domingo, 28 de fevereiro de 2010

PESQUISA BRASIL - NOVIDADES EM SÃO PAULO

Hoje a Folha de São Paulo divulgou nova pesquisa datafolha, onde Serra desce de 37% para 32% e Dilma sobe de 23% para 28%. No mesmo jornal, argumenta-se que a causa dessas oscilações são a transferência da popularidade de Lula, e eventuais arranhões em Serra.
Será que ninguém observa a exposição de Dilma na mídia? Os palanques já eleitorais e eleitoreiros?
Em contrapartida, na mídia de São Paulo para todo o Brasil, só desgraça. Enchentes todos os dias e tome imagens em horário nobre e primeira página de jornal.
Do outro lado, Pacs e Pocs (barulho dos fogos).
Uma das coisas que realmente está acontecendo é o aumento do grau de conhecimento de uma ilustre desconhecida até ontem. Subiu de 52% para 59% o numero de pessoas que dizem conhecer Dilma. Só se vota em quem se conhece. Se essa máxima estiver correta, 59% dizem conhecer Dilma e desses 59%, 28% dizem votar nela ou seja temos um grau de aproveitamento de votos de 47% é fantastico. Serra teria um aproveitamento de votos de 33% (96% grau de conhecimento). E o povo diz conhecer Dilma Roussef. Será? O resultado das respostas espontaneas é um verdadeiro samba do criolo doido.
O que acontecerá na hora que for colocada a historia de vida dessa cidadã e a população saber realmente quem é ela?
Vamos esperar para conferir.
O jogo mal começou e os dois times já estão cantando vitória. E o melhor. Dizendo que antes da partida começar, um dos times estaria se retirando do campo. Já tem até substituto pronto para entrar em campo, nem que seja nos 40 do segundo tempo.
ENQUANTO ISSO EM SÃO PAULO...
Novidade em São Paulo. Duda Mendonça aceita fazer a campanha de Paulo Skaf para governador de estado pelo PSB. Mas e o Ciro? Ciro é um peão no tabuleiro eleitoral do PT. Será colocado onde melhor ajude a campanha Dilma.
Como disse o blog do Josias de Souza: “ Com Paulo Skaf na disputa, em São Paulo pode faltar voto, mas dinheiro não faltará”
Ciro se dá muito bem na direita e na esquerda.

Quem se lembra do beija mão em campanhas passadas?
“Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo” – Barão de Itararé

sábado, 27 de fevereiro de 2010

NO DISTRITO A ZONA É FEDERAL

Que falta me faz Stanislaw Ponte Preta e o seu samba do criolo doido.
Barão de Itararé então seria espetacular em Brasília. Só de imaginar o sorriso vem à baila.
Mas o assunto é sério.
O Governador do DF: Imagens de recebimento de dinheiro na TV, Afastado e preso.
Vice Governador: renuncia antes que algum aventureiro lance mão de seus processos.
Presidente da Câmara Legislativa: sai do cargo e renuncia o mandato
Os três deixam o DEM
O DEM dissolve o diretório regional
Tem dois deputados seguros pelo barbante: Brunelli e Eurides Brito. Agora acompanhe
Se Brunelli renunciar ao mandato, sabe quem assume? O Sr. Geraldo Naves seu suplente que se encontra atualmente com endereço domiciliar à Detenção da Papuda e é cassado assim que assumir o mandato.
Ainda temos Rogério Ulisses que foi expulso do PSB e não disputa a próxima eleição.
Acabou?
Ainda não. Num ultimo suspiro, o Tribunal de Contas do Distrito Federal afasta o conselheiro Domingos Lamoglia. Ufa.

Acreditem se quiser. Já houve um tempo, não muito distante que o nosso querido Presidente da República vestiu literalmente a camisa de Arruda. Será que essa camisa está guardada no guarda roupas presidencial?
As próximas eleições no DF estão abertas. Não existe guru ou adivinho que possa ao menos dar uma sugestão do que pode acontecer. Como será essa campanha eleitoral? O marketing político irá conseguir convencer ao povo de Brasília que o DF tem jeito? A moralização com certeza será um dos grandes motes de campanha tanto para Governador, como para os Deputados, que deverão pedir seus votos descalços, sem meias e de preferência sem cuecas também.
"Voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato." - Barão de Itararé

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

HABEMUS CANDIDATUS?

AINDA DÁ TEMPO PARA AÉCIO?

O Governador Mineiro chegou de férias pra botar mais lenha na fogueira das indefinições de candidaturas ao cargo maior do país.
Perante a posição de Serra, que não admite, nem nega qualquer possibilidade, Aécio começa a se posicionar como ainda um nome para ser lembrado como candidato.
Sereno, Aécio deixou a entender que pode até ser indicado de ultima hora. Aceitará o convite, afirmando: “o que vai decidir o voto é o programa eleitoral”. Ou seja, ele topa até ser indicado na convenção em junho.
Chegou de férias e já foi ironizando o discurso de Dilma , dizendo que o PT apenas deu continuidade a política econômica do Governo FHC. (Correio Braziliense de hoje).
Discurso pronto, motivação política ok, bala na agulha, o que falta?
Habemus candidatus?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ELEITO NA CADEIA?


