domingo, 8 de abril de 2012

POLITICA: ATUANDO COM MARKETING




Diário do Nordeste
08/04/2.012
Ano de eleições, dezenas de setores são beneficiados. Congresso traz novidades no ramo do marketing político

Nos dias 27 e 28 de abril, Fortaleza vai sediar novamente o 10º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político. O evento visa trazer discussões sobre campanhas eleitorais ao público local, com a presença de especialistas no assunto. Promovido pela Marketing Político e Companhia-MP&Cia, com apoio da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), o congresso vem confirmar a importância da Capital e do Estado nas estratégias que envolvem o cenário eleitoral brasileiro.

De acordo com o coordenador do evento, Aurizio Freitas, "a realização de mais esta edição em Fortaleza é uma prova da consolidação do marketing político no nordeste brasileiro e a tendência irreversível de modernização das campanhas eleitorais".

Segundo o membro fundador e presidente da ABCOP, Carlos Augusto Manhanelli, o evento é uma oportunidade para quem atua nessa área de conversar com consultores de todo o Brasil e uma forma de tomar conhecimento das práticas das campanhas realizadas por todo o país. Nesse período, ele lembra que gráficas, produtoras de TV e vídeo, institutos de pesquisas, entre outros setores, são diretamente beneficiados. "É um mercado que vem se mostrando crescente a cada eleição", garante.

Faturamento cresce

Há seis anos atuando na área de comunicação visual, o diretor da DPI Sign, Raul Victor, concorda com Manhanelli. Segundo o diretor, esse período faz com que sua empresa aumente a demanda em até 60%. Ele relata quais são os serviços mais procurados. "Sem dúvida, o envelopamento de veículos - adesivagem personalizada dos candidatos em carros -, e adesivos perfurados; que não atrapalham a visão do motorista, para vidros de carro".

Ainda segundo Raul Victor, uma das dificuldades nesse período é conseguir gente capacitada. "Falta cursos que ensinem as pessoas a trabalhar nesse ramo ou mesmo cursos de aperfeiçoamento. A maioria dos profissionais que temos no mercado aprendeu com outras pessoas ou já tinha uma certa experiência no ramo", lamenta o empresário.

Discussões válidas

Ainda durante o 10º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político, serão discutidos temas como jingles eleitorais, técnicas de comunicação com o eleitorado, planejamento de campanhas, uso do rádio, televisão e internet nas campanhas eleitorais.

Nos EUA, a campanha via redes sociais e internet foi crucial para a eleição de Barack Obama. Carlos Augusto Manhanelli enxerga o cenário brasileiro de outra forma. Para ele, os principais recursos e estratégias utilizados ainda são rádio e televisão. "Esses são os recursos mais contundentes", acredita o presidente da ABCOP. Para o diretor da DPI Sign, a web veio dar mais força. "A internet funciona como um meio de comunicação de muita voz, mas não sentimos que ela nos ´rouba´ clientes. Pelo contrário! Enxergamos (a internet) como uma grande aliada em nosso meio, como forma de divulgação dos serviços aos clientes", explica Raul Victor.

"Experts" na área

Com o tema "ABCOP 20 anos: consolidando o marketing político no Brasil", o congresso de 2012 será também um marco comemorativo da associação, iniciada há 20 anos por Carlos Augusto Manhanelli. A associação reúne profissionais de todo o Brasil e busca - além de difundir o marketing político - coibir a ação de profissionais que surgem no mercado em época de campanhas, dizendo-se "experts" na área.

"O mercado não é para tirar proveito, o mercado é para quem é profissional. Quem pode ser beneficiado nessa ocasião é a mão de obra não especializada que vai servir de cabo eleitoral, porta bandeira, coisas que não exigem expertise. Agora, aproveitar ninguém vai aproveitar, o mercado está altamente especializado", salienta Carlos Manhanelli.

A programação

Se você ficou interessado em atuar na área ou aprimorar-se, o congresso vai contar com várias palestras. Entre elas "O espetáculo das campanhas eleitorais no Brasil", "Os jingles eleitorais e seu efeito mnemônico", "Fundamentos e estratégias de comunicação eleitoral", entre outras.

Horários

27 de abril:

- 18h - Abertura para credenciamento

- 18h30 - Abertura oficial

- 19h - Palestra: "O espetáculo das campanhas eleitorais no Brasil" / Palestrante - Carlos Augusto Manhanelli

- 20h - Palestra - "Os Jingles eleitorais e seu efeito mnemônico"

Palestrante - Lázaro do Piauí

- 21h - Coquetel com lançamento dos livros de Chico Santa Rita e Gil Castillo

28 de Abril:

- 9h - Palestra "Fundamentos e estratégias de comunicação eleitoral" / Palestrante - Aurizio Freitas

- 10h - Palestra "As pesquisas eleitorais nas campanhas municipais"

Palestrante - Francisco Toledo

- 11h15 - Palestra "O uso da internet nas campanhas municipais"

