quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sem vassoura, sem janismo, Dilma faz o que o eleitor espera



Autor(es): Gabriel Manzano
O Estado de S. Paulo - 26/07/2011

Uma simples associação de ideias - quem fala em faxina fala em vassoura -, tem levado alguns políticos e analistas a fazer uma comparação entre Dilma Rousseff e o presidente Jânio Quadros, que ocupou sua cadeira por sete meses, há exatos 50 anos. Ela, com a disposição de fazer uma limpeza no ministério. Ele com o "varre, varre, vassourinha", mote de sua campanha e um dos símbolos com que construiu sua imagem política.

A comparação parece, a alguns estudiosos, imprecisa. "Ela começou sendo a mãezona, que daria continuidade à obra do governo anterior. Mas aos poucos está voltando ao que de fato é, uma gerentona", resume o consultor político Carlos Manhanelli. "Pode haver uma ligação entre sua faxina e a vassoura de Jânio, mas cada um tem caráter próprio", diz ele. "A limpeza que Jânio anunciava era moralista. Incluía a proibição de biquínis e da briga de galo. A visão de Dilma é mais técnica: ela afasta os que não servem porque o governo tem de funcionar".

Na mesma direção, o professor Charles Pessanha, que ensina ciência política na UFRJ, no Rio, acha que Dilma "está empenhada mesmo é em responder a um clamor público, do qual a imprensa é porta-voz". Tanto que, na sua faxina, que chama de reestruturação, ela toma cuidados. "Ela cobra explicações e escolhe as palavras, Mas faz o que a população aprova."

Otimista, Pessanha lembra, sobre o jogo com o Congresso, que a avassaladora maioria de Dilma no Congresso afasta o risco de isolamento. "Democracia é isso. Temos um governo plural, com limites. Os controles, como a CGU, funcionam bem e ela os vê como um recurso técnico."

A INTERNET NA POLÍTICA




DIÁRIO COMERCIO E INDUSTRIA

26/07/11 - 00:00 gt; POLÍTICA





São Paulo - Ao intensificarem sua presença na Internet, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atendem a uma pressão que vem da militância partidária conectada à rede mundial de computadores e não necessariamente se dirigem a eleitores comuns. A observação é do professor Carlos Manhanelli, que dirige a Manhanelli Associados. - Recentemente, o tucano abriu no portal do instituto que leva seu nome (www.ifhc.org.br) debates acerca dos problemas do País, enquanto o petista, que voltou a viajar pelo Brasil autointitulando-se "o defensor número um das causas sociais", tem veiculado vídeos e a íntegra de seus discursos no endereço eletrônico do Instituto da Cidadania (www.institutocidadania.org.br).

"Eles [Fernando Henrique e Lula] estão se posicionando como líderes de massa que são. Um político do porte deles é um líder que, como tal, deve externar o que pensa e informar os seus liderados. Essas iniciativas deles são uma resposta à militância e aos eleitores mais conscientes, que estão conectados à rede", defende o estudioso.

Manhanelli, que preside a Associação Brasileira de Consultores de Marketing Político (Abcop), afirma ainda que não se pode medir qual dos dois ex-ocupantes do Palácio do Planalto está em vantagem. Ele argumenta que o uso da Internet por políticos ainda é "um laboratório".

"Eu utilizei a Internet como consultor político nas eleições de 1996, e eu penso que, de lá para cá, a legislação brasileira retardou a cada eleição o uso da Web como ferramenta para buscar votos. A Web, de lá para cá, virou um grande laboratório. Não dá pra medir quem sai na frente nessa corrida porque a Internet ainda não é um veículo popular como são televisão, rádio e jornal hoje", pondera.

Já o coordenador do curso de Direito Digital da GV Law, Renato Opice Blum, afirma que o perfil do internauta brasileiro é diverso do dos demais.

"O internauta brasileiro é mais interativo, participa ativamente de redes sociais e de fóruns, e é aquele que passa mais tempo conectado à Internet. Eles [Fernando Henrique e Lula] até podem estar se dirigindo à militância, mas essa comunicação, com o passar do tempo, pode ser ampliada a outros nichos específicos", aponta.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

JINGLES ELEITORIAS E MARKETING POLÍTICO

DIÁRIO DO NORDESTE


Publicado em 14/07/2011 - 10:04 por mara.cristina

Hoje, quando a tecnologia e as redes sociais permitem debates cada vez mais amplos a respeito da política, os candidatos a cargos no Executivo precisam usar todas as armas possíveis para conquistar o eleitor. Entre elas, uma se destaca: o jingle. Verdadeiro símbolo das campanhas, o jingle benfeito pode ser decisivo para a conquista de uma vaga – seja na prefeitura, no governo estadual ou na presidência da República.
Partindo da importância do jingle como ferramenta, Carlos Manhanelli lança Jingles eleitorais e marketing político – Uma dupla do barulho (Summus Editorial, 248p., R$ 55,90). A obra realiza um estudo profundo das músicas de campanha veiculadas nas eleições presidenciais diretas entre 1930 e 2010.
Com origem no rádio do início do século XX, o jingle conquistou rapidamente as massas e logo provou seu poder de fogo. A transição para a TV se deu sem percalços e em poucas décadas a produção de músicas eleitorais se profissionalizou. Atualmente, não se fazem boas campanhas sem que sejam contratados diversos profissionais envolvidos na criação de jingles.
“Para ser considerados bons, eles precisam, entre outras características, ter ritmo, melodia, emoção e adequar-se às características do eleitorado”, afirma Manhanelli, que é especialista em marketing político.
O livro começa discutindo o conceito de marketing e fazendo distinção entre o marketing político e o eleitoral. Enquanto o primeiro tem objetivos de longo prazo, o segundo concentra-se no momento da campanha e busca atingir objetivos mais rapidamente. Em seguida, Manhanelli investiga as origens do jingle no Brasil e, na sequência, analisa as campanhas presidenciais diretas realizadas entre 1930 e 2010.
O autor analisa o contexto histórico de cada época, traça o perfil dos principais candidatos e reproduz os jingles mais famosos, analisando suas marcas discursivas.
De Getulio Vargas a Dilma Roussef, Manhanelli estabelece uma relação direta entre as boas músicas de campanha e as vitórias eleitorais, mostrando, ainda, erros que nunca poderiam ter sido cometidos.
Verdadeiro mergulho na história do nosso país, o livro conta ainda com jingles magistrais de diversas campanhas, selecionados pelo autor ao longo de décadas de pesquisas. “Embora meu público-alvo seja composto de estudantes de comunicação, marketing, publicidade e propaganda, consultores e coordenadores de campanhas, políticos e assessores, procurei escrever um livro acessível também àqueles que se interessam pela história recente do nosso país”, diz o autor. “Conhecer a forma como as campanhas são feitas é importante para a consolidação da democracia”, conclui.


O autor
Formado em Administração de Empresas, com cursos de especialização em Sociologia, Ciência Política e Marketing e MBA em Marketing pela Universidade de São Paulo (USP), Carlos Manhanelli é mestre em Comunicação pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e professor titular da Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha). Especialista no uso das pesquisas para desenhar a estratégia dos candidatos a cargos eletivos, é jornalista, radialista, conferencista e palestrante renomado, além de autor de vários livros, entre eles Eleição é guerra – Marketing para campanhas eleitorais, Estratégias eleitorais – Marketing político e Marketing pós-eleitoral, todos editados pela Summus.