Recebi um e-mal de meu amigo/irmão Dr. Paulo Taques e a partir dele, começo esse texto: Título - SERÁ? - Perguntado se Arruda ficará preso mais uma semana sem que seu pedido de liberdade seja julgado de forma definitiva, o ministro disse que o processo do governador afastado não deve ser diferenciado "Tantos outros ficaram [presos] porque esse paciente não ficaria?", questionou. "Processo para mim não tem capa, processo para mim tem conteúdo". completou Marco Aurélio Mello
Fato inusitado no Brasil. Um colarinho branco na cadeia em pleno Carnaval. Um eleito ao cargo de governador de estado na cadeia por crime de colarinho branco que foi filmado? Panetones, meias e cuecas embalados no mesmo pacote?
Até alguns anos atrás, tinha governador dando tiro em boca de desafeto e não foi preso. Agora uma filmagem de recebimento de dinheiro para compra de panetones que passa na TV, está dando cadeia. Mudou o Brasil, a justiça ou a sociedade? ou temos um quarto poder? O que passa na TV dá cadeia. O que não passa é discutível e não dá cadeia?
Preso o principal mandatário da capital federal, a repercussão na mídia foi pífia, confundiu-se com o Carnaval e com a descrença de que preso foi, preso ficará. A entrada de gente importante na cadeia e a soltura rápida, levava a conclusão que assim também seria com o Governador da Capital Brasileira. O Carnaval passou e ele continua preso.
E lá deve continuar se depender da sociedade brasileira.
A prisão de Arruda mostra que não é só nos interiores brasileiros que ainda existem resquícios da politica do toma-la-da-cá. E o que é mais absurdo, não choca a sociedade o tanto que deveria. Parece que isso é uma coisa normal em nosso país. Mário Covas lapidou uma frase que dizia: "Quem tem ética no Brasil é anormal". Mas uma coisa resta desse episódio. A impunidade, ao menos do que se tem filmado, sacramentado, passado na TV para que todos vejam, e onde não restam dúvidas, não funciona e parece ter ganho um pouco de credibilidade a justiça ou a TV. A corrupção tolerada e a falta de sanção são as razões da má fama dos políticos.
O povo constroi a democracia que quer. Estamos lapidando a nossa e a cada dia que passa ela se aperfeiçoa. "Mutatis Mutantis".

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Eleição onde todo mundo ganha


Pronto. A decisão foi tomada. Em Macapá - Amapá, todas as escolas de samba foram declaradas campeãs do carnaval de 2.010.
O Brasil tem disso. Uma disputa e uma eleição onde todos ganham. É a famosa solução sem solução. Fazer de todas as escolas de samba campeãs é o mesmo que você participar de uma corrida, ser o primeiro a chegar e os juízes disserem que você empatou com o ultimo colocado. e olha eram 20 competidores.
vou reproduzir a matéria, pois a situação é tão inusitada que só lendo o que a imprensa escreveu:
Após confusão, todas as escolas de Macapá são declaradas campeãs
18/02/2010 - 12h38 ( - G1)

Depois de uma confusão durante a apuração do carnaval de Macapá, na quarta-feira (17), o conselho das escolas de samba da cidade declarou todas as agremiações campeãs do carnaval 2010. Dez escolas disputavam o título.

De acordo com Maria José Silva, a Marjo, presidente da Liga das Escolas de Samba do Amapá, o presidente de uma das escolas pediu a abertura de uma assembléia extraordinária, durante a apuração, por suspeitar que houve fraude na atribuição das notas. Na assembléia, o conselho - que conta com representantes de cada uma das escolas competidoras - votou que todas as agremiações fossem declaradas campeãs.

"O conselho é soberano e cada escola tem direito a um voto. Oito escolas votaram para que todas fossem declaradas campeãs, então foi isso o que aconteceu", diz Marjo ao G1. A Liga deve encaminhar ao Ministério Público um pedido de investigação da suspeita de fraude. O MP também deve determinar se mantém a decisão do conselho ou se pede a continuidade da apuração com a abertura dos envelopes dos jurados.

Segundo Marjo, faltavam ainda ser apurados dois quesitos. "Se a Justiça entender que a decisão é única e exclusivamente do conselho, todas as escolas continuarão sendo campeãs. Caso a Justiça considere que os votos dos jurados devam ser levados em conta, vamos terminar a apuração e dar a vitória para a escola com as melhores notas", afirma.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

HONORÁVEIS BANDIDOS


Acabei de chegar a Macapá, a capital do estado do Amapá, para mais uma jornada de trabalho.

Inspirado na viagem, encontrei na livraria do aeroporto um livro com o sugestivo nome "Honoráveis Bandidos", com o rosto de José Sarney na capa, usando um óculos escuros ao estilo "Don Corleone".

Comprei e vim lendo no pequeno vôo de apenas 6 horas. Conclusão, li o livro inteiro.

Mesmo para mim que morei por três anos no Estado do Maranhão e achava que sabia de tudo e mais um pouco sobre o que se passou no periodo da Presidencia da Republica do ilustre cavalheiro, me admirei. Eu não sabia da missa a metade.

Palmério Dória, como ótimo jornalista investigativo, vai fundo nas descobertas da "Famiglia Sarney" e revela supreendentes, porem não menos esperados, escandalos e falcatruas dignas dos irmãos Frank e Jesse James.

