segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Marketing Político - O MERCADO DE TRABALHO NAS ELEIÇÕES


MARKETING POLITICO / ELEITORAL
Desde a antiga Roma que as eleições geram trabalho. No “Comentariolum Peticionis”, em bom português, Breve Manual de Campanha Eleitoral que escreveu-o, em 64 a. C., Quinto Túlio Cícero, para seu irmão famoso, o orador Marco Túlio Cícero, que naquele ano decidiu candidatar-se a cônsul, encontramos a constatação dos famosos nomencladores dos políticos romanos, escravos libertos, que tinham como atribuição decorar nomes de pessoas do povo,  para que os candidatos aos vários cargos pudessem se dirigir a população pelo nome de cada um.
“.... Uma boa assessoria deveria providenciar visitas importantes à sua casa e platéias para os discursos, além de um "nomenclator", o providencial assessor que lhe assopra no ouvido os nomes das figuras importantes que estão por perto”.
Hoje, o período eleitoral chega e modifica a rotina dos cidadãos, sendo responsáveis por mobilizar a atenção e centralizar o foco dos assuntos na política. Assim, diversos segmentos da esfera pública ganham força, como o setor terciário, através de empregos temporários e informais. E há uma forma infalível de identificar essa época de aquecimento econômico: é só observar o número de pessoas trabalhando nas campanhas, seja na distribuição de santinhos, dirigindo carros de som ou mesmo no marketing eleitoral.
As campanhas eleitorais são responsáveis por um aumento significativo do mercado de trabalho em diversas áreas, desde a mão de obra não especializada (distribuição de santinhos, segurador de placas, empacotadores e carregadores) até os famosos marketólogos eleitorais, publicitários, advogados, jornalistas, etc.
Com a proximidade das eleições, os institutos de pesquisa no Brasil, buscam reforçar suas equipes que vão a campo.
No Datafolha o número de seleções e de treinamento dobra durante o ano eleitoral. Os candidatos devem ter nível superior ou ensino médio completo.
O número de contratados no Ibope em anos eleitorais é 14 vezes maior do que nos outros anos. É preciso ter nível médio completo.
O Sensus também recebe cadastros de candidatos pelo site.
Nas ultimas eleições (2008) os técnicos em informática que foram responsáveis por instalar e operar as urnas eletrônicas nas eleições municipais foram selecionados pela internet. No total, foram 13.587 vagas em todo o país. Só em São Paulo ofereceu-se 1.862 novas oportunidades de emprego nesta área.
Mais uma área que gera recursos são os famosos “Jingles” eleitorais. Existem compositores que chegam a fazer oito jingles por eleição. Os preços variam em torno de R$ 800,00 ( Oitocentos Reais) a R$5.000,00 (Cinco mil Reais) para cada canção, dependendo da fama e experiência do compositor, em um processo que envolve também outros instrumentistas.
Bons profissionais de rádio e TV, nesta época, são caçados e contratados a peso de ouro. Quanto mais experiência em campanhas eleitorais, e quanto mais conceituado o veículo de comunicação que trabalha, mais valorizados são.
Estiar bandeiras e distribuir santinhos também foram opções para os que estavam em busca de uma renda a mais. O cenário é bastante comum na capital e no interior do país, principalmente nos trechos onde há sinais (sinaleiras, semáforos).  Nem o sol forte ou a possibilidade de receber uma recepção hostil desanima os que se aventuram nesse trabalho. Na média recebem R$ 200,00 (Duzentos Reais) por quinzena para trabalhar durante oito horas por dia.
Cada vez mais, as eleições exigem especialistas na área para serem implementadas de forma adequada e profissional.
Os marketólogos, fazem parte de uma carreira multidisciplinar que inclui conhecimentos nas áreas de pesquisa, psicologia de massa, estratégia, propaganda e publicidade, marketing, jornalismo, rádio e TV, direito eleitoral, informática, relações públicas, noções da operação e logística na distribuição de material, etc. Esses profissionais unem-se em torno de duas paixões: política e comunicação.
Um dos aspectos da profissão é que a remuneração é concentrada, pois o que se ganha na campanha corresponde à quantia que o profissional receberia em um ano na sua atividade anterior, aproximadamente.
O Profissional em Marketing Eleitoral tem que se manter sempre atualizado e antenado com o que ocorre nas campanhas eleitorais do mundo todo. O que acontece em uma campanha eleitoral nos E.U.A, pode servir de exemplo e influenciar novas estratégias em outras partes do mundo (o uso da internet na campanha Obama).
No Brasil, o Marketing Eleitoral tem ganho status de ciência, que já passa a ser estudada em universidades que oferecem a matéria em sua grade curricular, formando mestres e doutores com essa especialização e expertise.
O Profissional moderno da área deve ter um bom conhecimento teórico e principalmente prático, para que possa coordenar uma campanha eleitoral.
O mercado abre-se não apenas para campanhas políticas, mas tambem para associações, federações, sindicatos, clubes de futebol , entidades de classe, e todas as instituições que demandem um processo eletivo.
O Brasil vive uma carência enorme de profissionais realmente habilitados para este mercado, gerando vários oportunistas, sem a menor formação acadêmica ou experiência de trabalho, que se arvoram em “Marketeiros Políticos”. E o são na tradução mais pejorativa da palavra (Marreteiros).
Temos na maioria dos países democráticos a existência de Associações de Consultores Políticos, que separam o joio do trigo ou seja “Marketeiros” de “Marketólogos”, oferecendo ao mercado condições de diferenciá-los e contratar os verdadeiros profissionais da área, os Marketólogos.
Hoje só cai no “conto do marketeiro eleitoral” quem quer.
Assim como ocorre no Marketing Eleitoral, há uma carência de advogados eleitorais, cuja missão é resguardar a legitimidade dos resultados das urnas eleitorais.
Uma das tarefas é cuidar de questões referentes ao registro e à impugnação de candidaturas e às especificidades da lei eleitoral em relação, por exemplo, à propaganda eleitoral.
Passadas as eleições, o trabalho é centrado nas prestações de contas dos partidos políticos com a Justiça Eleitoral.
Hoje, para qualquer candidato, tão importante quanto contratar um Marketólogo é ter uma consultoria especializada em direito eleitoral.
O profissional em direito eleitoral deve estar sempre atualizado sobre as jurisprudências nessa área. Amplo conhecimento da Constituição e da legislação eleitoral também são fundamentais.
Nos últimos anos, a principal tarefa atribuída aos advogados dessa área passou a ser a atenção a pendências de candidatos e de partidos.
Enfim, o Marketing Eleitoral abre-se como uma nova frente de trabalho para quem realmente quer ser um profissional da área, lembrando que o trabalho de marketing tem que continuar após a eleição pois, mesmo depois de eleito, o candidato ainda precisa de visibilidade. A esse trabalho chamamos “Marketing Político”, pois diferentemente do “Marketing Eleitoral” (usado apenas para se conseguir um mandato), o Marketing Político será desenvolvido para quem já tem um mandato político, mandato este que será a base de todo o trabalho.    www.manhanelli.com.br


 

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