O comportamento dos Senadores brasileiros,
na eleição do presidente da casa. beira a loucura ou a constatação de quem
ainda estamos elegendo.
Foi uma clara demonstração da luta pelo
poder, sem medir qualquer consequência que dela poderia advir.
Berros, roubos de pastas, presidente de
mesa que não era presidente, candidatos retirando suas candidaturas, voto a
mais na urna, neguinho votando duas vezes, senador abandonando a presidência da
mesa para fazer xixi na hora do voto, chingamentos, discussões e apelações.
Tudo isso nos leva a lembrar de Calígula
e seu cavalo Incitatus.
Há quem diga que Calígula nomeou
Incitatus Senador, para demonstrar seu desprezo pelos senadores da época, um
bando de gente sem espinha que só queria os favores do trono. (ficou parecido
com algum Senado que você conhece?).
A cavalgadura Incitatus tinha 18
assessores, dispunha de fortuna pessoal (colares de pedras preciosas,
manjedoura de ouro) e usava mantas nas cores reservadas ao imperador (e ai?
Parece com alguém que você conhece?).
Custava caro Incitatus; mas até
que seu mandato saiu barato, porque besteiras pelo menos não fazia.
Bons tempos aquele. Incitatus se
contentava com feno e alfafa, não dava muita importância às honras com que o presenteavam
(uma estátua de mármore em tamanho natural, com base em marfim, por exemplo), e
ao que se saiba jamais pleiteou cargos na administração para si ou para
parentes, nem fraudou o orçamento (Será que temos algum Senador assim?).
O cavalo Incitatus jamais recebeu
sequer os salários referentes ao cargo; ignorava solenemente os múltiplos
auxílios, ajudas, verbas, passagens. Nepotismo então, nem pensar. Sua ficha era
limpa, cândida — como cândida deveria ser a túnica de um candidato, sem mancha.
(Ó Céus onde temos políticos assim?).
Triste espetáculo o que tivemos que
assistir promovido pelos nossos senadores. Foram coices para todos os lados.
Nem Incitatus se comportou assim no Senado.
Será que um dia eles pensarão
mais em nós e menos neles?
Termino esse comentário com a
frase de Charlenildo Martins Silva:
O extremismo contemporâneo político está nos levando ao ápice da loucura.
(Esse texto foi baseado em um artigo do meu amigo Carlinhos Brinckman).
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