Numa narrativa humorada (e ácida, por vezes) o escritor nos leva à sala de estar da família que comanda o Maranhão há mais de quatro décadas, revelando brigas, jogo de interesses e troca de favores entre várias gerações de políticos e bajuladores, dos cenários nacional e maranhense.

O lançamento do livro em São Luis do Maranhão foi cercado de fatos inéditos.
As livrarias se recusaram a lançar o livro, que teve que ser lançado no Sindicato dos Bancários e, obviamente, não podia terminar bem.

Segundo o sindicato, estudantes ligados à família Sarney jogaram ovos e uma torta na direção de Dória, em protesto contra o livro. Houve também uma discussão entre os participantes do evento e os manifestantes.
Em nota, o Sindicato dos Bancários do Maranhão condenou a violência.
"Os atos de vandalismo provocado por 10 a 15 baderneiros, quando da ocasião de lançamento do livro 'Honoráveis Bandidos' do jornalista Palmério Dória, nessa quarta-feira(04/11) em nossa sede, relembra os tristes fatos históricos das décadas de 50 e 60 em nosso Estado, que acreditávamos sucumbidos. Naquela época, prevalecia no Maranhão a lei da força bruta, da intolerância, em que as diferenças eram resolvidas pela pancadaria", citou a nota.

A Folha de São Paulo de 05/11/2.009 diz que:
"Além de detalhar todos os escândalos envolvendo o clã do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o livro, que está entre os mais vendidos no país, dedica um capítulo (nº 8, "O lado feminino") só para falar sobre as intimidades da família e de seu patriarca.
Na página 91, Dória escreve: "Sarney achou que seus sonhos poderiam concretizar-se em Nova York - o senador delirava só em pensar na realização de seu fetiche sexual: lambidas em seu hálux, ou, na linguagem popular, o dedão do pé. E rumou esperançoso para a capital do mundo ocidental, entre os convidados da Globo para a entrega de um daqueles prêmios internacionais, em tempos de boca-livre total."
"Não vi, não li, não me interessa", disse Sarney à Livraria da Folha sobre "Honoráveis Bandidos".

Já é o 4º livro mais vendido do país.

Bem que poderiamos ter os livros "Honoráveis Bandidos" de todas as eras presidenciais. Quem sabe assim poderiamos comparar os "resultados da gestão de cada um dos nossos impolutos Presidentes da República do nosso amado Brasil, inclusive de nosso atual e seu ex - moralista e ético partido.

PALMÉRIO DÓRIA
A revista Veja publicou um trecho do livro, que eu copio aqui para o deleite dos meus leitores.
Agora que vale a pena ler ele todo, isso vale.

