O Itamaraty divulgou
uma nota na qual diz apoiar o que chama de "luta contra o flagelo do
terrorismo" e condenou ataques recentes à Embaixada dos Estados Unidos em
Bagdá, no Iraque. Depois, o presidente Jair Bolsonaro reiterou essa posição.
Mas
será que vale a pena para o Brasil mergulhar nesse conflito entre Estados
Unidos e Irã?
O
impacto pode ser sentido principalmente em duas áreas: comércio e segurança.
Só
Brasil e Israel manifestaram até agora, apoio à ação militar do presidente
americano.
O
IMPACTO COMERCIAL
Será
que esse posicionamento poderá afetar o comércio brasileiro com o país persa?
No
ano passado, o Brasil exportou um volume total de 2,1 bilhões de dólares ao
Irã. O saldo foi positivo pra balança comercial brasileira em pouco mais de 02
bilhões de dólares. Isso significa que o país vendeu muito mais aos iranianos
do que comprou deles.
Mas
ao analisar o impacto em setores agrícolas é que a relevância dessas trocas
comerciais fica mais evidente. O Irã foi o segundo maior comprador de milho
brasileiro, quinto maior importador da soja e sexto maior comprador de carne
bovina brasileira em 2019, segundo dados do Ministério da Economia.
Fica
claro que o Irã é um mercado importante e que seria interessante o Brasil
manter. Não podemos nos dar ao luxo de dispensar tão importante parceiro.
A
SEGURANÇA
Os
diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil disseram que estão receosos de que a
decisão do Brasil de se posicionar no conflito entre EUA e Israel possa deixar
cidadãos e diplomatas brasileiros que vivem no Oriente Médio em situação
vulnerável.
Uma
preocupação específica sobre segurança diz respeito a nações onde há forte
atuação do Hezbollah, uma milícia xiita libanesa com fortes laços com o Irã.
"O
efeito (na área de segurança) é nulo. O Brasil não é alvo, não é ameaça, não
está no radar. Seria um grave erro se os governos daqueles países ou
organizações daqueles países cometessem atos de violência contra representações
brasileiras. Não creio que isso acontecerá." Argumenta o professor de Relações Internacionais Carlos
Gustavo Poggio, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
Nas redes Sociais, milhares de brasileiros foram ao Twitter para postar memes e mensagens em que exaltam
a amizade entre Brasil e Irã e se desculpam pelas declarações do presidente
Jair Bolsonaro de alinhamento ao governo americano, o que demonstra claramente
que a população não quer briga com ninguém.
Como diz um ditado no mundo jurídico:
Antes um mau acordo do que uma boa briga
Nenhum comentário:
Postar um comentário