transparência Partidária detectou em um levantamento que, de 2008 a 2018, a
taxa de sucesso de mulheres em eleições foi de apenas 6%, ante 18% dos homens.
Também identificou que o número de mulheres filiadas avançou de 5,5 milhões em
2008 para 7,4 milhões em 2018 o que é uma constatação esperançosa.
As mulheres precisam
ocupar seu merecido lugar no parlamento. É condição sine qua non para que o
Brasil tenha uma visão mais realista da sua população.
Mulheres na política,
independente da sigla partidária são exemplos também de ousadia, superação e de
transformação; e devem servir de objeto, mas de inspiração e motivação, para os
homens.
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