Comemoração com cara de velório • Por que Roseana chora, se os outros aplaudem? • Tem sujeira por trás do impoluto jurista o Rolo justifica outro rolo e assim por diante • A qualquer momento nas páginas policiais
Estamos em 2009. Na data em que completa meio século de carreira política, aos 78 anos, o velho coronel comemora sem o menor sinal de euforia. Por certo pesam-lhe na memória as palavras de seu falecido amigo Roberto Campos, tão entreguista que lhe pespegaram o apelido de Bob Fields, ministro do Planejamento de Castelo Branco, primeiro general de plantão do governo militar:
"Certas vitórias parecem o prenúncio de uma grande derrota. É um amanhecer que não canta."
Deputado federal, governador do Maranhão, presidente da República, cinco vezes senador. E, no início desse ano pré-eleitoral, eis que em 2010 se dariam eleições presidenciais, ele chegava pela terceira vez à presidência do Senado. Mas tinha a sensação de que tudo aquilo que havia conquistado em meio século de vida pública podia estar por um segundo. Não foi de bom agouro a cena que se seguiu a seu discurso de pouco mais de cinco minutos, ao apresentar sua candidatura à presidência da Casa, naquela manhã de 2 de fevereiro, dia de festa no mar. Em sua fala, ele citou por sinal Nossa Senhora dos Navegantes, depois de se comparar a Rui Barbosa pela longevidade na vida pública e de proclamar que não houve escândalos em suas outras passagens no cargo. Esperava uma sessão rápida, mas, para sua inquietação, vários pares passaram a revezar-se para defender o outro candidato à presidência do Senado, o petista acreano Tião Viana, e aproveitaram para feri-lo. Assim, quando abriram a inscrição para os candidatos, ele pediu para falar. Queria dar a última palavra.
Marcado pela fama de evitar confrontos em plenário, fugiu a seu estilo e fez um pronunciamento duro. Um improviso daqueles que a gente leva um mês para preparar. Deixou claro que não gostou de ver Tião Viana posar de arauto da modernidade e higienizador da podridão que paira nos ares do parlamento brasileiro.
Depois de lembrar a coincidência de 50 anos antes, quando no dia 2 de fevereiro de 1959 assumia o primeiro mandato no Congresso como deputado federal, atacou:
"Não concordo quando se fala na imoralidade do Senado. O Senado é os que aqui estão. Reconheço que, ao longo da nossa vida, muitos se tornaram menos merecedores da admiração do país, mas não a instituição."
Então, pronunciou as palavras seguintes, que trazem os sinais trocados, pois tudo quanto você vai ler é tudo quanto o velho senador não é:
"Durante a minha vida, passei aqui nesta Casa 50 anos. Muitas comissões, vamos dizer assim, muitos escândalos existiram envolvendo parlamentares, mas nunca o nome do parlamentar José Sarney constou de qualquer desses escândalos ao longo de toda a vida do Senado." Disse mais: "A palavra ética, para mim, que nunca fui de alardear nada, é um estado de espírito. Não é uma palavra para eu usar como demagogia ou uma palavra para eu usar num simples debate."
A filha Roseana Sarney, senadora pelo Maranhão, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o mesmo PMDB do pai, caminhava pelo plenário, muito nervosa. Estava em lágrimas quando o pai encerrou sua fala. Os oitenta pares o aplaudiram protocolarmente, mas um deles, de um salto pôs-se de pé e bateu palmas efusivas, acompanhadas do revoar de suas melenas. Tratava-se de Wellington Salgado, do PMDB mineiro, conhecido como Pedro de Lara ou Sansão.
Onde se encontravam os jornalistas de política nesse momento, que não registraram tal despautério? Pedro de Lara é aquela figura histriônica que roubava a cena no programa Silvio Santos como jurado ranzinza, debochado e falso moralista. E Sansão, o personagem bíblico que perdeu o vigor quando Dalila o traiu cortando-lhe a cabeleira.
Esta figura caricata pareceria um estranho no ninho em qualquer parlamento do mundo. Nascido no Rio, é dono da Universidade Oliveira Salgado, no município de São Gonçalo, e responde a processo por sonegação de impostos no Supremo Tribunal Federal. Conseguiu um domicílio eleitoral fajuto em Araguari, Minas Gerais, e praticamente comprou um mandato de senador ao financiar de seu próprio bolso, com 500 mil reais, uma parte da milionária campanha para o Senado de Hélio Costa, o eterno repórter do Fantástico da Rede Globo em Nova York.
Com a ida de Hélio para o Ministério das Comunicações de Lula, seu suplente Wellington então ganhou uma cadeira no Senado Federal, presente que ele paga com gratidão tão desmesurada, que separa da verba de seu gabinete todo santo mês os 7 mil reais da secretária particular do ministro. Nesse tipo de malandragem, fez como seu ídolo, colega de Senado Renan Calheiros, que vinha pagando quase 5 mil mensais para a sogra de seu assessor de imprensa ficar em casa sem fazer nada.
Mas o cabeludo senador chegou à ribalta em 2007, justamente como aguerrido integrante da tropa de choque que salvou o mandato de Renan Calheiros, então presidente do Senado e estrela principal do episódio mais indecoroso daquele ano, com amante pelada na capa da Playboy, bois voadores e fazendas-fantasma. O alagoano Renan, com uma filha fora do casamento, que teve com a apresentadora de tevê Mônica Veloso, bancava a moça com mesada paga por Cláudio Gontijo, diretor da construtora Mendes Júnior. Ao tentar explicar-se, Renan enredou-se em notas frias, rebanho superfaturado, rede de emissoras de rádio em nome de laranjas, enquanto Mônica mostrava aos leitores da revista masculina da Editora Abril a borboleta tatuada na nádega.
Durante 120 dias, enxotado pela mídia e pela opinião pública, Renan resistiu no cargo, suportando humilhações como o plenário oposicionista virando-lhe as costas no dia em que tentou presidir uma sessão. Esse era o Renan que, quase dois anos depois, no 2 de fevereiro de 2009 posaria vitorioso como articulador-mor da volta de José Sarney à presidência da Casa.
Quem diria, não? O José Sarney que já foi companheiro de um nacionalista respeitado como Seixas Dória, de um articulador do calibre de José Aparecido de Oliveira, de um jurista do porte de Clóvis Ferro Costa, todos três integrantes do grupo Bossa Nova, espécie de esquerda da União Democrática Nacional, a conservadora UDN, todos três ostentando o galardão de ter sido cassados pelo golpe militar de 1964, e sabe-se lá por quais artes só ele, Sarney, dentre os quatro amigos escapou da cassação, esse mesmo Sarney agora festejado pelo cabeludo sonegador e por uma das mais desmoralizadas figuras do cenário político brasileiro, Renan Calheiros, que tinha nos costados um inquérito com 29 volumes tramitando no Supremo.
Quer fechar o círculo direitinho? Em 2007, depois de absolvido pelo plenário em votação secreta e escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar, na casa de quem Renan Calheiros comemorou a preservação do mandato? Na casa de seu salvador, Sarney, junto com outras figuras, como o deputado federal e ex-presidente do Senado Jader Barbalho, com know-how em renúncia para escapar de cassação; Romero Jucá, líder do PMDB no Senado; Edison Lobão, futuro ministro das Minas e Energia; e, claro, Roseana Sarney. Nesse festejo, no Lago Sul de Brasília, não se esqueceram de "homenagear" o senador amazonense Jefferson Peres. Esta fi gura íntegra do parlamento brasileiro, relator do caso Renan no Conselho de Ética, recomendou a cassação, pedida pelo povo brasileiro. Os convivas mimoseavam Jefferson a todo momento, referindo- se a ele como "aquele pobre relator".
Memorável dia 2 de fevereiro. Surpreendentes seriam as fotografias nos jornais do dia seguinte. Sarney de óculos escuros como os ditadores latino-americanos do passado, amparado pelo colega de PMDB Michel Temer, eleito presidente da Câmara, igualmente pela terceira vez. Barba e bigode. Este Michel Temer merece umas pinceladas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CONCLUSÕES ECONOMICAS DA ESPANHA















