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A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff (PT-RS), precisa tomar as rédeas de sua campanha eleitoral para evitar erros como os cometidos na largada da sua pré-candidatura. A avaliação é de cientistas políticos ouvidos que ainda não descartam uma eventual chapa pura do PSDB e veem a pulverização dos votos do ex-presidenciável Ciro Gomes (PSB) entre todos os concorrentes da disputa.Para os especialistas, a tensão no PT é decorrente da divisão de comando da sigla, aliada à inexperiência da candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.O consultor Carlos Manhanelli atribui ao PT a maior parcela de culpa do fraco desempenho de Dilma em eventos públicos e entrevistas na televisão. Para o analista, o PT está dando as cartas do discurso dela, o que não pôde fazer com o presidente Lula nas duas últimas eleições. “O Lula foi blindado pelo Duda Mendonça num acordo tácito firmado com o PT em 2002 e 2006. O João Santana [marketeiro de Dilma] não é o culpado dessas manifestações equivocadas que ela vem fazendo. Acontece que o PT está dando as cartas nesse momento, e a Dilma está perdendo o foco.” Manhanelli disse que o PT teve de “engolir Lula” e que Dilma terá de fazer movimento semelhante para não se contaminar pelas ideias do partido. “Ela tem de se impor. Tem bagagem e formação cultural para isso, diferentemente do Lula, que foi blindado.”Mais cauteloso, Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, reconheceu que a campanha de Dilma não vai bem, mas esquivou-se de responsabilizar o partido. Para ele, a inexperiência de Dilma está falando mais alto. “Ela fez declarações infelizes em viagens a Minas Gerais e ao Ceará e, mais recentemente, se saiu muito mal no episódio da foto da atriz Norma Bengell publicada no site dela e na entrevista ao Datena”, lembra.Já o consultor político e professor de Comunicação da Universidade de São Paulo, Gaudêncio Torquato, disse que ainda é muito cedo para fazer uma avaliação definitiva porque a campanha, de fato, só começa após as convenções partidárias e com a propaganda gratuita em rádio e TV.Para ele, o que está ocorrendo com Dilma é que “muita gente puxa ela pelo braço” e a leva para qualquer direção. “Todo mundo cobra que a Dilma mude a sua atitude, mas é preciso ter cuidado: o eleitor percebe o artificialismo dos candidatos. A Dilma tem de ser ela mesma, apresentar as ideias que ela tem sobre o Brasil.”Dos consultores ouvidos apenas Ricardo Ribeiro ainda faz menção à possibilidade de que o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) componha a chapa puro-sangue como vice de José Serra. “Dependerá da campanha do Antônio Anastásia [PSDB] ao Governo de Minas. Se PT e PMDB confirmarem um entendimento no estado, os tucanos poderão investir numa nova oferta para o Aécio em troca de mais exposição ao Anastásia, por exemplo.”Torquato e Manhanelli, no entanto, defendem que a investida sobre o senador Francisco Dornelles (PP) também pode trazer bons frutos à chapa presidencial tucana. Torquato reconheceu as virtudes do pepista, mas alertou a que o PP ocupa um ministério no Governo Lula [Márcio Fortes, Cidades] e tem em São Paulo um quadro polêmico com o Paulo Maluf. Manhanelli avalia que a saída de Ciro provocará uma divisão equânime dos votos dele para Serra e Dilma.
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