01/06/11 - 00:00 POLÍTICA
Diário Comercio e Industria - DCI
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São Paulo O Conselho Político criado pelo PSDB para acolher o ex-governador de São Paulo José Serra não será suficiente para alavancar a pretensão do paulista quanto a uma terceira candidatura à Presidência em 2014. - O consultor de marketing político Carlos Manhanelli, da Manhanelli Associados, comenta que o órgão, criado para alinhavar coligações e candidaturas, não substitui a Executiva. "Essa instância partidária é nova e, pela legislação que rege os partidos políticos, não pode diminuir a importância da Executiva partidária na tomada de decisões", registra.Já o professor da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer concorda que o Conselho "foi criado às pressas". No entanto, diz que Serra é um obstinado e não vai abandonar seu projeto. "Serra vai tentar capitalizar os 40 milhões de votos conquistados no ano passado", justifica. O cientista da UnB pondera ainda que o ex-governador de São Paulo alimenta esperanças para 2014 inspirado pelo fato de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só conseguiu vencer uma eleição presidencial na quarta tentativa. Fleischer observa, no entanto, que, ao contrário de Serra, Lula jamais teve adversários dentro do PT. "Lula só conseguiu se candidatar por tantas vezes e se eleger em 2002 porque houve um consenso no PT de que ele era o único candidato. Já Serra, sem mandato, tentará dividir a preferência com Aécio Neves, que terá a tribuna do Senado para ser a voz da oposição", aponta o professor da UnB. O professor Carlos Manhanelli enumera ainda que Serra tem dificuldades na disputas nacionais com o PT. "Se Serra conseguir se lançar em 2014, certamente o PT vai contragolpear, lançando o ex-presidente Lula para enfrentá-lo", projeta.Os dois cientistas convergem ainda ao apontar que Aécio conseguiu formatar uma boa composição da Executiva. "Os paulistas só ficaram com a vice-presidência [com o ex-governador Alberto Goldman] e o Conselho Político, destinado a Serra", flagra Fleischer.O Instituto Teotônio Vilela ficou com o ex-senador Tasso Jereissati (CE) enquanto a secretaria-geral permaneceu com o deputado federal Rodrigo de Castro (MG). Ambos, assim como o presidente reeleito Sérgio Guerra, são aliados do mineiro.
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