NA FOTO JORGE BARNÉS E PEDRO SOLBES

Conforme prometi, vou comentar sobre o evento que participei em Salamanca na Espanha, onde a figura principal foi o Sr. D. Pedro Solbes ex-ministro de Economia da Espanha.
Na síntese de tudo o que ele falou, pude concluir que a grande preocupação da economia espanhola é a necessidade de evitar um elevado deficit público e um aumento exagerado da inflação, uma vez que reduzirá o competitividade das empresas espanholas dentro da União Europeia.
Solbes deixou claro em sua exposição de que a "Espanha está saindo da crise, mas vai continuar com uma elevada taxa de desemprego" . A TV o tempo todo mostra entrevistas com desempregados e principalmente aposentados, que estão vivendo nas ruas das cidades, por falta de recursos para pagar uma moradia. E olha que o frio em algumas regiões do país está chegando a - 6º ( 6º graus abaixo de 0). Isso vai ser um dos problemas que Zapatero terá que enfrentar, mesmo saindo da crise.
Disse ainda fazendo uma comparação de que a Espanha, Grécia e Portugal estão em posição "menos competitivas" do que outros países europeus e países emergentes apontados como os grandes "vencedores da crise" , ressaltou o ponto onde a capacidade de alguns países da Ásia e da América Latina superaram a crise com maior facilidade. Quanto à situação na Espanha, considerou "comparação incorreta" com Portugal e disse que as nuances das sociedades dos dois países ibéricos e da Grécia são "diferentes". Ainda assim, disse que a manutenção de alguns regulamentos no mercado os coloca em situação de serem "menos competitivos".
Enfim, os remédios apresentados são sempre os mesmo: diminuir o deficit publico e não deixar a inflação disparar.
Parece que falta originalidade nas resoluções economicas em todo o mundo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

SALAMANCA CIDADE HISTÓRICA


Na foto, como todo bom Palmeirense, não posso ver um porco amigo que vou logo fotografando. Esses são da raça que produzem os famosos Jamón de Salamanca. O dono do hotel fez uma homenagem para aqueles que o ajudaram a subir na vida.

Cheguei ontem a noite em Salamanca na Espanha. Saímos de Barcelona com 8 graus de temperatura. O susto veio quando a pilota (sim pilota mesmo) falou que a temperatura em Salamanca era de menos 2 graus ( isso 2 abaixo de 0). Isso as 9h da noite. Comecei a imaginar a madrugada como seria.
Hoje de manha participei de um evento na Associação comercial deles aqui onde o convidado principal era o ex-ministro da economia de Zapatero que pediu demissão por não concordar com o projeto economico proposto pelo governo.
Amanha vou postar as conclusões que o dito senhor chegou e parece que a receita é sempre a mesma. Mas vou deixar isso para comentar amanha.
O vinho continua excelente.

Fui muito bem recebido na Universidade e acabei conhecendo o Roberto Izurieta diretor da George Washington University que esta ministrando aula hoje.
Os alunos estão ansiosos pela minha aula e todos vieram ao meu encontro quando cheguei. É bom sentir o interesse de alunos pela sua matéria.
Amanha coloco a conclusão do encontro do Sr. Pedro Solbes, ex ministro daqui.




A tarde fui até a famosa Universidade de Salamanca e fotografei seus portais. São realmente impressionantes, assim como as duas catedrais existentes por aqui, ainda deu tempo de comprar uma réplica de uma garrucha do seculo 18 com boca larga que se carregava pelo cano com polvora e bolinhas de chumbo. Foi o máximo que consegui fazer. Voltei correndo pois o frio começou a rachar os lábios. Não to aqui pra sofrer. Fiquei no hotel tomando vinho Espanhol.

O coisa chata isso. kkkkkkk

Só para informação, agora dia 12 às 22:30h a temperatura neste momento está em -6 Cº ( 6 abaixo de zero). Vou dormir que eu ganho mais. Amanha aula às 10 horas. É o Brasil se fazendo presente em um curso internacional sobre Marketing Político Eleitoral. Arriba

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ZAPATERO A COISA TÁ FEIA POR AQUI



Eu em Barcelona com frio.





Quem chega a Espanha e começa a acompanhar o noticiário, constata que Zapatero está em maus lençóis. A marolinha daqui foi um Tsunami e arrasou a economia. Muitas pessoas na rua que perderam a condição de morar dignamente. Vários aposentados deram entrevistas sentados em cima de suas malas e dizendo que estão dormindo na rua porque o que estão recebendo não paga nenhum local para morar.

Zapatero esteve ontem no Congresso e tentou se explicar. Apenas tentou, porem o que transparece pela imprensa é que não foi muito feliz.

A proposta de aumento salarial para 2.010 é de 1%, para 2.011 1,5% e para 2.012 2%. Tudo isso.

O que se percebe é que as propostas economicas feitas por Zapatero não contentaram a população e nem passaram perto de resolver a crise.

Motoristas de táxi são unânimes em dizer que a crise pegou em cheio a Espanha.

O Parlamento não está contente e quando isso acontece por aqui, normalmente a cabeça de alguém está próxima a cair.

