terça-feira, 31 de outubro de 2017

O CANDIDATO LULA - MARKETING POLÍTICO


Liderando as últimas pesquisas de intenção de votos para as eleições presidenciais 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é também, contraditoriamente, um dos que concentram a maior rejeição entre os eleitores.
Na pesquisa Ibope, publicada no dia 29 de outubro, o petista aparece com 35% da preferência dos brasileiros.

Mas o que isso quer dizer realmente?

Primeiro que as pessoas estão respondendo pelo grau de lembrança o que chamamos de reccal e não necessariamente pela expressão do seu voto.

O último levantamento do Ibope não apurou (ou não quiseram divulgar) os números de rejeição, mas, índices de outros institutos, como o Paraná Pesquisas, apontam para um percentual de 54% do eleitorado dizendo que não votaria de jeito nenhum no ex-presidente Lula.
Tal rejeição só deverá crescer na campanha.

Condenação, a esta altura, é o que menos importa.
Em 2018, o Lula nas urnas será o “Lula corrupto”, descrito por Doria, Alckmin, Bolsonaro, Ciro e tantos outros que irão pleitear o cargo.

Nenhuma propaganda eleitoral deixará de lembrar os fatos descobertos na Operação Lava Jato – dos pedalinhos de Atibaia aos recibos de Glauco Costa Marques, - dos vídeos de Marcelo Odebrecht e Joesley Batista ate a famosa carta de Palocci, seu fiel escudeiro.
Está claro e evidente que o grande problema do candidato Lula será a rejeição de 54% que a população brasileira tem a seu nome.

Para analistas, Lula está com o maior índice possível de intenção de votos para agora (35%) e só irá crescer sua intenção de votos, se conseguir diminuir a rejeição a seu nome.
Tarefa bastante difícil.

Lula tem um público muito fiel a seu favor, que o defende pelo acesso ao consumo e as políticas sociais que beneficiaram essas pessoas durante seus dois mandatos.
É o público que ele está abraçando na caravana que está fazendo pelo interior do País.

São esses os eleitores que vão dar força e mostrar o apoio que ele ainda possui.
Ao mesmo tempo, uma parte da classe que ascendeu a classe média, que viu seu poder de compra cair nos últimos anos, principalmente durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff  do PT, é responsável por este volume nos números de rejeição a Lula.

O melhor cenário para ele seria um grande numero de candidatos, dividindo essa rejeição, que, historicamente, é muito difícil de reverter.
Por enquanto, ele deve manter distancia das grandes cidades, onde o seu nível de rejeição é maior.

Assim como Lula, outros políticos, de uma maneira geral, que também estão sendo investigados pela Lava Jato, terão rejeição.
A população terá que escolher a partir dos candidatos que tem a disposição, mas, os nomes que apareceram até agora tem dificuldade de se desvencilhar dessa imagem da corrupção.

Acredito que Lula se beneficia pela sensação de estabilidade econômica que o país teve em seu governo.
Ele larga na frente dos concorrentes porque o eleitor avalia o voto com base no que o Brasil era quando ele foi presidente, e pela lembrança de seu nome, enquanto que os outros candidatos nunca foram presidentes, ou seja, não há o que comparar ou lembrar, pelo menos na cabeça do eleitorado.

O enigma da esfinge a ser decifrado por Lula será
Rejeição versus aceitação.

Decifre-o ou será devorado.

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