**Para mais detalhes da programação, acesse o site do Congresso

10º Congresso Brasileiro de Estratégias Eleitorais e Marketing Político
Inscrições: (85)3246-2399




sexta-feira, 6 de abril de 2012

MARKETING POLÍTICO PARA EXPORTAÇÃO

Eleitordigital.net


01/04/2.012




Marketing político brasileiro vira item de exportação A lista de países onde especialistas brasileiros em marketing político atuam vem aumentando. Argentina, Peru, Paraguai, El Salvador, México e República Dominicana são algumas das nações que contrataram serviços desses profissionais.
A consultoria em marketing político de brasileiros já contribuiu para a eleição de três presidentes latino-americanos que, atualmente, exercem o cargo: o peruano Ollanta Humala, o salvadorenho Mauricio Funes e o paraguaio Fernando Lugo. Para especialistas, a nossa atual democracia competitiva e a qualidade dos profissionais fizeram com que o Brasil começasse a exportar marketing político. “As campanhas brasileiras estão fortemente profissionalizadas.
Inicialmente, começamos analisando as campanhas norte-americanas e, depois, formos expandindo. Somos uma democracia muito competitiva. Quem aprende a lidar no Brasil pode lidar em qualquer local. É uma escola. São muitos profissionais competentes. Algo a exportar”, afirma o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Ranulfo.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, Carlos Manhanelli, as campanhas de marketing político bem-sucedidas de Lula e da atual presidente Dilma Rousseff também deram uma “vitrine” maior ao marketing político brasileiro no exterior. Porém, o consultor afirma que a consagração desses especialistas vem acontecendo há anos. “Não acredito que tenha sido uma consequência apenas das campanhas do Lula e da Dilma. Isso já acontecia. Muito antes, fizemos consultorias políticas para a Argentina e o Paraguai. A campanha do Paulo Maluf, por exemplo, foi um “case” que analisaram no mundo todo. Mas, claro, que a Dilma também chamou atenção. As pessoas se perguntavam: “Como uma ex-guerrilheira se torna presidente de um país?”, afirma.
Manhanelli explica que a construção da imagem de um candidato é um trabalho que leva anos. “O fenômeno Lula foi uma construção de uma pessoa em 20 anos. É um político que veio do setor dos trabalhadores, tinha uma figura raivosa – uma espécie de Che Guevara – e, depois, se transformou no “Lulinha paz e amor”".
Na Venezuela campanha tem duelo de brasileiros. O próximo país a contar com o auxílio de especialistas brasileiros em marketing eleitoral nos pleitos presidenciais será a Venezuela. O pleito acontece no dia 7 de outubro e é um dos mais incertos da região. O candidato da oposição, Henrique Capriles, contratou a dupla Renato Pereira e Chico Mendez para criar sua estratégia de comunicação. Já o presidente Hugo Chávez estaria fechando um acordo com o baiano João Santana, responsável pelo marketing político das campanhas de Lula e de Dilma Rousseff.
Segundo o cientista político venezuelano José Vicente Carrasquero, a Venezuela sempre importou o marketing político. Porém, anteriormente, contratavam-se especialistas norte-americanos. “Na atualidade, estão sendo contratados profissionais do Brasil, associados ao êxito da gestão pública que governantes como Lula mostraram. Outro critério é a problemática sócio-política venezuelana, que é mais parecida com a brasileira do que com a norte-americana”, explica.
De acordo com Carrasquero, Santana deve enfrentar uma série de desafios em termos de marketing político na campanha do atual presidente. “Hugo Chávez é uma pessoa que dificilmente aceita conselhos de outras pessoas, basicamente porque é muito desconfiado. Será difícil ganhar a confiança do presidente”, afirma.
Carrasquero explica, ainda, que outra questão importante será evitar que se fale da gestão de Chávez dos últimos 13 anos, já que ela se encontra, em termos de conquistas, muito abaixo das expectativas da população. Porém, o cientista político aponta que o desafio mais importante em termos de marketing político é esclarecer o estado de saúde do líder venezuelano, que se trata de um câncer. “Será difícil os partidários de Chávez acreditarem que ele está curado ou em vias de melhora. Para conseguir votos que façam a diferença na campanha, será complicado”, diz. Por outro lado, a campanha da oposição de Capriles sob o slogan “Há um caminho” deve adotar uma posição de contraste em relação ao atual presidente.”Mas, ao mesmo tempo, Capriles precisará oferecer uma mudança que não coloque em risco os programas sociais que foram implantados pelo presidente Chávez”, ressalta Carrasquero.
Outro desafio será conseguir penetração em meios de comunicação, já que o governo nacional controla grande parte das rádios e televisões. Até o momento, o candidato da oposição parece ter adotado uma estratégia de não-confrontação. Ele tem evitado responder aos insultos e às insinuações de Chávez e de seus seguidores. Para o cientista político, enquanto o presidente é agressivo, excludente e evita entrar em profundidade quanto suas propostas, Capriles mostra os resultados de suas obras como governador e oferece soluções concretas para as pessoas.
http://www.eleitordigital.net.br/marketing-politico-exportacao/