Eu não apostaria em dar de presente a Zapatero um colar de pérolas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

RECUO DE AÉCIO ENTREVISTA AO DCI

Recuo de Aécio sobre chapa pura pode gerar perda de voto

Anderson Passos
Diário Comercio e Industria - 08/02/2010

SÃO PAULO - A reabertura do diálogo entre o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, com a cúpula do PSDB para integrar como vice a chapa encabeçada pelo colega paulista José Serra à Presidência da República pode não assegurar a transferência de votos imaginada pelos tucanos no estado. Essa é avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo DCI. Na última semana, o mineiro admitiu pela primeira vez que tem o desejo de continuar trabalhando por Minas na condição de senador. No entanto, informalmente, ele estaria consultando lideranças tucanas a fim de reavaliar a condição de ser o vice. Para Carlos Manhanelli, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, se o mineiro retroceder, pode desagradar eleitores."Se ele recuar, vai pegar mal. Vai ser um tiro no pé. O eleitor mineiro se sentiu relegado com o fato de ser colocado em segundo plano quando Serra tirou Aécio da disputa interna", comenta. Manhanelli, que também é professor no curso Máster en Asesoramiento de Imagen y Consultoría Política (Maicop) da Universidade de Salamanca, na Espanha, entende que Aécio é o plano B do PSDB, caso Serra continue caindo nas pesquisas. Ele defende ainda que o vice não tem visibilidade política. O consultor em marketing político Chico Santa Rita, relata que esteve em Uberlândia (MG), na semana passada, e colheu a sensação de que os mineiros não querem ver o atual governador do estado sob a sombra de Serra."Os mineiros querem o Aécio na cabeça de chapa ou na disputa ao Senado. Entendem que seja um desprestígio para Minas", afirma Santa Rita. O marqueteiro, no entanto, discorda da tese de que o vice seja uma opção ruim para o governador mineiro. "Há vices e há vices. Tem os que se deixam apagar e os que retomam sua trajetória política. O Marco Maciel (DEM) foi vice do Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e está lá no Senado. O próprio José Alencar (PRB) tem uma atuação destacada e, não fosse pelas limitações de saúde, podia concorrer à sucessão do próprio Lula", pondera. Já o consultor político e professor da Universidade de São Paulo, Gaudêncio Torquato, entende que Aécio Neves pode sensibilizar os mineiros a abraçar a chapa pura dos tucanos. "Ele [Aécio] tem que investir num apelo emotivo para atrair os mineiros a votar na chapa pura. Mas há riscos porque o eleitor pode achar estranho ele dizer que sai senador e daqui a pouco ele se torna vice do Serra", avalia.
Dilma e Ciro. Já o crescimento da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT-RS), registrado em recentes levantamentos eleitorais à Presidência, é avaliado pelos cientistas como fruto da exposição midiática e da transferência de votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a sondagem do Vox Populi, a ministra cresceu nove pontos percentuais enquanto Serra, provável candidato do PSDB, perdeu cinco pontos. No cenário com Ciro Gomes (PSB), Serra tem 34%, Dilma 27%, Ciro 11% e Marina Silva (PV) 6%. Na pesquisa espontânea, encomendada pelo CNT/Sensus, o governador de São Paulo figura com 33,2% pontos, seguido de perto por Dilma, que obteve 27,8%, um empate técnico. O professor Carlos Manhanelli avalia que "o crescimento de Dilma se dá, claramente, pela exposição dela na mídia e pela presença em palanque ao lado do presidente Lula", afirmou. Gaudêncio Torquato concorda e acredita que a ministra deve alcançar os 30% da preferência antes de deixar o governo. Indica que Dilma poderá manter os índices mesmo fora do governo, se manter o ritmo da agenda para mobilizar o partido nos estados. "Onde ela [Dilma] for, a mídia vai estar em cima. Isso pode ajudar a manter um bom índice nas pesquisas quando a campanha começar", avalia Torquato. Chico Santa Rita considera, no entanto, que é preciso cautela com a alta da ministra Dilma Rousseff nas pesquisas. "É preciso verificar é se isso se torna uma tendência a partir de mais pesquisas", aponta. Para Santa Rita, não basta a aprovação de Lula como acessório e que a ministra-candidata deve ter capacidade de se sustentar sozinha. "Isso se faz quando o candidato apresenta propostas". Quando o assunto é Ciro Gomes, Santa Rita acredita que a candidatura não decola porque o deputado estaria com o filme queimado por "manifestações machistas anteriores". Torquato acrescenta que Ciro pode sair à Presidência, mas deve ser "engolido" na propaganda eleitoral gratuita da televisão por Serra e Dilma. Manhanelli classifica o socialista como "um peão no xadrez eleitoral" e que para a candidatura ganhar fôlego é preciso ter uma intenção de votos sólida.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

MADRI UMA BELA CIDADE



Aqui estou eu em Madrid a 8 Cº em frente a estátua de Cervantes, Dom Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança, na Plaza de España.


Sai para almoçar e depois de uma viagem de 10 horas de voo, um café da manhã meia boca daqueles de avião, optei por comer um entrecorte na chapa com papas fritas no almoço. Não ia arriscar com a fome que eu estava. A tarde como uns tapas e aproveito para dar uns tapas em alguém também.

