quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Com oportunidades para além das eleições, setor de marketing eleitoral está aquecido



Exame . com


16/02/2.010 - 16:21


São Paulo – As eleições municipais acontecem em outubro e já movimentam o mercado de marketing eleitoral. “A atuação de um consultor político vai além da época das eleições”, afirma Carlos Manhanelli, consultor e presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop).
Manhanelli explica que um profissional com experiência em marketing eleitoral pode trabalhar com políticos que já tenham mandatos e também como consultor institucional, fortalecendo as siglas de partidos políticos.
Por isso, para fazer carreira nessa área é preciso ter uma formação multidisciplinar. “Para pensar em uma campanha eleitoral, por exemplo, é preciso entender de tudo que diz respeito a uma campanha: marketing, televisão, gráfica a ciência política e estatísticas”, diz. A profissão exige conhecimento de outras áreas, como legislação eleitoral, necessário para orientar melhor advogados que trabalham durante a campanha.
O recomendável é que o profissional tenha uma formação superior em comunicação (propaganda e marketing ou jornalismo) e se especialize. No Brasil, há cursos de pós-graduação em marketing político na USP e na Mackenzie. No exterior, a Universidade de Salamanca, na Espanha, é uma das que oferecem programas nesta área.
Manhanelli afirma que a proatividade é essencial para quem quer seguir carreira na área. “Um bom consultor é aquele que você liga e tem a solução que você precisa”, explica.
A remuneração durante as eleições pode equivaler aos ganhos de um ano inteiro, mas o salário de um consultor depende de sua experiência e do quanto é especialista.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Base partidária continuará pautando ocupação de cargos




DCI – Diário Comercio Industria
06/02/12 - 00:00 > POLÍTICA

são paulo - Mesmo que passe a contar como item de uma proposta de reforma política, a substituição de cargos em todos os níveis de governo sempre foi e permanecerá sendo pautada pelos partidos que mantém a base de sustentação. A observação é de cientistas políticos ouvidos pelo DCI."Propor uma
mudança dessas no Brasil é impossível", afirma Carlos Manhanelli completando que "uma vez que a ocupação de cargos se dá pela via de quadros técnicos que são indicados pelos partidos, embora essa regra não seja tão rígida", comenta o professor de marketing político da Universidade de Salamanca (Espanha) e integrante da Manhanelli Associados. Ele aponta que distorções a essa fórmula acontecem com muita frequência lembrando que na falta de perfil técnico na base, o PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, indicou o ex-governador José Serra para o Ministério da Saúde. "Todos nós sabemos que o Serra não é médico e mesmo assim ele ocupou o Ministério da Saúde", prossegue Manhanelli que, a seguir, minimiza críticas à presidente Dilma Rousseff. "Também não se pode condenar a presidente Dilma pela composição do ministério dela. O Mercadante não tem perfil de educador para a pasta de Educação. Esse arranjo obedece fundamentalmente a critérios políticos e isso é histórico. Todos os governos fazem isso", conclui.Preconceito. Já o consultor de marketing político, Chico Santa Rita, entende que não colocar quadros partidários em cargos de todos os escalões seria um preconceito. "Eu vejo como um preconceito, uma discriminação até não colocar deputado em cargo no primeiro escalão. Porque, se você coloca um deputado federal num ministério, por exemplo, o suplente pode não ser do mesmo partido, mas será da mesma coligação do titular, o que sugere que sua atuação não será diferente da linha política do eleito. O Legislativo não teria prejuízo com isso. E se o deputado fizer um bom trabalho como ministro, ganha também o governo federal", avalia Chico Santa Rita. Outros pontosSanta Rita acrescenta que é um "defensor brutal" da reforma política e sugeriu que a lei eleitoral é pautada pelo Judiciário. "A nossa legislação eleitoral é uma colcha de retalhos sem qualquer organização e vive dando margem a novas jurisprudências. A justiça sempre tem a última palavra e esse é um ponto que precisa ser atacado por uma reforma política", aponta. Outro item lembrado por Chico Santa Rita é a promiscuidade presente no Executivo que redunda no privilégio a quadros partidários. "Uma reforma política deveria criar um mecanismo para impedir a promiscuidade que privilegia 'amigos' do partido que criam estruturas corruptas nos governos. Isso sempre teve no Brasil, é verdade, mas cresceu de forma exagerada nos governos do Partido dos Trabalhadores. Nunca se viu tanto escândalo protagonizado pelo primeiro escalão como agora", encerra.

http://www.dci.com.br/Base-partidaria-continuara-pautando-ocupacao-de-cargos-5-409358.html