“UM LIDER COMEÇA A DESAPARECER QUANDO SEUS LIDERADOS PARAM DE DEFENDE-LO OU DE DESSIMINAR SUAS IDÉIAS E IDEAIS”.
Temos assistido, pasmados, durante estes 39 anos de militância no marketing político/eleitoral, várias ações de propaganda, venda, comunicação, divulgação, relações publicas, cerimonial, etc. serem chamadas de ações de Marketing Político. Pois para que possamos prosseguir com este texto, vamos definir que: “Não existe uma ação de marketing, e sim, ações derivadas de um estudo do comportamento do mercado que queremos atingir”.
Uma ação isolada de qualquer outra ciência não é Marketing.
Propaganda á propaganda, Venda é venda, Pesquisa é pesquisa, Divulgação é Divulgação, etc.
Partindo deste ponto, começaremos a elucidar e conhecer o Marketing Político.
Muitos têm explicado o Marketing Político, como sendo uma ação simplesmente eleitoral.
Na nossa concepção, Marketing Político é diferente do Marketing Eleitoral. No primeiro os estudos e o público são os que irão receber as ações políticas ou sociais derivadas dos mandatários dos cargos executivos e legislativos. No segundo, o público e o estudo são aqueles que terão que ser convencidos e cooptados a votar neste ou naquele candidato.
Então, o Marketing enquanto ciência para uso político, divide-se em duas matérias, o Marketing Eleitoral e o Marketing Político.
Vamos aos fatos: Políticos normalmente se elegem e esquecem o eleitorado.
Um dos grandes erros da maioria dos políticos é achar que seus eleitores não guardam rancor do esquecimento a que são relegados. De quatro em quatro anos o eleitor se vinga do voto que deu na eleição anterior.
Por esse motivo, muitos já tiveram suas curtas carreiras naufragadas, por falta de visão de longo prazo.
Os parlamentares que não conseguiram se reeleger, ou os mandatários do executivo que não conseguiram eleger seu sucessor, desperdiçaram a mais poderosa e barata arma do Marketing Eleitoral que um político pode dispor: seu próprio mandato.
Muitos dos políticos modernos, já se conscientizaram que a população tem carências constantes e que entre estas carências (uma das maiores) está a afetiva.
Se fazer lembrar durante todo o mandato, caracteriza-se como uma das formas de se fazer lembrado e na época da campanha eleitoral, fica mais fácil o trabalho de amarração do voto.
Este trabalho deve iniciar logo após a eleição. Sabemos que todos candidatos, principalmente os vencedores, querem e precisam de um período de descanso após as eleições, que o consumiram com agendas apertadas, compromissos inadiáveis, reuniões intermináveis e os famosos cafezinhos. Infelizmente, cabe ao candidato ainda um ultimo esforço para que possa preparar e pavimentar o caminho de seu mandato: Agradecer os apoios.
Não, não é aquele discurso genérico que você fez achando que todo mundo já ouviu seu agradecimento. Este infelizmente não vale. E não use como argumento para não faze-lo a montagem da equipe, a demanda da imprensa, as viagens, as preparações para cumprir bem o mandato, as reuniões com outros políticos, etc, pois todas estas eu e seus eleitores já conhecemos.
Outro argumento bastante conhecido é o de que “visitar as bases agora é só receber cobrança das promessas de campanha”. Ledo engano, seus eleitores saberão reconhecer que o momento e a hora não são apropriados para qualquer cobrança.
Se for o seu primeiro mandato, ai é que esta visita é fundamental, pois ira formar a primeira impressão, que para a maioria das pessoas é definitiva e única (a primeira impressão é a que fica). Se a primeira impressão for favorável, o eleitor tende a ver com tolerância, boa vontade e compreensão seus atos, e acaba consolidando uma imagem positiva sobre sua personalidade política. Como sabemos, imagem boa é tudo o que um político precisa para ser bem sucedido.
A organização desta primeira visita é fundamental. Todos devem ser envolvidos, desde as lideranças locais, visitas as autoridades, aos meios de comunicação, ao comercio, as associações e comunidades.
Deve-se levar como mensagem inicial, como será a forma de comunicação entre seu gabinete e os eleitores, correspondência, visitas, reuniões, solicitações de agendas, etc, convite para que todos compareçam ou se comuniquem com seu gabinete para ajuda-lo a construir o mandato através de sugestões, críticas e novas idéias, reafirmar seus compromissos de campanha, informar quais serão suas ações prioritárias, projetos e atividades assim que assumir, informações sobre o quadro político atual e claro, a confiança que tiveram em depositar o voto em seu nome e elege-lo.
Segundo ponto fundamental e definitivo: aproveite que vai montar seu gabinete e inclua de qualquer maneira um bom assessor de imprensa. Ele será fundamental para manter o vinculo entre você, imprensa e eleitores.
Lembre-se você como político vive de imagem e construir uma imagem de político confiável e com credibilidade nos dias de hoje, é todo o diferencial que se procura.
Este texto é um trecho do primeiro capítulo do livro “Marketing Pós Eleitoral – Técnicas de Marketing para um mandato de sucesso” lançado pela Editora Summus .
Prof. Carlos Manhanelli é o atual Presidente da Abcop (Associação Brasileira dos Consultores Políticos) autor de 16 livros entre eles “Eleição é Guerra”, Estratégias Eleitorais” e “A Conquista do voto”, Mestre em Comunicação Social e Professor Titular na Universidade Pontifícia de Salamanca – Espanha. Site www.manhanelli.com.br
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Muito obrigado por mais uma aula.
ResponderExcluiraproveito esse artigos seus para estudar bastante.
abraço.
Tiago Rodrigues; Ceara.