Estou tentando contato com o Presidente da Associação Espanhola de Consultores Políticos. Amanha pretendo fazer um típico programa de índio. Andar no onibus turístico da cidade, depois encontrar uma boa "Tenda" de venda de vinhos e azeites. Vou buscar uma livraria também para ver se existe algum livro sobre marketing político eleitoral aqui na Espanha.

Fui jantar em um local muito típico daqui, o Museo Del Jamon Na Gran Via nº 72 e pedi um misto de Presuntos. Mas o melhor mesmo é o Serrano. Trouxe para o quarto um pouco dele pra comer mais tarde e um queijo de cabra (picorino) com um pão pequeno. Aqui temos 3 horas de diferença e com certeza terei fome mais tarde. Preparando o espírito para a aula em Salamanca. Amanhã embarco para Barcelona. Arriba.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

NOVO LIVRO MARKETING POLÍTICO - ELEITORAL



A Equipe Manhanelli e a Editora Geração tem o prazer de convidar para o Lançamento do mais novo livro de Carlos Manhanelli (o 11º de sua carreira) - "Marketing Eleitoral - O passo a passo do nascimento de um candidato. Como organizar, formatar, redigir e apresentar um plano de Marketing Eleitoral ao seu cliente".

dia 04/03/2.010 Das 18:30hs às 21:30hs
NA LIVRARIA CULTURA DO SHOPPING VILLA LOBOS

RELEASE


Marketing Eleitoral – O passo a passo do nascimento de um candidato

Autor: Carlos Manhanelli

Formato 15,5x22,5 cms, 144 págs.

ISBN: 978-85-61501-31-0

Cód. barra: 978-85-61501-31-0

Peso: 0.2 kg.
Descrição:Este é um manual prático para orientar o consultor político-eleitoral, através de informações claras, slides, modelos e planilhas, sobre como apresentar um projeto de marketing eleitoral a um candidato a cargo eletivo em qualquer esfera, além de esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre o trabalho desse tipo de consultoria.

