segunda-feira, 3 de maio de 2010

ENTREVISTA CORREIO BRAZILIENSE

Renata Mariz
Publicação: 30/04/2010 07:00 Atualização: 30/04/2010 08:11

Lula entre os mais influentes Revista norte-americana inclui o presidente pela segunda vez na lista das personalidades com maior prestígio internacional

O trabalho de engraxate para ajudar a família, a perda do dedo em acidente como operário de fábrica e a morte da primeira mulher na sala de parto de um hospital público constam da apresentação de Luiz Inácio Lula da Silva na revista Time, que o elegeu, ontem, um dos 25 líderes e uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Além de passagens sobre a origem humilde do presidente do Brasil, o texto escrito pelo cineasta Michael Moore, a pedido da publicação, aponta o Bolsa Família como um dos maiores feitos de Lula. O pré-candidato ao Planalto pelo PSDB, José Serra, principal oponente do nome petista para a sucessão, Dilma Roussef, elogiou a indicação do presidente pelo Twitter. Para especialistas em marketing político, estar na lista da Time é uma conquista invejável, mas sem grandes frutos no campo político.“É um verdadeiro prêmio ser indicado por uma das publicações mais sérias do mundo. Não só para o Lula, mas para o Brasil. Na cabeça da maioria da população, porém, essa é só uma das tantas reverências que ele já recebeu, como quando Obama o chamou de ‘o cara’”, compara o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli. O presidente dos Estados Unidos é outro da lista dos 25 mais influentes. Logo que a revista divulgou os nomes, chegou-se a pensar que Lula era o número um entre os premiados, por estar no topo do comunicado. Em seguida, a Time esclareceu que não existe ranking.Antenado ao Twitter, Serra foi um dos que se confundiram. Na primeira mensagem postada, afirmou: “Parabéns ao presidente Lula, escolhido líder do ano pela revista americana Time. É bom para o Brasil”. Em seguida, alertado por uma internauta sobre o esclarecimento da revista, escreveu: “Não é um ranking. O presidente Lula é um dos 25 líderes. Bom do mesmo jeito para o Brasil”. A inclusão do presidente na lista da Time é uma consequência da política externa praticada por ele, na opinião de Carlos Sérgio dos Santos Monteiro, da CP3 Consultoria, Planejamento, Publicidade e Pesquisa. “Foi uma conquista fantástica para um país que só era conhecido pelo futebol e samba há até bem pouco tempo”, comenta. Em 2004, Lula já havia aparecido na lista da Time — ocasião em que foi descrito como “a voz dos países em desenvolvimento”.Em rede nacional de rádio e TV ontem à noite pelo Dia do Trabalhador, Lula falou sobre os feitos do governo — indo das melhorias econômicas até a Copa do Mundo. Não deixou de mencionar o pré-sal como um dos passaportes do país para um futuro melhor. Enquanto o programa era divulgado, o presidente se reuniu com quatro ministros, senadores da base aliada e com José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, para traçar um cronograma de votação do marco regulatório do pré-sal, no Senado. Ficou decidido que o ponto mais polêmico, os royalties, só será votado depois das eleições. Os outros projetos — criação da Petrosal, capitalização da Petrobras e o Fundo Social — têm de estar aprovados até o fim de maio. “No projeto do Fundo Social, vamos emendar o texto do modelo de partilha (das áreas a serem exploradas). Esse projeto voltará para a Câmara”, afirmou o senador Romero Jucá.

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Um comentário:

  1. Vou ser bem impreciso, mas faz pouco tempo recebi um e-mail (eu estou do lado “esquerdo” da força) que falava de um grande prêmio recebido por Lula, prêmio que tradicionalmente precede o Nobel, isto é, quem o recebe tende a receber o Nobel. Não vou me recordar das circunstâncias nem do nome do prêmio, mas pelo que me parece, Obama recebeu o Nobel que Lula receberia em seguida a este prêmio. Companheiro (voz do Lula) “nunca antes na história deste país” houve um presidente com tanta ascensão internacional, nem os sociólogos reacionários pseudo-militantes estudantis que já tiveram a oportunidade de ser presidente. Mas sem tornar (apesar da alfinetada) esse debate uma questão de “quem é mais”, é de se notar que os americanos estão em franca campanha (já faz mais de 15 anos) de aproximação em termos respeitosos com o Brasil. FHC foi convidado para ser consultor junto a Clinton, Obama elogia Lula, enfim, líderes mundiais “natos” (presidentes dos EUA) se aproxima dos líderes provenientes desse nosso país “dependente” (para usar a terminologia do ex-presidente sociólogo), o que mostra que essa dependência é um pouco menos assimétrica como esta terminologia sugere... Quanto ao “lado esquerdo” da força e a internet, deixo para comentar em momento mais apropriado.

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