“O homem é por natureza um animal político”
ARISTÓTELES


Este é um livro que conta com a experiência de trinta e cinco anos de profissão.
É um livro prático; deixei a teoria para os dez livros que antecederam este, no qual me atenho ao passo a passo do nascimento de um candidato.
Quando resolvi escrever esse livro, tinha em mente um manual para o consultor político eleitoral sobre como formatar, desenvolver, redigir e, principalmente, apresentar um projeto de Marketing eleitoral ao cliente. Acho que consegui.
Nos cursos que ministro em toda a América Latina, na África, em alguns países da Europa e nos EUA, percebi que muitos que acorriam a esses treinamentos não eram apenas candidatos, mas
também profissionais em busca de atualização e formas de apresentar seus projetos. E já se vão mais de três mil alunos.
Resolvi, então, colocar no papel aquilo que desenvolvi para chegar a uma boa apresentação de projeto aos meus clientes, e que tem funcionado satisfatoriamente ao longo das minhas Campanhas eleitorais e consultorias políticas, que hoje perfazem 238 projetos (Jobs).
Este é um livro manual, onde o consultor, ao final da leitura, terá em mãos um plano de Campanha eleitoral redigido e pronto para ser apresentado ao seu cliente, já em formato Power Point (PPT).
Os consultores são profissionais altamente qualificados capazes de prestar uma importante ajuda a qualquer candidato ou político em mandato, sob a forma de reavaliação de oportunidades,
estratégias e táticas, oferecendo-lhe visão de fora para dentro que auxilia a compreensão da realidade.
O duro mesmo é passar esse conhecimento para o papel e, de forma inteligível, apresentar ao cliente.
Não existe um curso para formação de consultores políticos no Brasil, por isso é mínimo o número de profissionais que estão atuando, hoje em dia, com algum tipo específico de treinamento para ser consultor político eleitoral profissional.
Ainda improvisamos jornalistas, publicitários, sociólogos, cientistas políticos, administradores de empresas e outras especialidades em marqueteiros de última hora.
O Brasil não disponibiliza cursos e treinamentos para tanto, por isso, os verdadeiros profissionais existentes no mercado (aos que chamo de “marketólogos”) formaram-se ou especializaram-se através de experiência ou no exterior, onde o mundo do marketing político/eleitoral já chegou, há muito, nas universidades, academias e na prática.
Muitos têm me procurado para saber o que é o trabalho de consultoria política eleitoral, Principalmente em campanhas eleitorais.
Questões como:
Quanto cobrar?
Como fazer o primeiro atendimento?
Como estabelecer um contrato de trabalho com o cliente?
Como desenvolver um projeto de marketing eleitoral?
Quais os questionários básicos para as pesquisas que darão
subsídios a este desenvolvimento?
Existem planilhas que possam ajudar? Quais são essas planilhas?
Como fazer um briefing do candidato cliente?
E, por fim, como apresentar um projeto de marketing eleitoral
ao cliente?
E o acompanhamento desse projeto? O que fazer?
Quanto a cobrança, faço lembrar sempre aos meus questionadores a famosa história, de autor desconhecido, sobre o professor de informática.
Um computador de uma grande empresa “deu pau” no meio de uma grande negociação e a consequência seria a perda do negócio em questão.
Convocaram todo o departamento de informática para solucionar com a máxima urgência o problema. Olha daqui, fuça dali e nada de arrumar o danado do computador (aliás, para mim a informática não é uma ciência exata).
Um dos técnicos propôs então chamar um grande professor na área, para que pudesse analisar e quem sabe solucionar o problema.
O professor chegou ao local, analisou por fora o computador, abriu a tampa traseira, pegou uma chave de fenda no seu bolso e virou meia volta em um parafuso. Pronto. O computador voltou a funcionar.
A empresa solicita então a conta, ou seja, o valor que o professor iria cobrar. O professor apresenta uma conta de dez mil reais.
O presidente da empresa fica horrorizado. “Como? Para virar um simples parafuso cobrar tudo isso! Só pago com descriminação, em nota fi scal, dos serviços prestados.”
O professor assim fez e apresentou a descriminação:
Item 1 — Desgaste da chave de fenda: R$ 0,10
Item 2 — Esforço para virar a fenda R$ 0,10
Item 3 — Atendimento in loco R$ 9,80
Item 4 — Saber qual parafuso apertar
e em que medida apertá-lo: R$9.990,00
Esse é um bom exemplo do que um consultor político eleitoral faz e para que é pago. Consultores são pagos para saber o que fazer, como fazer e quando fazer. O valor a cobrar deriva de todo
o investimento que você fez através de cursos, congressos nacionais e internacionais, textos e livros escritos, palestras assistidas e ministradas, e todo esforço na sua especialização e tempo de estudo do caso específico do cliente, para saber qual parafuso apertar e em que medida se dará esse aperto, e com isso solucionar o problema do seu cliente.
Comparo sempre o nosso trabalho ao do médico. No primeiro atendimento, o paciente faz suas queixas e passa os sintomas.
Dificilmente o médico, somente através dos sintomas, consegue estabelecer as causas e doenças existentes. Para tanto ele pede exames de laboratório condizente com os sintomas, que serão capazes de, com precisão, fornecer informações para que possa ser efetuado o diagnóstico.
Assim é o primeiro atendimento ao nosso cliente. Em uma primeira conversa, ele passa suas queixas e o que “acha” que pode ser, o que está acontecendo com sua imagem e sua campanha eleitoral.
Como todo bom médico, cabe a nós pedir os exames de laboratório, no nosso caso pesquisas qualitativas e quantitativas, para saber o que realmente se passa por dentro do paciente e fazer um diagnóstico com informações confiáveis. Esse comportamento é altamente recomendável, até mesmo para calcular os custos, pois você não sabe, antes do exame, se seu paciente irá precisar apenas de um comprimido, ou de uma operação em um grande hospital do país.
Para se chegar a um plano de marketing eleitoral, temos que nos ater às principais fases e considerar cada uma como um passo a ser dado antes do próximo.
O principal é considerar o plano de marketing o início de toda a campanha eleitoral. É um plano dinâmico que vai se amoldando, conforme transcorre o tempo e a proximidade com a data crucial: o dia da eleição.
Devemos lembrar também que a primeira pesquisa nos dará informações do que está acontecendo naquele momento. Uma previsão das próximas pesquisas deverá ser feita, em períodos significativos, para nos mostrar se as ações implementadas estão sendo eficazes, se temos que mudá-las ou adequá-las (ou seja, se o remédio está certo, se a dose é essa mesma ou se temos que adequá-la).
Para finalizar o prefácio, apresento minha versão da história do mecânico e do médico: Um publicitário está fazendo uma campanha para um sabonete, quando vê na agência um famoso técnico em marketing político. O publicitário diz:
— Ei, homem de marketing político, posso lhe fazer uma pergunta?
O técnico em marketing político, um tanto surpreso, concorda e vai até a prancheta de trabalho do publicitário. O publicitário se levanta e começa:
— Homem de marketing, veja esse trabalho: eu faço a criação, desenvolvo logotipia, cores, mudo a embalagem se preciso, mudo o perfume, a cor, o formato, coloco no mercado e todo mundo gosta e compra. Como é, então, que eu ganho tão menos que você, quando nosso trabalho é praticamente o mesmo?
O Técnico em marketing político dá um sorriso, se inclina e fala baixinho ao publicitário:
- Tenta fazer isso com o sabonete reclamando e dando palpite em tudo, não só ele, mas a esposa, filhos, cunhados, avós, assessores e demais puxa sacos.

MARKETING POLÍTICO ELEITORAL NA EUROPA



Universidad Pontificia de Salamanca.


Aula na Espanha

Estou embarcando para a Espanha, onde vou ministrar minha aula anual no curso Maicop - Master em Imagem e Comunicação Política, na Universidade Pontifícia de Salamanca. Esse ano o tema escolhido foi "As Campanhas Eleitorais no Continente Africano", onde vou colocar minhas experiências neste continente.
Ao contrário do que se imagina, as ferramentas que utilizamos nas campanhas eleitorais na África e as técnicas de Marketing Eleitoral, são as mesmas que se usam em outros países democráticos, porem há que se respeitar a realidade local.
A ideia é passar aos alunos o que se usa nestas campanhas e como se faz a adaptação de experiências consagradas.
As capulanas, os jingles e slogans, as passeatas, a TV e o rádio são utilizados com as devidas adaptações e funcionam.
Vamos nessa. O Maicop conta com vários consultores e professores internacionais. O Brasil se faz presente também.
Viajo amanha e volto dia 14 de Fevereiro.